Durante a pandemia, o carioca Erikson Veríssimo, 26 anos, e o paulista Alexandre do Carmo, 28, encontraram na fotografia uma maneira de passar o tempo, mas logo notaram a oportunidade de transformar o hobby em negócio. Em 2020, o casal criou a Bixa Analógica, e-commerce de câmeras analógicas e artigos colecionáveis.
O nome do negócio, segundo Erikson, foi pensado com o objetivo de ressignificar um termo que, por muito tempo, foi usado de forma pejorativa. “Queremos quebrar essa hegemonia no meio da fotografia, que costuma ser muito masculino, hétero e branco. A ideia é ressignificar a palavra bixa e atrair essas pessoas como um ponto de encontro para elas, pessoas diferentes, que possam achar na fotografia um meio de se expressar”, explica.
Atualmente, a dupla possui cerca de 400 câmeras, mas já venderam mais de 2 mil unidades pelo e-commerce. “Confiamos e investimos tudo que tínhamos nas câmeras, muita gente até chamou de maluquice comprar tanta velharia, mas, hoje em dia, somos umas das maiores empresas do Brasil que trabalha com analógicas”, garante Erikson. O negócio já vendeu, inclusive, para personalidades famosas como Maísa e Larissa Manoela. “Páginas e pessoas famosas que divulgaram o nosso trabalho ajudaram muito no nosso crescimento”, conta Alexandre.
Com dois anos de operação, a marca já acumula mais de 18 mil seguidores no Instagram (@bixaanalogica), principal plataforma e meio de divulgação do negócio. Um vídeo publicado em julho no TikTok atingiu mais de 1 milhão de usuários e rendeu muitos clientes para o casal, que acredita já ter vendido câmeras para todos os estados brasileiros. Quanto aos valores, os empreendedores ressaltam que podem variar muito, dependendo da raridade e do estado que o produto se encontra.
Entre a coleção de itens, estão algumas raridades, como uma câmera utilizada por fotógrafos durante a Segunda Guerra Mundial, uma câmera com painel solar, um óculos 3D de 1900 e até algumas das primeiras fotos reveladas. “Esses itens raros, que são únicos, nós não vendemos, só se tivermos mais de uma unidade”, acrescenta Alexandre.
Alguns meses depois do início do negócio, a dupla expandiu o catálogo e passou a realizar cobertura de eventos. “A ideia nunca foi só vender, sempre esteve no plano fotografar, até porque queremos compartilhar a nossa arte”, diz Alexandre. O primeiro evento, realizado em março deste ano, foi a cobertura do casamento de um fotógrafo que já havia comprado no e-commerce e acompanhava o trabalho da dupla. “É um olhar diferente da cobertura comum, das fotos digitais, também distribuímos câmeras analógicas para os convidados fotografarem durante a cerimônia, resultando em diferentes olhares de uma mesma coisa”, enxerga.
Os sócios lembram - e comemoram - o fato de seu trabalho ter sido divulgado pelo perfil oficial da Kodak no Instagram, em uma série intitulada de “reels do artista”.