Considerado um bairro da Zona Leste, o Santana recebeu este nome em alusão à Sesmaria de Sant'Ana, área de terras do português Jerônimo de Ornelas, um dos primeiros povoadores de Porto Alegre, homenageado em uma das principais vias do bairro. Com as diversas inundações antes da canalização do Arroio Dilúvio, a região era pouco valorizada e seus moradores eram famílias descendentes de escravizados. A atual rua Santana, que antigamente era chamada de rua dos Pretos Forros e também 28 de Setembro, em alusão à data da Lei do Ventre Livre, somente fixou o atual nome em 1885.
Vinícius Mitto é Professor e Arquivista e apresenta uma série sobre a história dos bairros de Porto Alegre no @cartaotri e no seu @bahguri.rs
Baden celebra 10 anos de operação em Porto Alegre
Hoje, o negócio é responsável por fornecer café para mais de 50 operações da Capital
Para Margaret Dorneles e Guert Schinke, mãe e filho, moradores do bairro há mais de 30 anos, foi natural, na hora de empreender, escolher o Santana. Há 10, eles comandam, ao lado de Caroline Borges, o Baden Cafés Especiais no número 431 da avenida Jerônimo de Ornelas. O projeto, contam os sócios, foi um dos precursores a falar de café especial em Porto Alegre e, hoje, com um braço voltado à torrefação de grãos, fornece o produto para mais de 50 cafeterias da Capital.
Margaret lembra que a ideia de empreender veio pelo desejo de ter um espaço de encontro. "Sempre gostamos de ir em cafés e só tinha em shopping. Comecei a conversar com as pessoas e percebi que faltava um café para a gente se encontrar em Porto Alegre. Minha filha, na época, estava fazendo um mestrado na UNB e eu fui a Brasília. Fomos com o guia da Veja nos melhores cafés de lá. Quando chegamos no Grená, que era um café pequeno, com duas mesinhas, o garçom nos explicou o que era café especial. Foi a primeira vez que ouvi falar em café com sabor", lembra a empreendedora.
A partir dessa experiência, começou a construção do Baden. Foram quatro anos de pesquisa, com viagens para Minas Gerais, nas fazendas de café, e dois anos de obra até a inauguração em abril de 2012. No mesmo período, Guert havia concluído o curso de Agronomia e embarcou no projeto com a mãe. Margaret conta que o cenário das cafeterias era muito diferente na época, tanto que os sócios tiveram receio de como seria a recepção em relação ao modelo de negócio. "O meu medo era saber se o gaúcho ia tomar o café especial, que na época não tinha por aqui. O primeiro pessoal que chegou era o da universidade, aqui do entorno, que tinha muita gente que fazia mobilidade acadêmica em outros países e remetia muito a um café europeu. Foi a primeira fase do negócio", diz Margaret, que percebe as transformações ao longo dos anos de operação. "Não é um público que começou de um jeito e permaneceu, ele se modifica", afirma.
Margaret e Guert fizeram cursos no Coffee Lab, em São Paulo, e receberam a assessoria do Grená para desenvolver o negócio. A escolha do ponto no bairro Santana foi natural, já que a família mora na região há 30 anos. O bairro reunia características importantes para manter o foco no café. "O café tem uma característica. Por mais que tu vendas, ele tem um limite no espaço que tu colocas para manter o café, porque o lucro é pequeno. Então, não podia ser grande, se não virava um bistrô, perdia o foco no café", explica Margaret. "Escolhemos o Santana porque sempre moramos aqui. Olhei vários locais, mas eu não queria ir para outro lugar que não fosse para esse entorno. É o nosso chão, onde estão as pessoas com quem nos relacionamos", pontua a empreendedora. Para Guert, o bairro tem uma diversidade difícil de encontrar em outros pontos."Adoramos o bairro. É bem centralizado, tem a Redenção, o Bom Fim, a Cidade Baixa por perto. Tem pracinhas, tem parque, então as pessoas caminham muito, ao contrário de bairros que as pessoas só andam de carro. O legal aqui é que é bem eclético. Nessa rua tem a Vila Planetário, tem a galera de classe média alta, baixa, tem estudantes que é um público muito legal, com cabeça mais aberta, conseguimos pegar de tudo. Não é uma bolha", acredita. "As pessoas são muito legais. O melhor do bairro são as pessoas. Não teríamos esses clientes em nenhum outro local", completa Margaret.
Margaret e Guert fizeram cursos no Coffee Lab, em São Paulo, e receberam a assessoria do Grená para desenvolver o negócio. A escolha do ponto no bairro Santana foi natural, já que a família mora na região há 30 anos. O bairro reunia características importantes para manter o foco no café. "O café tem uma característica. Por mais que tu vendas, ele tem um limite no espaço que tu colocas para manter o café, porque o lucro é pequeno. Então, não podia ser grande, se não virava um bistrô, perdia o foco no café", explica Margaret. "Escolhemos o Santana porque sempre moramos aqui. Olhei vários locais, mas eu não queria ir para outro lugar que não fosse para esse entorno. É o nosso chão, onde estão as pessoas com quem nos relacionamos", pontua a empreendedora. Para Guert, o bairro tem uma diversidade difícil de encontrar em outros pontos."Adoramos o bairro. É bem centralizado, tem a Redenção, o Bom Fim, a Cidade Baixa por perto. Tem pracinhas, tem parque, então as pessoas caminham muito, ao contrário de bairros que as pessoas só andam de carro. O legal aqui é que é bem eclético. Nessa rua tem a Vila Planetário, tem a galera de classe média alta, baixa, tem estudantes que é um público muito legal, com cabeça mais aberta, conseguimos pegar de tudo. Não é uma bolha", acredita. "As pessoas são muito legais. O melhor do bairro são as pessoas. Não teríamos esses clientes em nenhum outro local", completa Margaret.
Em 2014, o Baden se tornou também uma torrefação, localizada na Zona Norte, que é comandada por Guert, enquanto Margaret fica na rotina da cafeteria. Hoje, por mês, é feita a torra de cerca de duas toneladas de café, distribuídos para mais de 50 cafeterias em Porto Alegre. A crescente demanda, percebe Guert, é um indicativo do mercado pujante de cafeterias na Capital. "O cenário de Porto Alegre não deixa nada a desejar para o de São Paulo. Lá tem mais do mesmo, aqui cada uma tem a sua identidade. Tem quem encare como concorrência, mas a ideia, desde que abrimos, é melhorar o cenário", garante Guert, que lembra de uma ação do Baden para incentivar o consumo em outros estabelecimentos. "Fizemos um cartão de cliente infiel, que tu tinhas que ir em quatro cafeterias para carimbar e, quando preenchesse, ganhava um café. As pessoas falavam que eu estava incentivando meu concorrente, mas a ideia era fomentar. Tem espaço para crescer", acredita.
Com oito colaboradores na cafeteria, Margaret conta que o perfil é de pessoas autônomas em suas atividades, o que considera essencial para a operação. "O pessoal que trabalha aqui, ao mesmo tempo que tem as normas rígidas, são todos tipo alfa, tem capacidade de fazer a função deles sem ninguém dizer o que deve ser feito", considera a empreendedora, contando que há funcionários que estão desde o início do negócio, ponto importante para a relação com a clientela. "Eles são a cara do Baden. Eles que fazem o que as pessoas consomem, que atendem, que abrem e fecham. Esse pessoal que está há muito tempo aqui é, de fato, o Baden. A gente só corre atrás do café, da torra, e cuida da parte bancária", afirma.
Restaurante uruguaio completa cinco anos no centro do bairro Santana
O El Pesto, que opera desde 2017, aposta em quitutes e temperos típicos do país vizinho
É mirando nos valores de cooperação e fomento à economia local que o uruguaio Eduardo Alqueres Vera comanda o El Pesto, restaurante que fica na avenida Jerônimo de Ornelas, nº 596. No espaço, ele serve itens típicos do país vizinho, como empanadas, e tem nas pizzas com preparo uruguaio o carro-chefe da operação.
Eduardo conta que valorizar os negócios do entorno é uma tradição que trouxe de seu país de origem. "O Uruguai é um país de cooperativas, e nós estamos sempre trazendo para o bairro um sistema para juntar o comércio. Defendemos interagir de forma colaborativa não só da boca para fora. Compro meus produtos aqui na comunidade. Sou cliente dos meus vizinhos e eles são meus. Isso é fundamental", percebe o empreendedor, que chegou ao bairro Santana em 2017, em um outro ponto na mesma rua.
Há um ano, está no novo espaço, dessa vez mais amplo para receber mais clientes. A escolha pelo bairro, no entanto, não foi proposital. Segundo ele, foi uma oportunidade para assumir um negócio originalmente tocado por uma amiga. No entanto, hoje, há muita identificação com a região. "Esse bairro tem uma característica parecida com o Interior. Porém, é um interior participativo. É um bairro que tem muitas famílias, temos um público que vai de criança até 90 anos. Os moradores são muito parceiros", garante Eduardo.
O desejo de trazer a tradição de colaboração uruguaia para o bairro Santana fez Eduardo criar, recentemente, o Circuito Comercial Jerônimo, um encontro para reunir os comerciantes da rua para pensar melhorias na região, tratar as questões de segurança e promover eventos. "Somos privilegiados porque, em 150 metros, tem mais de 12 comércios, desde açougues, farmácias, padaria, floricultura, cafeterias", percebe o empreendedor, destacando que a união é fundamental para trazer mais segurança e estimular os negócios locais.
Artista plástico e publicitário, Eduardo conta que optou pela gastronomia por acreditar que é um segmento pujante no Brasil. "É um País com potencial muito grande para a gastronomia. Come-se muito e muito bem. Lembro que, quando cheguei no Rio Grande do Sul, fui no supermercado e fiquei apavorado. Venho de um país onde o consumo não faz parte do dia a dia. Antigamente, não existiam grandes supermercados. Comprava o necessário para o dia", compara. Ele conta que aprendeu a cozinhar ainda criança, aos 12 anos, quando perdeu a mãe. Assim, é com uma gastronomia com foco no afeto e nas tradições uruguaias que ele procura cativar a clientela. "Tudo é feito na casa, fresco. Todo dia fazemos os molhos, as massas. Temos a felicidade de ter um produto de primeira linha. Aqui, servimos uma empanada feita com mãos uruguaias, dentro dela, tem um recheio feito com os temperos uruguaios", explica o empreendedor.
Eduardo ressalta que é importante focar no diferencial, naquilo que identifica o negócio. "Não é uma questão de moda, é uma questão de gostar do que serve. O reconhecimento das pessoas vêm, justamente, daquilo que se encontra como diferente. Tem que reconhecer o carro-chefe e investir nele. Me perguntam se não tenho arroz e feijão, mas por que eu investiria em algo que tem em todos os lugares. Tem que ser claro qual é o teu segmento. Sou muito reconhecido como estrangeiro, como uruguaio, e o meu produto é muito vinculado a minha origem", pondera Eduardo, que, aos sábados, serve apenas pizza. "Hoje, o carro-chefe é pizza. Começou com o pastel, pulou para empanada e depois para pizza. Os clientes comentam que o recheio é diferente e a massa é fina e crocante, bem ao estilo uruguaio", afirma.
Com quatro colaboradores, o empreendedor pontua que a relação com os moradores e clientes do bairro é um diferencial do espaço.
"Para ter um negócio, precisa ter prazer de tratar com as pessoas e não enxergar só como financiadores do teu projeto. Essas pessoas são parceiras. Aqui, os clientes falam com o dono do negócio. Somos abertos, temos a capacidade de ser um estabelecimento que as crianças adoram, porque se sentem livres, se comportam como crianças, como deveria ser", ressalta.
Restaurante Santa Helena é ponto tradicional da região há quase 50 anos
Empreendedores acreditam que o bom relacionamento com o cliente é a chave para um negócio duradouro
Seguindo os mesmos propósitos que seu pai estabeleceu para o negócio em 1974, Clarisse Locatelli Smith comanda, ao lado do marido Simon, o empreendimento que faz parte da família há 48 anos. O Restaurante Santa Helena, ponto tradicional do bairro Santana, ocupa o número 394 da rua Jacinto Gomes. Foi Claudino Locatelli que, durante a década de 1970, iniciou o negócio que viria a ser legado da família.
"Ele começou tudo, foi o pioneiro nos restaurantes da família. Tinha cerca de doze churrascarias na época, e, em 1991, pegamos esse ponto. Mesmo tendo mudado algumas coisas, como o cardápio, que antes era só churrascaria, o lugar continua nos mesmos moldes, sendo um restaurante familiar", garante Clarisse, que, além de trabalhar ao lado do marido, também conta com a ajuda da filha Caroline. "Ela é psicóloga, mas, quando não está atendendo, está aqui nos ajudando, e pretendemos seguir assim até quando der, porque temos o apoio dos clientes, que gostam e continuam voltando", declara.
Com muito orgulho da trajetória trilhada pela família, Clarisse é só sorrisos ao falar sobre a relação que construiu com a clientela e, consequentemente, com o bairro. "Temos muitos clientes antigos, fiéis mesmo, que vinham quando meu pai abriu e hoje trazem os filhos e netos. Se saímos na rua, o pessoal pergunta o que vai ter de comida hoje, é um bairro maravilhoso para trabalhar e viver, porque é tudo perto", afirma a empreendedora, que também é moradora do Santana desde pequena. "É como uma cidadezinha pequena, tem festinha da rua, alguém se monta de Papai Noel no Natal para as crianças, e tu sempre ficas sabendo das fofocas", brinca Simon.
Por já operarem com sistema de tele-entrega antes da pandemia, o casal conta que os prejuízos não foram tantos. "Não fechamos nenhuma vez. Estávamos estruturados para isso e acabamos nos dando bem", explica, admitindo que o faturamento baixou bastante, mas foi o suficiente para manter as portas abertas sem demitir nenhum funcionário.
A dupla ressalta que foram muitos os desafios enfrentados ao longo dos anos, mas que a dedicação, aliada à qualidade que buscam oferecer no negócio, foi o que os manteve firmes. "Não adianta elevar o preço do produto e baixar a qualidade, se tu fores cobrar mais, tens que oferecer algo bom. Também não pode relaxar, mesmo que o tempo passe, tem que buscar se aprimorar, e ter um bom relacionamento com o teu público", cita Simon. O local opera de segunda a sexta, das 11h às 14h, aos sábados, das 11h às 14h30min e aos domingos, das 11h às 15h.
Empreendedor aposta na tradição do xis para abrir negócio no bairro Santana
O negócio possui 13 sabores do lanche, com as opções vegetarianas
Foi pensando na simplicidade e na importância do xis para a cultura do Rio Grande do Sul, que Daniel Badin decidiu apostar no quitute na hora de empreender. Assim, abriu o Xis do Badin em 2021.
Localizado no bairro Santana, o negócio não é o primeiro empreendimento de Daniel. Natural de Relvado, o administrador veio para Porto Alegre com 14 anos. Ele conta que trabalhou como garçom em restaurantes durante um tempo. Foi em 2001, quando começou a ajudar no negócio da irmã, o Bar da Praça. que teve o primeiro contato com o bairro. Antes de chegar ao Santana, ele teve, por 15 anos, um restaurante na avenida Protásio Alves. Em 2018, o empreendedor decidiu vender o estabelecimento que tinha e começou a estudar as possibilidades de abrir um projeto próprio, sem sociedade. Daniel comenta que, depois que se desfez do antigo negócio, ficou um ano parado. Foi durante a pandemia que a ideia de abrir um estabelecimento focado em xis surgiu. "Não queria sociedade, queria uma coisa que fosse minha, e decidi abrir e ver o que ia acontecer", conta.
O administrador fala que o período de montagem do negócio foi desafiador, e que, apesar de receber ajuda da família, o momento foi complicado. Em janeiro de 2021, o Xis do Badin, abriu as portas. "Fomos bem aceitos aqui no bairro pelo pessoal, acho que temos sorte, não posso me queixar de um cliente. É muito bacana o feedback, me arrepio de falar das pessoas que a gente tem como cliente", comenta o empreendedor.
O bairro Santana sempre foi a escolha de Daniel para montar o negócio, por já ter uma familiaridade com a região. Ele conta que a convivência com os outros empreendimentos locais é tranquila e que todos se ajudam no que podem.
Para tentar trazer um diferencial, o Xis do Badin aposta nos ingredientes, na profissionalização dos funcionários e nos sabores do cardápio, como o xis de entrecot acebolado com gorgonzola, além das opções vegetarianas, que representam cerca de 25% das vendas do estabelecimento. O dono do negócio também atua na chapa e na preparação dos lanches, comportamento que, para ele, é importante nesse início.
"No começo, fiquei mais no gerenciamento, ensinando o pessoal a fazer as coisas, mas não funcionou, então entendi que tinha que me dedicar nisso também", explica.
Para Daniel, um diferencial do bairro Santana é a rede entre os moradores da região, que é muito forte. Ele conta que o empreendimento acaba recebendo muitos clientes no local por conta das indicações dos moradores.
"Acho que é até por isso que eu agradeço os clientes daqui, eles vêm por indicação, o pessoal fala mesmo, eles nos adotaram nesse sentido", comemora o empreendedor. O Xis do Badin opera de segunda a terça-feira das 15h às 23h, e de quarta-feira a sábado das 11h às 23h.
Com 17 anos de história, mercado se consolida no bairro Santana
O negócio funciona das 6h às 21h e fecha aos domingos
Marcelo Soares é o nome por trás do Mercado Soares, localizado na avenida João Pessoa, nº 1220. O empreendedor chegou em Porto Alegre há 24 anos, buscando uma melhor condição de vida e oportunidades de emprego. Começou trabalhando como funcionário em mercados no Bom Fim e pegou gosto pela função.
Depois de sete anos, Marcelo sentiu vontade de abrir seu próprio negócio, e, como já tinha familiaridade com o comércio, optou por montar um mercado. "Como já trabalhava nessa profissão como funcionário, achei que tinha chegado o momento de ter um negócio meu", explica.
Inaugurado em 2005, o Soares está no mesmo ponto até hoje. O dono do empreendimento fala que, os primeiros anos, por conta da sua falta de experiência, foram muito difíceis. Sua rotina era dedicada a entender como administrar, sozinho, tudo que uma loja do tipo exige. Por conta disso, Marcelo afirma que não conseguia aproveitar finais de semanas e feriados com a família, e que, só agora, ele está tendo tempo para conciliar esses momentos de lazer com o trabalho. "Trabalhava todos os domingos, são muitas contas. Só neste ano que eu não estou mais trabalhando esses dias, depois de 16 anos. Trabalhava no Dia dos Pais, Dia das Mães, todos os dias. Agora, foi o primeiro Dia dos Pais que eu passei com meus filhos", afirma o empreendedor.
Antes de abrigar o Mercado Soares, o ponto já tinha um mercadinho, e Marcelo sabia que o dono queria vender o negócio, outro motivo que fez com que ele começasse seu empreendimento no local. Ele conta que isso facilitou no início, já que o antigo dono entregou todos os contatos dos fornecedores da loja, e que sua experiência como funcionário em mercados também auxiliou na busca pelos produtos.
Marcelo lembra que quando decidiu abrir o próprio negócio, pesquisou áreas na região e achou o bairro Santana um bom lugar para iniciar, por ser perto de vários pontos importantes, como o Jornal do Comércio, e uma agência do Banrisul, que ficava nas proximidades, além do Parque da Redenção, que, segundo ele, sempre gerou muito movimento. Com muitos anos de mercado, o empreendedor fala que conhece quase todo mundo no local, e que, como mora no bairro, fica mais fácil ter uma ligação com os moradores e empreendedores locais.
Para o dono do negócio, é gratificante ver que muitos funcionários, que entraram jovens, hoje possuem seus próprios empreendimentos. Atualmente, o Mercado Soares conta com oito colaboradores, além da esposa e do irmão de Marcelo, que ajudam em algumas funções.
O empreendedor afirma que, a partir deste ano, pretende sair mais para conhecer melhor os negócios dos colegas de bairro, que gostaria de poder visitar os vizinhos, mas que não tem a intenção de continuar no setor de venda por muito tempo, para poder aproveitar mais os momentos com a família e com os amigos.
Barbearia fideliza clientes há 15 anos no bairro Santana
O negócio já atendeu personalidades como Marcelo D2 e jogadores da dupla Grenal
Entre jogadores de futebol e artistas, a barbearia Studio Trio Art já conquistou até os clientes mais exigentes. Isso é o que afirma Carlos Souza, um dos sócios do empreendimento, junto com Paulo Souza, seu irmão, e Jader Oliveira, amigos há mais de 17 anos.
A sede da operação fica localizada na rua Santana, n° 480, e conta com unidade na Zona Sul, na avenida Wenceslau Escobar, n° 1788. "Nosso diferencial é uma equipe que trabalha junto há muito tempo e um padrão de qualidade que não muda apesar de estarmos sempre nos modernizando", garante Carlos.
Inicialmente colegas de trabalho, o trio decidiu abrir uma barbearia própria quando perceberam que trabalhar para outras pessoas não interessava a longo prazo. "Nós vimos que os proprietários do estabelecimento não davam muito valor no nosso trabalho. Ficamos nervosos no começo, mas deu muito certo. Depois de cerca de um ano de altos e baixos, o negócio engrenou", lembra.
Carlos conta que eles já investiram na formação de barbeiros. "Nós formamos mais de 250 barbeiros, ainda somos contratados para fazer workshops e temos alguns alunos aqui também, oferecemos cursos rápidos de técnica de barbearia", conta.
Com serviços especializados de cuidado masculino, a barbearia conta com cortes tradicionais e modernos, platinados, freestyle, dreads, luzes e outros. "É perceptível que o público masculino está se cuidando bem mais. Se tu caminhares meia quadra, já vê outras barbearias. Aqui tem espaço para todas. Não troco o Santana por nada, me criei aqui. É um bairro muito tranquilo, muito bom, próximo de tudo", assegura Carlos.
A barbearia, que já atendeu jogadores do Inter e do Grêmio, o Marcelo D2 e o vocalista do grupo Pixote, funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h30min, sábado, das 10h às 17h. O agendamento pode ser feito pelo Instagram (@studiotrioart).