Giovanna Sommariva

Apesar de ter sofrido muitas mudanças ao longo dos anos, negócio busca manter a mesma essência de quando abriu

Família uruguaia comanda confeitaria no Bom Fim há mais de 40 anos

Giovanna Sommariva

Apesar de ter sofrido muitas mudanças ao longo dos anos, negócio busca manter a mesma essência de quando abriu

Reunindo amantes da gastronomia há mais de 40 anos, a Confeitaria Barcelona, comandada hoje pelos irmãos Luis e Maria José Ayete, já se tornou um ponto tradicional da região. Situado na rua Henrique Dias, nº 94, o negócio formava filas nas ruas do Bom Fim quando abriu, e, de acordo com José, apesar de ter se modernizado, o espaço segue com a mesma essência de quando abriu as portas na década de 1980.
Reunindo amantes da gastronomia há mais de 40 anos, a Confeitaria Barcelona, comandada hoje pelos irmãos Luis e Maria José Ayete, já se tornou um ponto tradicional da região. Situado na rua Henrique Dias, nº 94, o negócio formava filas nas ruas do Bom Fim quando abriu, e, de acordo com José, apesar de ter se modernizado, o espaço segue com a mesma essência de quando abriu as portas na década de 1980.
"Abríamos às 9h, e eu ia para a rua às 7h distribuir fichinha, porque já tinha fila. Isso que, naquela época, não tinha café, não tinha mesa, era só serviço de venda", lembra Luis, que hoje é responsável pela produção da casa. "Até tentei fugir, sou formado em Física, mas acabei voltando e aplicando todo o estudo científico na confeitaria", confessa. A dupla é a quinta geração da família a trabalhar na área, que também foi a aposta de seus familiares em Barcelona.
Luis comenta que a escolha pelo Bom Fim foi uma estratégia de seu pai, que, quando veio do Uruguai para Porto Alegre, montou uma lancheria na rua General Vitorino, no Centro, e passou a estudar o público gaúcho. "Ele ficou um tempo sondando a região até que disse: é no Bom Fim. Por ser um bairro judeu, tinha essa cultura de se alimentar, de festejar, era um público com uma visão mais cosmopolita e aberta", descreve, afirmando que, na época, o bairro quase não tinha comércio. "Apesar de ser um bairro cultural e eclético, não tinha quase nada, só o Zaffari, então começamos a vender muito bem", lembra.
LUIZA PRADO/JC
Quando sua mãe faleceu, em 2000, Luis e sua irmã assumiram a operação. Segundo o empreendedor, um dos pontos altos do negócio foi quando viajou para uma feira de confeitaria na Europa, em 2007, e fez uma grande descoberta.
"Lá era tudo pózinho, congelado, coisa sintetizada que tu nem sabias o que estava comendo. Quando voltei, meu pai me questionou o que eu vi de legal por lá. Respondi que vi uma coisa fantástica, pedindo o caderninho de receitas dele, porque aquele caderno era o fantástico, com todas as receitas de família e outras coisas da cabeça dele. Era aquilo que a gente precisava fazer", ressalta, contando que, a partir daí, o foco do negócio mudou. "Passamos a fazer tudo aqui, nossos molhos, cremes, temperos, para garantir que o sabor sempre será o mesmo, o mais natural possível", expõe.
Luis afirma que buscou manter-se atualizado no mercado, modernizando quando necessário, mas sempre mantendo a base clássica que os guiava. "Temos muitas coisas novas, que o público jovem demanda, mas também temos o chá clássico servido no bule que as senhoras gostam muito. É uma questão de entender até onde nós podemos ir sem perder a essência", acredita. "Temos clientes que vinham quando eram crianças e, hoje, 40 anos depois, continuam vindo e pedindo a mesma coisa, que pode não ser 100% igual, mas a essência permanece", diz.
LUIZA PRADO/JC
Tendo acompanhado diversas mudanças no bairro, Luis garante ser ótimo ver novos pontos surgindo. "Deixamos de ser a Barcelona do Bom Fim para ser Bom Fim como um todo. As pessoas imaginam que existe concorrência, mas não, aqui tem comida de todos os estilos, árabe, japonesa, italiana, brasileira, e tudo isso só agrega ao bairro, que está ficando sensacional", acredita. "O público muda muito, mas isso é bom, porque a gente se renova, se modifica e melhora. O bairro nos cobra, então fica mais fácil inovar quando tem um público que te cutuca para isso", enxerga o sócio.
A Barcelona opera de segunda a sábado, das 10h às 19h, e encomendas podem ser solicitadas no WhatsApp pelo número (51) 81128124.
 
Giovanna Sommariva

Giovanna Sommariva - repórter do GeraçãoE

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