As franquias estão em alta no Rio Grande do Sul. O estado conta com 9.955 unidades espalhadas nos mais diferentes setores e 159 redes do segmento têm sua sede em solo gaúcho. A informação foi detalhada pelo diretor da Regional Sul da Associação Brasileira de Franchising (ABF), André Belz, durante a ABF Franchising Expo, que segue até este sábado em São Paulo. Ele brincou que se o Estado todo apostasse no modelo, o Produto Interno Bruto (PIB) não teria sofrido retração.
Na feira, que atrai 70 mil pessoas ao Expo Center Norte, 58 marcas do Sul participam como expositoras, sendo 22 do Rio Grande do Sul. Os ramos principais são alimentação, educação, saúde, beleza, turismo e entretenimento. Na entrevista abaixo, Belz fala dos resultados atuais e das expectativas para os próximos meses.
Jornal do Comércio - Como está o cenário do franchising no Sul?
André Belz - Os três estão do Sul sempre vão muito bem, com destaque para Santa Catarina. Neste primeiro trimestre, comparado com o resto do Brasil, o crescimento não foi tão grande, mas tem uma justificativa: no Sul, a recuperação começou antes. No segundo semestre de 2020, Santa Catarina foi um estado liberal em termos de controle de pandemia, o primeiro a abrir as coisas. Isso começou a puxar para cima a área de serviços.
JC - Qual expectativa para esse ano?
Belz - De crescimento no âmbito nacional de 9%, voltando a ficar próximo dos dois dígitos. É um avanço bem acima do PIB brasileiro, mostrando que o franchising é um setor resiliente e que os negócios estruturados têm mais chances de dar certo.
JC - Há alguma peculiaridade sobre o perfil do Rio Grande do Sul no setor de franchising?
Belz - Alguns segmentos se destacaram durante a pandemia e estão se mantendo muito bem. Um deles é a área de construção, que cresceu muito porque as pessoas ficaram presas dentro de casa e começaram a fazer melhorias. Outro é o da área de saúde, beleza e bem-estar, já que elas se viam nas telas das reuniões online e achavam defeitos em si próprias. Foi um movimento muito interessante. O setor educacional também cresceu bem no Rio Grande do Sul no primeiro trimestre, com variação de 8,6%.
JC - Como a pandemia afetou o setor?
Belz - O franchising brasileiro tem 2,8 mil marcas e quase 300 delas deixaram de existir. Mas já surgiram outras 200 novas do ano passado para cá. Vemos uma retomada muito grande. As que sumiram foram pequenas.
JC - O que 2022 já aponta?
Belz - Que o Rio Grande do Sul teve crescimento de 9,1% em números de unidades de franquias neste primeiro trimestre. E houve expansão de 10,8% no número de empregos. Na semana passada foram revelados dados negativos do Rio Grande do Sul, com queda no PIB, mas o franchising avançou.