Isadora Jacoby

O Ateliê Vincent opera há quatro anos na região e celebra um ano em novo ponto

Mineiro aposta na Zona Sul para expandir padaria artesanal

Isadora Jacoby

O Ateliê Vincent opera há quatro anos na região e celebra um ano em novo ponto

As ruas arborizadas e a proximidade com o rio foram alguns dos fatores que levaram o mineiro Matheus Vimieiro, 32 anos, a abrir o seu negócio na Zona Sul. O Ateliê Vincent fica no número 800 da Copacabana, avenida que faz jus ao encanto de Matheus pela região. Em uma cozinha envidraçada, no segundo andar do ateliê, ele produz itens de fermentação natural, como pães, croissants e pizzas - e enxerga os atributos que lhe conquistaram no bairro Tristeza enquanto trabalha. 
As ruas arborizadas e a proximidade com o rio foram alguns dos fatores que levaram o mineiro Matheus Vimieiro, 32 anos, a abrir o seu negócio na Zona Sul. O Ateliê Vincent fica no número 800 da Copacabana, avenida que faz jus ao encanto de Matheus pela região. Em uma cozinha envidraçada, no segundo andar do ateliê, ele produz itens de fermentação natural, como pães, croissants e pizzas - e enxerga os atributos que lhe conquistaram no bairro Tristeza enquanto trabalha. 
Morando em Porto Alegre há oito anos, o caminho de Matheus de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul não foi direto. A primeira parada aconteceu em Santa Catarina, enquanto estudava Gastronomia.
Lá, conheceu a ex-esposa e, assim, veio parar na capital gaúcha. Inicialmente, sua carreira era voltada para a alta gastronomia. Com a chegada do filho, Vicente, ele recalculou a rota. "Minha ex-esposa engravidou e eu fui mais para casa, saí do restaurante que trabalhava. Nesse processo, comecei a me interessar por fazer pão. Comecei a padaria em casa, tentando vender em umas feiras. Foi uma questão circunstancial de fazer alguma coisa rentável, poder estudar e aprender um pouco mais e ficar com o meu filho", conta o empreendedor, que começou a se interessar pelos pães durante uma experiência internacional.
"Fiz um estágio na França e lá tive uma relação maior com o produto. Eles têm uma cozinha muito autêntica. Comecei a provar pão, queijo, coisas que têm um envolvimento maior com a cadeia produtiva. Quando voltei, passei a fazer pão, que na época era um tópico emergente. Estavam abrindo muitas padarias que agora são referências, e viraram nossas vizinhas", lembra Matheus, referindo-se à Massa Madre.
O projeto ganhou seu primeiro espaço físico há quatro anos, em um galpão na avenida Pereira Passos dedicado à modalidade pegue e leve. Há um ano, chegou ao novo endereço na avenida Copacabana, o que trouxe mais visibilidade para o negócio.
LUIZA PRADO/JC
"Fomos começando bem aos pouquinhos mesmo, e agora conseguimos vir para esse ponto e está sendo mais visível. Comecei a produção só eu e a Dona Maria, que era uma senhora que me ajudava. Agora, estamos organizando uma equipe. Estou mais responsável pela produção com o Tomás, temos uma estagiária e duas atendentes na loja", orgulha-se Matheus. 
Os carros-chefes do negócio são os croissants "bem folhados e bem amanteigados", garante, e o pão ciabatta. As pizzas no estilo napoletana também são uma grande aposta do negócio e são servidas nas quintas, sextas e sábados, das 18h às 21h. Nas terças e quartas-feiras, o ateliê opera das 9h às 19h30min.  "Fazemos uma pizza com uma fermentação longa, no mínimo 42 horas. O pessoal pega para levar, mas temos a ideia de servir aqui. Estamos instalando o deck para isso", conta. 
Morador do bairro, Matheus revela que adora a Zona Sul e o vínculo que criou com os moradores da região, mesmo antes de ter um ponto físico, quando vendia seus pães em feiras. "Sempre morei por aqui e sempre gostei muito da Zona Sul, porque tem toda essa coisa mais ecológica, arborizada, com o rio perto. Todo mundo me perguntava por que abri aqui e não na Zona Norte, mas eu só conhecia essa parte da cidade e é a região que eu gosto. Adoramos a clientela daqui, mas tem gente que vem dos bairros mais pertinhos, como o Menino Deus. E, às vezes, vira um ponto de visita, com clientes vindo de São Leopoldo, Canoas", relata o empreendedor, que enxerga com bons olhos a chegada de novas padarias ao bairro.
LUIZA PRADO/JC
"Acho que não temos que pensar na gente, mas pensar como serviço. A Zona Sul como um todo está ganhando. Tem padaria de fermentação natural, pizzarias com qualidade, agora vai abrir uma cervejaria aqui na rua, temos o Al Nur como vizinhos, atrás da gente é o Severo. Fica muito legal e vira um polo, uma região de se consumir produtos gastronômicos", percebe. 
À espera do segundo filho, Enrico, Matheus enxerga que o diferencial do ateliê é a dedicação ao espaço e aos produtos que são feitos ali.
"Temos só essa casa, trabalhamos para ela. É uma rotina difícil, a equipe é pequena, e nos esforçamos para fazer o melhor com processos e dedicação para servir alguma coisa que emocione as pessoas. Na França, o pessoal fala maison, que é a casa onde se fabrica. É interessante pensar em maximizar a venda, mas estamos falando de uma coisa mais natural, mais voltada para o processo, então é interessante que as pessoas venham nos visitar e conheçam o que propomos. A ideia não é ser muito atacadista, é ser mais artesanal", pontua. 
LUIZA PRADO/JC
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

Deixe um comentário


Leia também