Isadora Jacoby

O El Pesto, que opera desde 2017, aposta em quitutes e temperos típicos do país vizinho

Restaurante uruguaio completa cinco anos no centro do bairro Santana

Isadora Jacoby

O El Pesto, que opera desde 2017, aposta em quitutes e temperos típicos do país vizinho

É mirando nos valores de cooperação e fomento à economia local que o uruguaio Eduardo Alqueres Vera comanda o El Pesto, restaurante que fica na avenida Jerônimo de Ornelas, nº 596. No espaço, ele serve itens típicos do país vizinho, como empanadas, e tem nas pizzas com preparo uruguaio o carro-chefe da operação.
É mirando nos valores de cooperação e fomento à economia local que o uruguaio Eduardo Alqueres Vera comanda o El Pesto, restaurante que fica na avenida Jerônimo de Ornelas, nº 596. No espaço, ele serve itens típicos do país vizinho, como empanadas, e tem nas pizzas com preparo uruguaio o carro-chefe da operação.
Eduardo conta que valorizar os negócios do entorno é uma tradição que trouxe de seu país de origem. "O Uruguai é um país de cooperativas, e nós estamos sempre trazendo para o bairro um sistema para juntar o comércio. Defendemos interagir de forma colaborativa não só da boca para fora. Compro meus produtos aqui na comunidade. Sou cliente dos meus vizinhos e eles são meus. Isso é fundamental", percebe o empreendedor, que chegou ao bairro Santana em 2017, em um outro ponto na mesma rua.
Há um ano, está no novo espaço, dessa vez mais amplo para receber mais clientes. A escolha pelo bairro, no entanto, não foi proposital. Segundo ele, foi uma oportunidade para assumir um negócio originalmente tocado por uma amiga. No entanto, hoje, há muita identificação com a região. "Esse bairro tem uma característica parecida com o Interior. Porém, é um interior participativo. É um bairro que tem muitas famílias, temos um público que vai de criança até 90 anos. Os moradores são muito parceiros", garante Eduardo. 
LUIZA PRADO/JC
O desejo de trazer a tradição de colaboração uruguaia para o bairro Santana fez Eduardo criar, recentemente, o Circuito Comercial Jerônimo, um encontro para reunir os comerciantes da rua para pensar melhorias na região, tratar as questões de segurança e promover eventos. "Somos privilegiados porque, em 150 metros, tem mais de 12 comércios, desde açougues, farmácias, padaria, floricultura, cafeterias", percebe o empreendedor, destacando que a união é fundamental para trazer mais segurança e estimular os negócios locais.
Artista plástico e publicitário, Eduardo conta que optou pela gastronomia por acreditar que é um segmento pujante no Brasil. "É um País com potencial muito grande para a gastronomia. Come-se muito e muito bem. Lembro que, quando cheguei no Rio Grande do Sul, fui no supermercado e fiquei apavorado. Venho de um país onde o consumo não faz parte do dia a dia. Antigamente, não existiam grandes supermercados. Comprava o necessário para o dia", compara. Ele conta que aprendeu a cozinhar ainda criança, aos 12 anos, quando perdeu a mãe. Assim, é com uma gastronomia com foco no afeto e nas tradições uruguaias que ele procura cativar a clientela. "Tudo é feito na casa, fresco. Todo dia fazemos os molhos, as massas. Temos a felicidade de ter um produto de primeira linha. Aqui, servimos uma empanada feita com mãos uruguaias, dentro dela, tem um recheio feito com os temperos uruguaios", explica o empreendedor.
LUIZA PRADO/JC
Eduardo ressalta que é importante focar no diferencial, naquilo que identifica o negócio. "Não é uma questão de moda, é uma questão de gostar do que serve. O reconhecimento das pessoas vêm, justamente, daquilo que se encontra como diferente. Tem que reconhecer o carro-chefe e investir nele. Me perguntam se não tenho arroz e feijão, mas por que eu investiria em algo que tem em todos os lugares. Tem que ser claro qual é o teu segmento. Sou muito reconhecido como estrangeiro, como uruguaio, e o meu produto é muito vinculado a minha origem", pondera Eduardo, que, aos sábados, serve apenas pizza. "Hoje, o carro-chefe é pizza. Começou com o pastel, pulou para empanada e depois para pizza. Os clientes comentam que o recheio é diferente e a massa é fina e crocante, bem ao estilo uruguaio", afirma. 
Com quatro colaboradores, o empreendedor pontua que a relação com os moradores e clientes do bairro é um diferencial do espaço. 
 
"Para ter um negócio, precisa ter prazer de tratar com as pessoas e não enxergar só como financiadores do teu projeto. Essas pessoas são parceiras. Aqui, os clientes falam com o dono do negócio. Somos abertos, temos a capacidade de ser um estabelecimento que as crianças adoram, porque se sentem livres, se comportam como crianças, como deveria ser", ressalta.
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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