Pacato, mas pujante, o bairro passa por uma retomada, e isso fica evidente pela quantidade de novos negócios que chegaram a região

Rio Branco atrai bares e empreendimentos de gastronomia, com nova cena noturna


Pacato, mas pujante, o bairro passa por uma retomada, e isso fica evidente pela quantidade de novos negócios que chegaram a região

A produção do GE nos bairros é sempre especial para a equipe. Nesta edição, saímos da redação com o novo time completo, pela primeira vez, para uma imersão no Rio Branco, bairro escolhido por quem acompanha o GeraçãoE no Instagram (@jcgeracaoe).Foram três dias de produção intensa pelas ruas da região. Esta vivência nos permite entender, na prática, o que os empreendedores e empreendedoras nos relatam em entrevistas. Pacato, mas pujante, o Rio Branco passa por uma retomada, e isso ficou evidente na quantidade de sugestões de novos negócios que recebemos. Apesar do movimento das novas operações, muitas noturnas, a região não perdeu sua característica, com muitas pessoas caminhando na rua, inúmeros cachorros vindo dar um oi para a equipe durante as gravações na calçada e histórias de empreendedorismo que destacam, sobretudo, a parceria entre os negócios.
A produção do GE nos bairros é sempre especial para a equipe. Nesta edição, saímos da redação com o novo time completo, pela primeira vez, para uma imersão no Rio Branco, bairro escolhido por quem acompanha o GeraçãoE no Instagram (@jcgeracaoe).

Foram três dias de produção intensa pelas ruas da região. Esta vivência nos permite entender, na prática, o que os empreendedores e empreendedoras nos relatam em entrevistas. Pacato, mas pujante, o Rio Branco passa por uma retomada, e isso ficou evidente na quantidade de sugestões de novos negócios que recebemos. Apesar do movimento das novas operações, muitas noturnas, a região não perdeu sua característica, com muitas pessoas caminhando na rua, inúmeros cachorros vindo dar um oi para a equipe durante as gravações na calçada e histórias de empreendedorismo que destacam, sobretudo, a parceria entre os negócios.

Conseguimos entender o porquê do bairro ser a aposta de tantos novos projetos da cidade. Centralizado, movimentado na medida, num híbrido de prédios baixos residenciais e negócios em casarões antigos, o Rio Branco é o novo ponto efervescente de Porto Alegre.

A história do bairro

Nomeado a partir da morte do Barão do Rio Branco, em 1912 o bairro homônimo era conhecido até então como Colônia Africana, em virtude da região acolher diversas famílias de alforriados e mais tarde de libertos pela Lei Áurea. Um dos pontos de referência que ainda existem é a Paróquia Nossa Senhora da Piedade, na Rua Cabral, antiga Rua Boa Vista. A antiga capela remonta a 1890, porém a região não se desenvolveu ao seu redor, como costume em cidades de origem portuguesa, tendo em vista a maioria dos moradores cultivarem sua religiosidade de matriz africana. O carnaval na região sempre foi destaque, pela existência de blocos e cordões, muitas vezes premiados em coretos por toda Porto Alegre.
Vinícius Mitto é Professor e Arquivista e apresenta uma série sobre a história dos bairros de Porto Alegre no @cartaotri e no seu @bahguri.rs

Com 26 anos de história, Miau da Cabral é referência no Rio Branco

Há 44 anos, a família de Senilda Imhoff, 66, empreende no mesmo ponto na esquina das ruas Cabral e Miguel Tostes. O espaço, que no início abrigava um mercadinho com açougue, é conhecido, desde 1996, como Miau da Cabral, local especializado em espetinhos que se tornou referência no bairro Rio Branco.

Hoje, Senilda toca o negócio ao lado dos filhos Alexsander e Cláudia Imhoff, e celebra a existência do negócio ao longo dos anos. Para ela, o segredo é a simplicidade e a capacidade de resistir nos momentos adversos, como a pandemia, quando o negócio reduziu pela metade seu espaço físico. "Não deixamos a peteca cair. Diminuímos bastante nosso bar, mas estamos aí tentando ficar de pé. Já caímos, já levantamos e assim estamos indo", orgulha-se.
O trio lembra que o início do negócio aconteceu sem muito planejamento, quando o marido de Senilda, Cláudio Raul Imhoff, começou a fazer espetinhos para os amigos em dia de jogos. "Meu pai costumava fazer uma reunião com os amigos com aqueles churrascos de meio latão. Um dia, compramos uma máquina de churrasquinho para fazer para os amigos. Começou a parar gente para comprar. Eu era pequeno e meu pai disse que eu ia assar. Como tínhamos o açougue, ficou fácil para fazer. Em um dia, vendemos 30 churrasquinhos", lembra Alexsander, que começou a assar aos 13 anos, quando cada espetinho custava R$ 1,00. Hoje, ele segue assando, enquanto Senilda e Claudia comandam o caixa e o salão.

Logo, o mercadinho deu lugar ao Miau da Cabral, que começou a operar em 1996. De lá para cá, o espaço reúne histórias e clientes fiéis. "Tem gente que vem aqui e diz 'Dona Senilda, você ainda por aqui? Eu vinha te pedir uma bala quando criança e hoje tenho filho'. Isso é muito satisfatório, é um reconhecimento", percebe a empreendedora. Para ela, essa relação próxima com quem frequenta o espaço se estende ao bairro. "Conhecemos todo mundo e todo mundo nos conhece. Tu és abraçado por todos. Me marca ter criado meus filhos dentro desse espaço e, agora, estar com meus netos", diz Senilda, com a pequena neta Martina no colo.

O espaço serve de referência para os novos negócios que chegam à região. A relação com os novos residentes da rua é muito positiva, segundo a família. "É um orgulho ser uma referência, ver gente nova chegando com outras opções. Está ficando bem bacana a Cabral", garante Senilda. Para fortalecer o comércio local, os bares da rua atuam de forma conjunta, conta Alexsander. "Não temos discriminação de consumo nas mesas. Pode consumir do outro bar aqui, e vice e versa. O Fênix, por exemplo, não tem cozinha, então eles nos pedem pelo WhastApp e entregamos direto ali. O pessoal toma os drinks deles aqui também. Está bem legal essa parceria", comemora o assador.

Além do espaço físico, o Miau opera por delivery, modalidade que triplicou na pandemia. É possível pedir pelo Ifood e pela tele-entrega própria do local pelo WhatsApp (51 99298-6627). O espaço funciona de segunda-feira a sábado, das 17h30min às 23h.

Bar aposta no uso da calçada para fomentar empreendedorismo de rua em Porto Alegre

Acreditando no potencial do bairro Rio Branco, os sócios André Colombo, Daniela Martins Cafruni e João Henrique Silva Martins abriram, em março, o Fenix, bar especializado em drinks que conta com uma pista de dança na rua Cabral, nº 295. A ideia surgiu na pandemia com o propósito de ressurgir das cinzas após um período difícil em isolamento. Assim como uma fênix, o bar pretende ser um espaço de renovação.

O primeiro lugar visitado pelo trio foi o escolhido: a famosa rua Cabral no Rio Branco. "Acreditamos que é um bairro que está em ascensão. Queremos trazer a comunidade para esse bairro e proporcionar isso como um benefício para os moradores", pontua João.

Segundo os sócios, a calçada é um dos pontos fortes do bar, pois pretende unir os negócios de forma colaborativa. "Somos focados em drinks e os vizinhos, em comida. Não existe concorrência, mas uma colaboração, já que todos têm o seu espaço. Conseguimos acolher todo mundo. As pessoas não estão preparadas para negócios em união, mas deveria ser comum", explica João, que conversou com os negócios da região antes de apostar no bairro. "Antes de abrirmos, conversamos com o pessoal do Miau da Cabral para entender o público e vimos que poderíamos agregar e trazer mais gente. Ver tão rápido esse retorno é um objetivo alcançado", celebra.

O sócio descreve o bar como "um lugar que não intimida as pessoas a irem sozinhas" devido a sua receptividade. "Tem uma calçada larga, então entendemos que seria um local bacana para as pessoas ocuparem. Acreditamos muito em ocupar os espaços urbanos para trazer mais segurança para o bairro e conforto também", percebe.
Este não é o primeiro empreendimento de João. O sócio também é proprietário do Joseph's, café e bar situado na rua André da Rocha, no Centro Histórico. Além destes dois negócios, o Josephyna's, no Bom Fim, foi o seu primeiro projeto, fechado em 2022. Segundo o administrador de empresas, o Fenix é a ressignificação do seu antigo negócio. "Fiz amigos e criei drinks. Transformei o que eu tinha de sentimento numa fênix. Para mim, foi a melhor coisa que poderia ter feito", orgulha-se.

Além das mesas na calçada, o negócio conta com uma pequena pista de dança em seu espaço interno. A ideia é que funcione mais cedo que as festas regulares com hora para encerrar. O bar opera de quarta-feira a sábado, das 17h à meia-noite. Para o futuro, João está seguro e esperançoso. "A gente não está neste mundo para qualquer coisa, pois cada um tem o seu propósito. Aqui você encontra o que queremos dividir contigo. Muitas vezes, vamos errar, não vamos nos identificar, as energias não vão bater, mas não vamos desistir e parar de acreditar. É preciso renascer e lutar", acredita.

Paraibano traz delivery de comida chinesa de Novo Hamburgo para Porto Alegre

Na agitada rua Mariante, nº 967, Jaelson Camilo, paraibano que mora há 15 anos no Rio Grande do Sul, comanda o Império da China, espaço focado na venda por retirada e delivery de comida chinesa. A primeira loja de rua foi aberta em Nova Hamburgo, há 10 anos, por Jaelson e Laires Camilo, seu sócio e irmão. Em 2020, a dupla abriu uma operação na zona norte da Capital que, neste ano, mudou-se para o bairro Rio Branco.

"Quando nós viemos da Paraíba para cá, eu tinha 18 anos, e, desde o começo, trabalhamos com comida chinesa. Gostamos do trabalho e queríamos criar uma receita nossa. Nós fazemos uma massa fresca, com molho natural, sem conservantes nem pózinhos mágicos. Esse era o principal objetivo da loja", lembra Jaelson.

A preferência pelo bairro Rio Branco foi uma escolha estratégica. "Aqui é um lugar muito centralizado, próximo dos bairros Bela Vista, Moinhos de Vento, Santana. Então foi o lugar ideal", explica. A principal especialidade do Império da China é a yakissoba, que conta com versões vegetarianas, lowcarb e sem glúten. O espaço, que opera todos os dias, dá enfoque aos preços baixos. "Temos pratos a partir de R$ 21,90. Fazemos, em média, 60 pedidos por dia, em Novo Hamburgo, cerca de 200", aponta.
De acordo com Jaelson, o público do Império são pessoas que trabalham em escritório e não tem tempo de ir até um restaurante, por isso o formato delivery. "Para comprar uma comida, é interessante conhecer o lugar, saber onde foi feito, é isso que eu prezo, por isso optamos pela loja de rua, assim as pessoas conhecem, vem aqui e trocam ideia, sabem um pouco da história da marca, eu acho muito importante esse relacionamento", afirma.
Apesar de ainda residir em Novo Hamburgo, o empreendedor se locomove para o Rio Branco diariamente. "Costumo caminhar muito pelo bairro e é muito tranquilo, nunca tive problema, é um lugar muito amigável, muito receptivo", garante.

Loja de guitarras aposta em antiguidades e itens raros no bairro Rio Branco

Apaixonado pelo cenário musical e todo o seu entorno, o caxiense Solon Fishbone, 54 anos, guitarrista e músico profissional desde 1984, acredita ter sido um dos primeiros empreendedores a investir no Rio Branco. Com o intuito de abrir um espaço para apaixonados por música como ele, assim como para se distanciar da concorrência que, na época, concentrava-se no Centro Histórico, Solon decidiu que o número 870 da rua Miguel Tostes era o lugar perfeito para o seu negócio. Sendo assim, surgiu, em 2002, a Guitar Garage, loja especializada em guitarras profissionais.

Presente na região há 20 anos, o músico conta que a relação com os moradores do bairro sempre foi muito boa. E, com o passar do tempo e novos negócios chegando, foi criado um vínculo de parceria entre os empreendedores da rua, que se fortalece até hoje. "Temos um grupo da rua aqui, em que organizamos ações de melhoria, como luz e questões de segurança. É uma relação de ajuda mesmo", declara.
Para Solon, o fato do bairro ainda ser predominantemente residencial, é um dos motivos que o faz se sentir tão seguro por lá. "Tu vê famílias caminhando, pessoas com cachorros, e é esse movimento dos moradores na rua que traz segurança, sempre tem alguém passando aí na frente", afirma.
Além do comércio, a Guitar Garage realiza manutenção e restauração de guitarras, violões e outros itens relacionados. Também são oferecidas aulas para todos os públicos, desde iniciantes até profissionais. "Comecei ministrando essas aulas lá no início, em 2002, mas com o avanço da loja, tive que terceirizar, hoje temos um professor só para isso", explica, reforçando que as aulas só ocorrem pela manhã, turno inverso ao funcionamento da loja. Mesmo com as portas abertas para quem se interessar, o empreendedor relata que o público do negócio é muito específico, consistindo, majoritariamente, em homens com maior poder aquisitivo. "Por ter muitos itens raros e antigos à venda, como uma guitarra de 1965, acaba que, infelizmente, esse é o perfil, não recebemos muitas mulheres, mas atendemos todo mundo", completa.

Apesar de continuar atuando como músico, Solon afirma que a loja, aberta de segunda a sexta-feira, das 14h às 20h, ocupa quase que 100% do seu tempo, e acaba sendo sua profissão principal. Os itens também são expostos pelas redes sociais @guitargaragebr e site www.guitargarage.com.br e podem ser enviados para todo País.
 

Padaria do Rio Branco aposta em culinária tradicional dos EUA

Quando chegou no Brasil em 1998, Bernard Haffeman, 39 anos, natural dos Estados Unidos, começou a estudar Jornalismo. Alguns anos depois e um pouco decepcionado com a profissão, decidiu aventurar-se no empreendedorismo. A Priscilla's Bakery, inaugurada em 2012 no bairro Rio Branco teve sua criação muito antes disso. Entre 1982 e 1998, os pais de Bernard comandavam o negócio em Nova York. Hoje, ao lado da esposa, o americano segue dando vida ao legado de seus pais. Localizado no limite entre o Rio Branco e o Bom fim, o negócio ocupa o número 514 da rua Vasco da Gama.

Ainda que a decisão de trabalhar com culinária tenha sido colocada em prática apenas aos 25 anos, a história do empreendedor com a comida é mais antiga. "Cresci dentro da cozinha, aprendi tudo com os meus pais. É algo que eu gosto e me empenho muito", declara, reforçando que essa preocupação vai além dos preparos. "Toda semana vou à feira orgânica comprar ingredientes, faço questão de ser responsável por isso, porque mesmo que seja um negócio, vai além de ganhar dinheiro. Comida é cultura, é sabor, e tento passar isso pelos insumos", expõe.

Apesar de ter aberto as portas em outro endereço antes de investir no Rio Branco, Bernard acredita que, agora, está em um dos melhores bairros para se empreender. "As pessoas caminham na rua, sempre tem gente passeando com cachorro. Aqui não se verticalizou, com aqueles condomínios fechados um atrás do outro, continua sendo um bairro aberto, e é a movimentação dos moradores na rua que traz segurança", percebe.
Para o empreendedor, quanto mais negócios abrirem na região, melhor será para todo mundo. "As pessoas estão começando a não enxergar tanto essa competição, e mais os benefícios que podem ter. Quanto mais movimento existir na rua, melhor para todo mundo", acredita.

Bernard conta que, assim como outros negócios, o período de pandemia foi muito difícil. "Sobrevivemos por pouco. Estávamos indo muito bem antes, mas o nosso carro-chefe, que era o brunch, caiu total. O que nos salvou foi ter uma clientela fiel, que permaneceu com as entregas", afirma, ressaltando que nem todos os itens do cardápio puderam ser adaptados para delivery.

Um dos diferenciais do negócio, segundo Bernard, é a forma como o brunch - misto entre café da manhã e almoço - é servido. "Está disponível todo dia, a qualquer horário, e pode ser totalmente personalizado", explica. Os valores variam entre R$ 25,00 e R$ 45,00, sem bebidas inclusas. A Priscilla's abre as portas de terça a domingo, das 9h às 19h.

Família investe em espaço de coworking no Rio Branco

Diferente de muitos empreendedores, o psiquiatra Nei Nadvorny, 61 anos, não tinha o grande sonho de abrir um negócio, mas o prédio que antes abrigava o consultório de seu pai - também psiquiatra - carecia de uma nova utilidade. Foi assim que o médico decidiu investir, ao lado da mulher Cristiane e do filho Felipe, e abrir a Vox Coworking. Atualmente, o número 116 da rua Cabral abriga empresas de diferentes ramos e até de outros países.

Ainda atuando como psiquiatra, Nei diverte-se dizendo que "brinca de ser um empreendedor", mas garante que, desde que abriram as portas, o negócio tem sido bem sucedido. "Antes da pandemia, todas nossas salas estavam alugadas, tínhamos 100% de ocupação, hoje, estamos com cerca de 70%, ainda no processo de retomada" declara.
Apesar de morar em outra região da Capital, o médico garante que a recepção do Rio Branco, além da segurança, é um dos grandes atrativos do bairro. "Aqui se vê famílias, pessoas passeando com os cachorros e, ao mesmo tempo, pessoas de terno e gravata. É um bairro que sofreu muito com a pandemia, muitos negócios acabaram fechando, mas agora está em um momento de retomada, com vários lugares novos abrindo", comenta.
Com dez salas privativas, incluindo sala de reuniões, de workshop, e cômodos sem mobília, para quem desejar trazer a própria, a empresa atua com um modelo de contrato fixo. "Temos diferentes tamanhos de salas, que comportam de quatro até oito pessoas, por diferentes preços, e todos podem ser cancelados a qualquer momento, desde que com um aviso prévio de 30 dias", explica. Os valores variam entre R$ 60,00 para alugar a sala de reuniões durante um turno até R$ 3,5 mil para contrato contínuo para sala privativa com banheiro próprio.

De acordo com Nei, outra modalidade oferecida pelo negócio tem chamado a atenção das empresas, em especial as que trabalham em ambiente digital. "Oferecemos a possibilidade de alugar o endereço comercial. Durante a pandemia, foi a maior demanda", lembra.

Por ser muito comunicativo, o médico afirma que a experiência como empreendedor tem sido interessante. "Tenho contato com diferentes pessoas, sem tratar ninguém, como costumo fazer", brinca. Além do público gaúcho, a Vox já recebeu empresas de outros estados, como São Paulo e Fortaleza, e de outros países, como Estados Unidos, Holanda e Suíça.

O espaço também dispõe de áreas comuns como cozinha e pátio, e todas as salas estão à disposição dos clientes 24h, todos os dias da semana. Para o futuro, o negócio pretende expandir, incorporando salas menores.

Operando há 13 anos, Tele Trago registra cerca de 170 mil vendas mensais

É de uma discreta porta na rua Miguel Tostes que saem mais de 170 mil pedidos mensais de entrega de bebidas. O endereço abriga a operação do Tele Trago, serviço de delivery de bebidas e conveniências criado em 2009 na Capital. Antes da chegada de grandes players neste mercado, o empreendedor Vinícius Müller percebeu, a partir de sua própria vivência com amigos, a necessidade de ter um serviço de entrega para aquele momento da festa ou do churrasco que a bebida acaba. Assim, criou o delivery que segue competitivo no segmento.

Hoje, o negócio conta com sete pessoas na operação, além dos motoboys que variam de acordo com a demanda. João Gressler, responsável pelo setor financeiro, conta que o posicionamento mudou com o tempo. "No início, era uma necessidade. Depois migrou para uma compra consolidada, mensal, e, posteriormente, com a pandemia, entrou na necessidade novamente. Agora, estamos nesse meio termo", explica João, que percebe que o público mais velho é o mais impactado pelo serviço. "A maioria é o pessoal mais velho, que confia e nos conhece de muito tempo. Temos muito cliente jovem, mas notamos que as pessoas mais velhas prezam por um serviço de qualidade, enquanto o jovem busca mais preço", pontua João, ponderando que é preciso amadurecer com o público. "Tem que ir crescendo com os teus clientes, envelhecendo com eles. Começou com uma brincadeira do Vinícius e um amigo dele para virar algo bem sólido", complementa.
O ponto no Rio Branco é a terceira casa do negócio, que iniciou na rua Pelotas, no bairro Floresta, e depois ficou na rua Garibaldi até 2009, quando um incêndio atingiu o local. "Nós éramos pequenos, era complicado achar um aluguel bom em ponto estratégico de Porto Alegre. Não se consegue ter uma tele-entrega na Zona Sul para atender a Zona Norte. Juntou a fome com a vontade de comer", conta João sobre a decisão pelo Rio Branco. E a expectativa em relação ao bairro foi atingida. João afirma que a sensação é de viver em comunidade, já que há uma rede de apoio entre os negócios. "Tu dependes da confiança do teu vizinho, um cuida do outro. Tem o grupo do WhatsApp da rua que nos comunicamos, pede uma escada, avisa quando falta luz. Além de ser acolhedor, também puxamos a orelha quando alguém está fazendo muito barulho", conta.

João diz que o carro-chefe ainda é a cerveja gelada. O Tele Trago opera por telefone (51 3012-2012), WhatsApp e site (www.teletrago.com.br).

Jovem abre bar que combina arte e gastronomia em Porto Alegre

O Uli Bier começou a ser idealizado durante a pandemia, pela Luiza Carinci, com a ajuda dos seus pais. A empreendedora, de 20 anos, estava insatisfeita com suas escolhas de vida e teve a vontade de criar e comandar seu próprio bar. Seu pai, que já estava querendo investir no bairro Rio Branco, embarcou na ideia da filha e os dois começaram a planejar o empreendimento.

Operando há dois meses, o negócio está situado na rua Cabral, nº 291, e abre de terça-feira a sábado, das 17h30min às 23h. O nome foi inspirado em um apelido da empreendedora, que busca transformar o lugar em algo que a represente. Por esse motivo, o Uli Bier mistura arte com gastronomia. Esse é o primeiro empreendimento da jovem, que está aprendendo na prática sobre como é estar à frente de um estabelecimento. "Tem seus altos e baixos e é desafiador, mas está sendo muito positivo, é uma experiência legal", afirma. Os clientes podem aproveitar os espaços que o bar disponibiliza, sentando na calçada ou nos sofás do andar de cima. Além dos ambientes para beber e comer, o local ainda possui um brechó e um ateliê, e todas as obras de artes são feitas por artistas locais e pela dona do negócio.

Luiza afirma que muitas coisas ainda vão mudar e tem várias ideias para o futuro do bar, como um cardápio que traz a fantasia misturada com a realidade e cervejas artesanais locais e internacionais.

Instalar o Uli Bier no bairro Rio Branco sempre foi a ideia da família da empreendedora, mas o resultado foi melhor que o esperado. Segundo ela, a receptividade dos outros negócios e dos moradores é algo que motiva a continuar. "A gente fez o arraial da rua, foi muito legal, a galera do bairro curtiu muito, um monte de gente veio passar o dia inteiro, a galera está muito receptiva mesmo", comenta Luiza sobre a relação com outros empreendimentos da rua.

No ano que vem, Luiza vai se mudar para a Holanda e seus pais vão cuidar do negócio presencialmente, mas ela afirma que, mesmo de longe, pretende ficar à frente do bar.
 

Hamburgueria criada no Rio Branco terá duas novas unidades

"A loja é muito voltada para o bairro", afirma Geraldo Brimann, 36, que, ao lado de Lucas Bruschi, 26, comanda o Mureta, hamburgueria que, desde 2019, ocupa o número 840 da rua Miguel Tostes. Com um parklet e mesas na rua, o objetivo do negócio é proporcionar para os clientes uma experiência de cidade pequena, mas com uma boa estrutura.

Lucas conta que a operação, inicialmente, contava com a sociedade de Matheus Rachewsky, empreendedor à frente do Armazém Box 18 e Chica Parrilla, negócios localizados também no Rio Branco. Por essa razão, os empreendedores escolheram o ponto da Miguel Tostes para dar vida ao negócio, que traz no nome uma referência à mureta que compõe a fachada do espaço. "A ideia era fazer um espaço voltado para o uso da rua. Começamos com a ideia de takeaway, não tínhamos atendimento em mesa. Logo depois veio a pandemia, e voltamos mais para tele-entrega. Com a retomada das atividades, repensamos toda a nossa operação. Começamos o atendimento em loja, a trabalhar a parte da experiência", explica Lucas. Foi nesse contexto que, em 2021, Geraldo entrou no negócio com o objetivo de fomentar o atendimento em loja, que, hoje representa 65% das vendas do Mureta. "O negócio é para o pessoal do bairro, mas também para trazer pessoas para cá. Nossa ideia é que alguém de outra cidade sente aqui e tenha essa experiência de boteco de bairro, só que em um lugar com estrutura", pondera Geraldo, que conta com cinco colaboradores na operação.
A essência do Rio Branco, inclusive, é um dos pilares do negócio. Lucas acredita que a proximidade com o cliente que o bairro proporciona é um diferencial. "O Rio Branco tem muito aspecto de cidade pequena. Andando pelo bairro, conseguimos ver os mesmos rostos todo dia, reconhecer as pessoas, chamar pelo nome. Ter essa relação que não conseguimos em um bairro maior", percebe Lucas, contando que a parceria com os outros negócios da região é de auxílio mútuo. "Temos essa troca, essa sinergia. Não frequentamos tanto as operações, mas tem um companheirismo", diz. "Sempre nos ajudamos com as necessidades do dia a dia. São operações diversas", completa Geraldo.

Alocados no bairro há três anos, os sócios percebem com bons olhos a chegada de novos negócios à região. "Quanto mais coisas para fomentar o bairro, melhor para todo mundo. Mais gente na rua, mais segurança", acredita Geraldo. Apesar das fortes raízes no Rio Branco, em breve o Mureta terá mais dois pontos na Capital: uma operação pocket fará parte do Foodhall do Dado Bier e uma loja, maior que a atual, na rua Tobias da Silva, no Moinhos de Vento.

Restaurante de comida japonesa se consolida com operações no Rio Branco

Buscando abrir um restaurante de temática japonesa, Giulia Sartori, junto com dois sócios, inaugurou o Sushito em 2013, na Cidade Baixa. Percebendo que o negócio tinha potencial para crescer, a empreendedora fundou, em 2015, a Sushi Temakeria, em sociedade com seu marido, Jian Costa. No período de um ano, o casal entendeu a necessidade de aumentar a marca. Por isso, em 2016, o Sushito Delivery abriu as portas oficialmente no bairro Rio Branco.

Em 2020, a dupla decidiu abrir um restaurante japonês com um cardápio diferenciado. Assim, o Sushito Experience foi inaugurado na rua Teixeira Mendes. No mesmo ano, os empreendedores já estavam começando as obras de uma nova unidade da marca, também no Rio Branco. O local trouxe resultados satisfatórios para os donos do empreendimento. Em 2021, abriram o Sushito Delivery, no mesmo bairro. Atualmente, o grupo Sushito conta com três unidades em Porto Alegre, duas delas no Rio Branco.

"Quando a gente pegou aqui, foi devido à loja que nós temos do outro lado da rua, para o cliente não perder a essência de estar no bairro Rio Branco", explica Jian sobre o motivo de construir uma unidade do restaurante no prédio onde funcionava um bar.

O empreendedor comenta que a recepção do bairro foi ótima e que existem planos para aumentar a marca na capital gaúcha futuramente.

Cervejaria Macuco abre segunda unidade em Porto Alegre

Operando há quatro anos no Centro Histórico e contando com 32 rótulos de cervejas artesanais, a cervejaria Macuco, comandada por Fernanda Nascimento e Michelle Ferraz, terá um novo espaço no bairro Rio Branco. A previsão é que abra as portas até o fim de agosto. "A nossa ideia é ser a cerveja do bairro. Sempre lidamos muito com essa coisa das pessoas virem do entorno para o Macuco e é isso que a gente pretende continuar", explica Fernanda.

O novo espaço vai ter uma pegada diferente do primeiro, mas mantendo as características principais do negócio. Contando com uma área interna e externa maior, cozinha integrada e cartela de vinhos, as empresárias garantem uma experiência completa, sem perder as particularidades da marca.

"A nossa proposta de empreendedorismo feminino também acabou inspirando várias outras cervejarias que vieram depois. Nós fomos pioneiras não só em negócios femininos, mas também LGBT e isso é muito gratificante", afirma Michelle.
Com planos de abrir para o almoço, de terça a domingo, elas apostam em uma cozinha contemporânea e multicultural. "A comida será diversificada, pratos de várias regiões do Brasil", conta Fernanda.

"Em 2019, já era um objetivo abrir uma nova loja, escolhemos o Rio Branco porque já temos um público que é daqui. Demoramos oito meses para escolher o lugar e, desde que começamos a obra, as pessoas já começaram a perguntar, a dizer que virão quando abrir. Aqui ainda tem espaço para bastante coisa", relata Michelle.

Casal abre pizzaria no estilo napoletana no bairro Rio Branco

Empreender e crescer juntos sempre foi um desejo do casal Aline Kropidlofscky e Igor Henrique Rodrigues. Há pouco mais de dois meses, a dupla tirou o plano do papel e deu vida à Grani, pizzaria napoletana que fica na rua Cabral, nº 380. No local, as pizzas estilo napoletana são feitas totalmente à mão, sem uso de maquinários, e contam com mais de 20 opções no cardápio. Dessas, 12 são vegetarianas e há quatro opções veganas.

Igor conta que, antes de abrir o negócio, já empreendeu em outros segmentos. Quando fechou uma loja de presentes criativos, dedicou-se a aprender a fazer pão e pizzas de fermentação natural. O hobby virou uma profissão. "Comecei a mandar currículos porque queria trabalhar em pizzarias napoletanas da cidade. Nos últimos quatro anos, trabalhei em várias, tive uma imersão bem forte", conta Igor. Juntos há 10 anos, a dupla começou a produzir, no fim de 2021, pizzas congeladas. "Fizemos uma cozinha industrial em casa, começamos a investir e a fazer eventos, não conseguíamos nem dar conta", lembra o empreendedor.

Os bons resultados levaram ao ponto físico no bairro Rio Branco. "As pessoas perguntavam quando abriríamos a nossa pizzaria", afirma Igor. Assim, começou a busca pelo espaço que abrigaria, inicialmente, uma operação de delivery. A escolha pelo ponto, contam, foi pela posição estratégica e pela proximidade com bairros fortes para o segmento. "Víamos como um ponto de intersecção entre bairros que já são bons", diz Aline. "O Moinhos cresceu muito e, hoje, não tem para onde crescer, os alugueis são altíssimos. O Bom Fim ainda está crescendo, tem pontos disponíveis, mas já subiu o valor. O Rio Branco tem o Sushito como referência, Armazém Box 18, Chica Parrilla", percebe Igor sobre a ascensão do bairro.

A ideia de operar somente com tele-entrega ficou para trás assim que a obra começou a tomar forma. "Abrimos aqui só para delivery, só que não me contentei, porque a pizza napoletana é melhor comer no balcão", pondera Igor. Assim, o espaço passou a receber os clientes em mesas dispostas pela calçada. A receptividade da vizinhança, contam os sócios, foi positiva mesmo antes de abrirem as portas. A obra, feita por Igor e seu pai, foi acompanhada de perto pelos moradores do bairro. "Alguns vizinhos acompanharam esse processo e se preocupavam que ele não descansava, traziam térmica de café. Eles valorizaram o esforço e apoiaram desde o primeiro dia. Temos clientes bem fiéis", celebra Aline.
O objetivo do casal era vender 10 pizzas por dia. Operando desde maio, os números já passam de 80 e chegam a 120 aos fins de semana. "Nossa pizza é feita à mão, não existe maquinário. Acreditamos que, em Porto Alegre, sejamos os únicos a sovar à mão", afirma Igor. Como os resultados ultrapassaram as expectativas, os sócios já planejam uma expansão, a fim de utilizar mais a calçada e conseguir atender mais clientes. Um novo projeto já está sendo desenvolvido para o espaço.

Operando todos os dias, das 11h às 15h30min e das 18h às 22h30min, a Grani oferece um combo especial para o horário de almoço, que custa R$ 29,00 para qualquer pizza acompanhada de bebida não alcoólica. "Temos um combo fixo todos os dias no almoço para a galera provar a nossa pizza, ter essa primeira experiência. O Rio Branco tem esse problema de almoço, são poucas opções. O pessoal está buscando alternativas e isso está fazendo a gente ter uma boa venda no horário", pondera Igor.