Água, malte, lúpulo e leveduras. Esses são quatro ingredientes considerados essenciais para quem quer produzir a própria cerveja. Foi testando diferentes combinações e preparos que a bióloga Roberta Pierry, 32 anos, começou a fazer a própria bebida, ainda em 2015. Com os feedbacks de amigas cada vez mais positivos, viu uma oportunidade de negócio: a Sapatista. Lançada em 8 de março de 2019, Dia Internacional da Mulher, a cervejaria de Porto Alegre busca aliar a causa feminista, homenageando em seus rótulos personagens femininas históricas, com a produção de cerveja artesanal.
Começando com uma cerveja tipo pale ale, Roberta foi aliando os aprendizados da profissão com o hobbie. "Tenho conhecimentos bioquímicos e isso me ajudou a ter facilidade em produzir", avalia. Na sequência, testou uma red ale. A terceira cerveja que criou foi uma combinação das duas receitas: a red ipa, nomeada por Roberta como Incendiária. "Foi a primeira cerveja que criei, mas não imaginava que ia se concretizar numa empresa", lembra.
Desde essa época, a bióloga acredita que qualidade não pode ser um diferencial nos produtos. "É uma obrigação. Sempre garanto que tenha qualidade", diz. Para ela, como o mercado cervejeiro é muito masculinizado, a exigência por um padrão na produção é ainda maior com as mulheres que iniciam negócios nesse ramo. "Mas quem gosta da ideia da Sapatista é muito fiel à marca", destaca.
Hoje, além da Incendiária, a cervejaria produz quatro tipos diferentes: Olga Benário, que é pilsen, Pantera Negra, imperial stout, Candace, do tipo amber ale e Maria da Penha, que é tipo saison com buitá. Essa última rendeu à Sapatista uma medalha de bronze no Concurso Brasileiro de Cerveja 2020, considerada a disputa mais importante do ramo, na categoria Belgian style-fruit beer. Em outros dois concursos, Roberta também conquistou medalha de ouro e prata. "A partir das premiações, comecei a acessar outros públicos que não era só quem gostava da Sapatista", afirma a bióloga.
Com um investimento de R$ 8 mil, a empresa nasceu com o intuito de vender aos distribuidores de bebidas e não às pessoas físicas. Porém, com a pandemia de Covid-19, a operação teve de se adaptar. "Agora, o trabalho é aumentar o número de clientes finais", destaca. Para isso, a empreendedora já trabalha com a ideia de iniciar operação de venda para todo o Brasil através de e-commerce, que está sendo finalizado. As cervejas custam de R$ 15,00 a R$ 23,00 e os pedidos podem ser feitos, atualmente, pelo WhatsApp (51 9271-1316) ou pelo Instagram (@cervejasapatista).