Bruna Puga, advogada especialista em Direito Empresarial

Baseados na tecnologia blockchain, esses contratos têm o potencial de transformar a maneira como transações são realizadas

Contratos inteligentes: a chave da eficiência e redução de custos nos negócios

Bruna Puga, advogada especialista em Direito Empresarial

Baseados na tecnologia blockchain, esses contratos têm o potencial de transformar a maneira como transações são realizadas

É real que as inovações tecnológicas estão moldando a forma como a competitividade corporativa acontece. Uma delas, que inclusive ainda causa estranheza em muitos, são os contratos inteligentes. Baseados na tecnologia blockchain, esses contratos têm o potencial de transformar a maneira como transações são realizadas, eliminando intermediários, automatizando processos e, principalmente, reduzindo custos.
Ao contrário do que muitos pensam, contratos inteligentes não se limitam ao uso em transações com criptomoedas. A aplicação vai além dos códigos complexos e das transações digitais. Eles têm sido implementados com sucesso em uma variedade de setores, trazendo benefícios concretos e desafiando modelos tradicionais de negócios. O mais interessante é que, por trás da estrutura técnica, esses sistemas têm simplificado processos e aumentado a eficiência de formas que nem sempre são percebidas de imediato.
A cadeia de suprimentos e logística, por exemplo, é uma área que já se beneficia dessa tecnologia. Corporações que lidam com múltiplos fornecedores e transportadoras sabem o quão complicado pode ser gerenciar prazos, garantir a entrega no tempo certo e acompanhar a movimentação de mercadorias. Aqui, os contratos inteligentes entram como uma solução para automatizar o ciclo inteiro: o registro automático dos itens despachados, o pagamento instantâneo após a confirmação da entrega e a eliminação da necessidade de intermediários. O resultado é uma redução de erros e disputas, algo vital para qualquer operação de grande porte.
Outro setor que tem visto um impacto significativo é o imobiliário. A burocracia tradicionalmente envolvida nas transações de compra e locação de imóveis tem sido um obstáculo para quem busca agilidade. Com os contratos inteligentes, no entanto, o cenário está mudando. A automatização de processos, como o pagamento de aluguéis e a liberação das chaves, elimina burocracias e torna o processo muito mais transparente. Em alguns casos, as negociações podem ser concluídas em até 40% menos tempo - o que pode fazer toda a diferença em um mercado competitivo.
O setor financeiro não fica para trás. As fintechs têm adotado contratos inteligentes para automatizar a concessão de crédito, cálculo de juros e a execução de pagamentos. A eliminação de intermediários bancários e a garantia de que todas as condições acordadas sejam cumpridas de forma automática têm atraído muitos investidores e tomadores de empréstimos. Isso não só reduz custos operacionais, como também diminui significativamente o risco de inadimplência, criando um ambiente de maior confiança para todas as partes envolvidas.
E os benefícios vão além: os contratos inteligentes também aumentam a transparência e a confiança nas transações. Como as informações são registradas de forma imutável no blockchain, ambas as partes têm acesso a dados claros e auditáveis, o que diminui as chances de fraude ou erro, mas é preciso dizer que a implementação desses programas não é algo que descarta análises.
Empresas interessadas em adotar contratos inteligentes precisam de planejamento estratégico. O primeiro passo é identificar quais processos se beneficiariam da automação. Além disso, a escolha da tecnologia certa é crucial. A segurança, escalabilidade e confiabilidade da solução escolhida irão determinar o sucesso ou fracasso da implementação. De qualquer forma, em um país como o Brasil, onde a burocracia ainda é um grande empecilho para muitas empresas, os contratos inteligentes representam uma oportunidade única de modernização.
No ambiente onde a ineficiência é um problema crônico, a adoção de contratos inteligentes pode ser a chave para garantir competitividade. Empresas que se antecipam a essa transformação estão, sem dúvidas, na vanguarda da inovação. Sendo assim, essa não é uma tecnologia do futuro; ela está moldando o presente de negócios que buscam agilidade, economia e segurança. Para aqueles que desejam se destacar, essa é uma ferramenta poderosa, capaz de revolucionar processos e abrir novas oportunidades.
 
ARQUIVO PESSOAL/JC
Bruna Puga, advogada especialista em Direito Empresarial
Bruna Puga, advogada especialista em Direito Empresarial

Leia também

Deixe um comentário


notification icon
Gostaria de receber notificações de conteúdo do nosso site?
Notificações pelo navegador bloqueadas pelo usuário