Idealizado por Leonardo Ramos em 2020, O Mundo Retrô é um empreendimento focado na criação de réplicas de alta qualidade de camisas clássicas de futebol. A empresa, que já tem parcerias firmadas com o Juventude, Brasil de Pelotas e a Federação Gaúcha de Futebol, busca resgatar as memórias que o esporte proporciona.
A história do Mundo Retrô começou na pandemia, quando Leonardo, após perder seu emprego, passou a procurar maneiras de complementar a renda. O empreendedor, que já era colecionador de camisas antigas, decidiu se juntar com um amigo que tinha uma indústria têxtil para fazer algumas réplicas de camisas. "Grande parte da renda dele vinha da confecção de uniforme escolar e, como as escolas estavam fechadas, também teve uma diminuição drástica. Decidimos tentar fazer algumas camisas para vender para os amigos", lembra Leonardo.
Assim, eles fabricaram suas primeiras camisas e, de maneira despretensiosa, venderam os exemplares produzidos para pessoas mais próximas. Com o sucesso da primeira tentativa, o empreendimento foi crescendo e mais camisetas passaram a ser produzidas. "Descobri que era um nicho com uma demanda muito alta. Hoje, entendo que, quando a pessoa compra uma camiseta de futebol, ela não está comprando simplesmente uma camisa. Ela está comprando uma história. Uma camiseta de futebol retrô é uma máquina do tempo. Ao ver a peça, a pessoa vai lembrar do familiar que levou ela no estádio pela primeira vez", diz Leonardo.
Além de réplicas, O Mundo Retrô oferece o serviço de criação de camisas exclusivas. Leonardo conta que já foi procurado por empresas para produzir uniforme inspirado em camisas retrô de futebol, ou até mesmo por pessoas que gostariam de reproduzir a camiseta do seu antigo clube de bairro, ou camisas usadas na infância. "Temos muitas histórias que nos mostram que o que as pessoas realmente querem é voltar no tempo. A camiseta é uma ferramenta para levar a um outro período da vida", pondera. O fato de Leonardo ser colecionador de camisas é, segundo ele, um grande diferencial na hora de garantir que as peças sejam mais fiéis às suas versões originais. O empreendedor afirma se atentar aos mínimos detalhes, desde o tecido até a medida do escudo e o comprimento da barra da manga.
Essa proposta chamou a atenção de dirigentes do Juventude e da Federação Gaúcha de Futebol. O destaque vai para a camisa comemorativa da seleção gaúcha de 1972, utilizada por um conjunto de jogadores do Grêmio e do Inter que enfrentou a seleção brasileira - jogo em que os gaúchos deixaram a rivalidade de lado para protestar a ausência do lateral gremista Everaldo na lista de selecionados para representar o Brasil. "A camiseta original da Seleção Gaúcha nunca esteve à venda. Foi uma camiseta de um jogo único, que tem uma bela história e ela vendeu muito mais do que achamos que venderia, até para fora do País. Foram 72 peças vendidas em 2 horas, então. Tivemos que fazer mais", conta Leonardo.