Misturando a cultura gaúcha e a sua paixão por bebidas, Matheus Berghahn criou um gin que leva na composição a semente da Araucária, o pinhão. O gaúcho, de 28 anos, nasceu em Porto Alegre, mas foi criado em Esteio, e, desde pequeno, se interessa por empreendedorismo e tecnologia.
Aos 17 anos, Matheus, junto com amigos, montou sua primeira startup, voltada a desenvolver sistemas para condomínios, mas a falta de experiência fez com que o negócio fechasse depois de seis meses. Formado em Ciências da Computação, o jovem começou a trabalhar na SAP, em 2019, e continua na empresa até hoje, conciliando a vida de gestor de equipe com a de empresário. “É difícil, são 15 horas de trabalho por dia, acabo funcionando nos turnos opostos, mas também é muito gratificante ver um projeto pessoal dando certo”, afirma.
No mesmo ano que entrou na empresa, Matheus organizava festas com seus colegas de curso, e era o responsável por levar as bebidas para o evento. Foi quando leu uma matéria que abordava o mercado nacional de gin. Se interessando pelo assunto, ele começou a estudar sobre o tema, fez um curso em São Paulo, onde aprendeu na prática como funciona a produção da bebida, e decidiu que iria investir na área.
O projeto começou a ser elaborado em 2019, mas a pandemia dificultou as coisas para o empreendedor, que precisou atrasar os planos. Somente em novembro de 2021, a Believer Gin chegou no mercado gaúcho. Com a proposta de ser um gin diferente e com preços mais acessíveis, o gaúcho desenvolveu uma receita que leva uma semente muito consumida no Rio Grande do Sul, o pinhão. “Nosso gin não é de pinhão, mas ele é um dos principais ingredientes da nossa fórmula”, ressalta.
A destilaria fica em Esteio, e, atualmente, tem capacidade para produzir 5 mil garrafas, de 700ml, por mês. O produto é vendido em diversos mercados do Estado, e enviado para todo o Brasil através de e-commerce próprio. Matheus conta que investiu cerca de R$ 700 mil no negócio, e que, mesmo com o crescimento do empreendimento, ele faz questão de continuar sendo o responsável pelo processo de destilação da bebida.
As garrafas de vidro são importadas da China, mas pintadas e personalizadas em São Paulo. “Estamos investindo na marca, na identidade da empresa, nossas garrafas têm detalhes com a Araucária e com o pinhão, além do vidro ser azul, o que nos destaca”, comenta. Além do pinhão, o gin leva outros 14 botânicos, e pode ser encontrado por R$ 99,00.
Matheus comenta que como a proposta é algo novo no Estado, ainda existe o receio dos compradores e clientes quanto ao sabor do produto, mas que o objetivo da empresa é mostrar que o Rio Grande do Sul tem capacidade para produzir bebidas destiladas com uma qualidade igual, ou melhor, do que as importadas. “Queremos fazer o gin gaúcho ser mais conhecido não só no Brasil, mas no mundo”, explica.
Sobre o futuro do empreendimento, o sócio afirma que não pretende produzir outros tipos de destilados, mas que está pensando em novos sabores. Matheus afirma que ainda é o único responsável pela marca, porém, existem negociações para a venda de 10% da empresa, o que, segundo ele, pode ajudar no crescimento do negócio.