Vivemos em uma era onde a tecnologia e as redes sociais nos mantêm sempre juntos, mas, estranhamente, muitas pessoas se sentem mais sozinhas do que nunca. Segundo pesquisa do Instituto Ipsos, que ouviu 23 mil pessoas de 28 países, 50% dos brasileiros se sentem sozinhos, superando a média global de 33%.

As causas para a solidão são diversas e complexas, entre elas estão as mudanças nos padrões sociais, a falta de propósito de vida e até o impacto da tecnologia em nossas rotinas. O fato é que ela pode afetar pessoas de diferentes idades em qualquer parte do mundo. A tecnologia, que nos mantém hiperconectados por meio das redes sociais, pode gerar uma falsa sensação de conexão. Passamos horas interagindo com a tela do celular, mas quanto tempo dos nossos dias com interações reais? Estudos em neurociências comprovam que o ser humano necessita de contato físico para o melhor desenvolvimento cognitivo, fisiológico e social. O contato pessoal e a socialização sustentam a capacidade humana de perceber, compreender, envolver-se em interações sociais, na formação da empatia e na elaboração de respostas comportamentais apropriadas em contextos sociais.

Para quem trabalha com comunicação, são inúmeros os desafios, porém as marcas têm uma grande oportunidade de promover momentos de conexão real na vida dos seus consumidores. Uma nova memória é criada por um "registro" de conexões neurais, em diferentes locais do nosso cérebro, formadas a partir da captação de tudo aquilo que acontece fora do nosso corpo: visão, audição, olfato, tato, paladar, sentimentos, entre outros. Entendendo esse contexto, é fácil perceber que criar um momento de prazer fora do ambiente digital, unindo o máximo de fatores externos possíveis, ficará na memória do consumidor e poderá oportunizar momentos de felicidade, descompressão e conexão social, muitas vezes escassos nas vidas das pessoas.

Por mais que a tecnologia traga contribuições aos processos de comunicação, é importante que as marcas lembrem sempre de colocar as pessoas em primeiro lugar. É sobre compreender quais histórias merecem ser compartilhadas e fazer isso de forma genuína, com uma linguagem verdadeira, leve e criativa e, se possível, com experiências reais. Afinal, a qualidade de vida está ligada à qualidade dos nossos relacionamentos e nossa capacidade de se conectar.

A solidão não é um problema individual e, sim, um desafio global que exige uma resposta coletiva. As marcas que entenderem o poder de ação que possuem diante desse cenário e promoverem bons momentos, ganharão um espaço no coração dos consumidores.