A Cós - Costura Consciente reaproveitará 5,7 mil guarda-chuvas que seriam descartados

Coletivo de moda sustentável de Porto Alegre cria jaquetas com guarda-chuvas da enchente


A Cós - Costura Consciente reaproveitará 5,7 mil guarda-chuvas que seriam descartados

Fundada em 2019 como um projeto de extensão do PPG do curso de Design da Unisinos, a CÓS - Costura Consciente produz itens a partir de resíduos têxteis costuráveis e busca promover a autonomia e geração de renda para mulheres costureiras. Um dos principais projetos do coletivo são suas jaquetas corta vento produzidas a partir de guarda-chuvas reciclados. Em 2024, após a enchente que assolou o Rio Grande do Sul, as empreendedoras receberam um alto número de guarda-chuvas de uma marca parceira que foi atingida pelas águas, e, a partir desta doação, irão produzir uma nova coleção de roupas. O projeto foi idealizado em 2019 por Marina Anderle Giongo. A empreendedora comandava um ateliê no Centro Cultural Vila Flores, local onde ministrava aulas de costura e servia como uma loja de circulação de resíduo têxtil. Por conta de seu ateliê, Marina foi procurada pela coordenadora do projeto de extensão do curso de Design da Unisinos para que novos projetos ligados à cultura, design e sustentabilidade fossem criados no Vila Flores. Assim, foi reunido um grupo de mulheres que queriam aprender a costurar ou que gostariam de aprimorar suas habilidades na costura.O objetivo inicial do projeto era atender a demanda de pequenas marcas autorais que não tinham costureiras para fechar suas peças. Assim, elas se reuniam uma vez por semana para produzir itens para marcas parceiras . Além disso, Marina ministrava cursos para mulheres que estavam iniciando no mundo da costura. Em setembro de 2019, a CÓS foi oficializada como um negócio. “Como tinha gente querendo comprar e mulheres querendo aprender, percebemos que era viável entender a Cós como um negócio”, lembra Marina.
Fundada em 2019 como um projeto de extensão do PPG do curso de Design da Unisinos, a CÓS - Costura Consciente produz itens a partir de resíduos têxteis costuráveis e busca promover a autonomia e geração de renda para mulheres costureiras. Um dos principais projetos do coletivo são suas jaquetas corta vento produzidas a partir de guarda-chuvas reciclados. Em 2024, após a enchente que assolou o Rio Grande do Sul, as empreendedoras receberam um alto número de guarda-chuvas de uma marca parceira que foi atingida pelas águas, e, a partir desta doação, irão produzir uma nova coleção de roupas.

O projeto foi idealizado em 2019 por Marina Anderle Giongo. A empreendedora comandava um ateliê no Centro Cultural Vila Flores, local onde ministrava aulas de costura e servia como uma loja de circulação de resíduo têxtil. Por conta de seu ateliê, Marina foi procurada pela coordenadora do projeto de extensão do curso de Design da Unisinos para que novos projetos ligados à cultura, design e sustentabilidade fossem criados no Vila Flores. Assim, foi reunido um grupo de mulheres que queriam aprender a costurar ou que gostariam de aprimorar suas habilidades na costura.

O objetivo inicial do projeto era atender a demanda de pequenas marcas autorais que não tinham costureiras para fechar suas peças. Assim, elas se reuniam uma vez por semana para produzir itens para marcas parceiras . Além disso, Marina ministrava cursos para mulheres que estavam iniciando no mundo da costura. Em setembro de 2019, a CÓS foi oficializada como um negócio. “Como tinha gente querendo comprar e mulheres querendo aprender, percebemos que era viável entender a Cós como um negócio”, lembra Marina.
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Em 2021, as empreendedoras passaram a ver a Cós como um negócio social. Foi nesta época que elas passaram a criar lotes de vendas, onde elas desenvolviam as peças e vendiam em sites de financiamento coletivo, formato que segue até hoje. “Abrimos as pré-vendas em sites de financiamento coletivo, daí as pessoas compram, nós produzimos e entregamos. Fazemos isso para não ter estoque, pois tínhamos essa ideia de nunca ter estoque para não ter desperdício”, explica Marina.
 Marina Anderle Giongo é uma das idealizadoras da CÓS | TÂNIA MEINERZ/JC
Marina Anderle Giongo é uma das idealizadoras da CÓS TÂNIA MEINERZ/JC


Neste mesmo ano, as empreendedoras iniciaram uma parceria com a empresa Fazzoletti, tradicional fabricante gaúcha de guarda-chuvas. A empresa contava com um excedente de guarda-chuvas e precisava de alguém para dar conta desses produtos que seriam descartados. Assim, a Cós passou a utilizar os tecidos para criar capas de chuva. “A capa de chuva apareceu em um programa de televisão que estava sendo gravado lá no Vila Flores e bombou. Um monte de gente passou a comprar. Foi um movimento bem orgânico”, afirma Marina.

Depois disso, um novo produto foi criado: as jaquetas corta vento. Utilizando os tecidos de diferentes guarda-chuvas, as costureiras da Cós criam casacos com combinações de cores únicas e chamativas, que rapidamente caíram no gosto do público.

O sucesso foi tanto que elas acabaram com o estoque da Fazzoletti. Isso fez com que a Cós tivesse uma grande dificuldade de encontrar matéria-prima. Marina conta que o coletivo entrou em contato com outras empresas que produzem guarda-chuvas, mas sem sucesso. “Estávamos sem guarda-chuvas para produzir jaquetas legais e isso estava sendo um problema”, conta Marina.

Retomada pós-enchente

Com a chegada da enchente, a Cós teve sua sede alagada e suas máquinas de costura comprometidas. O empreendimento teve de mudar de lugar e repor grande parte de seu maquinário. Foi neste período, também, que a empresa Fazzoletti entrou em contato novamente. Boa parte do estoque do negócio havia sido comprometido e, para não mandar tudo para um aterro sanitário, Marina decidiu tentar aproveitar.

Assim, a equipe da CÓS trabalhou no resgate dos tecidos de 5.777 guarda-chuvas, que representaram cerca de 485kg de resíduos desviados de aterros. Esse processo não foi simples e muito menos barato: segundo as empreendedoras, todo o processo de recuperação, separação e higienização dos materiais custou cerca de R$ 17 mil.

“Foi uma aposta, pois não sabíamos se iríamos conseguir de fato higienizar, tirar as manchas, as marcas de ferrugem. Eram 30 mil guarda-chuvas que iriam ser descartados. Mas deu certo, conseguimos separar uma parte disso. Estamos com o material separado, higienizado e cheiroso aqui no ateliê”, celebra Marina.

Com matéria-prima disponível, as empreendedoras conseguiram criar uma nova coleção. Os tradicionais corta-ventos coloridos estão de volta e, além deles, nécessaires e pochetes também estão disponíveis.
Assim, a CÓS lançou um financiamento coletivo em formato de pré-venda de seus novos produtos. Através dele, é possível escolher entre as nécessaires, disponíveis por R$ 50,00, pochetes, de R$ 150,00, e as jaquetas, vendidas no valor de R$ 350,00. Além disso, é possível participar de um sorteio de uma jaqueta e uma pochete pelo valor de R$ 20,00. Também é possível contribuir com doações de qualquer valor, sem recompensa.

Os produtos estão disponíveis até o dia 11 de outubro pelo site apoia.se/somoscos. Mais informações pelo Instagram (@somos_cós).