A cooperativa Cotribá inaugurou no dia 19 de agosto, em Ibirubá, a nova unidade fabril da cooperativa para produção de ração animal. A nova unidade permitirá triplicar o volume de ração produzido, chegando a 300 mil toneladas por ano. Nesta entrevista, o presidente da Cotribá, Celso Krug, detalha o projeto, fruto de um investimento de
R$ 170 milhões. A venda de rações representa pouco mais de 10% do faturamento da cooperativa, que tem a maior parte dos seus recursos na armazenagem de grãos.
A cooperativa Cotribá inaugurou no dia 19 de agosto, em Ibirubá, a nova unidade fabril da cooperativa para produção de ração animal. A nova unidade permitirá triplicar o volume de ração produzido, chegando a 300 mil toneladas por ano. Nesta entrevista, o presidente da Cotribá, Celso Krug, detalha o projeto, fruto de um investimento de
R$ 170 milhões. A venda de rações representa pouco mais de 10% do faturamento da cooperativa, que tem a maior parte dos seus recursos na armazenagem de grãos.
Jornal do Comércio - Recentemente, a Cotribá inaugurou uma nova fábrica de ração em Ibirubá, como deve funcionar?
Celso Krug - Nessa primeira etapa, vamos produzir apenas ração para bovinos leiteiros. Depois, numa segunda fase, iniciaremos a produção para suínos, aves e pets, previstas até o final de 2025. Essa linha para pet é inédita para nós e buscamos esse mercado por observar que a demanda tem crescido, devido ao aquecimento do setor.
JC - Qual foi o investimento feito na nova unidade fabril e qual será a capacidade produtiva?
Krug - Investimos em torno de R$ 170 milhões para a estrutura de produção de alimento para o gado leiteiro. Quando todas as linhas de rações forem produzidas chegaremos a 300 mil toneladas ano, ela vai triplicar a capacidade que nós temos hoje, nas fábricas antigas.
JC - Antes da nova fábrica, vocês dispunham de duas unidades fabris? Como funcionava?
Krug - Tínhamos uma unidade funcionando na sede e em outra área alugada, no município de Tapera. Com o novo empreendimento, vamos levar toda a estrutura para a nova área com alta tecnologia embarcada. A estrutura física está quase pronta, mas falta o equipamento, então, acreditamos que até final de 2025 estará totalmente completa.
JC - E a nova unidade já está em produção? E qual o volume produzido hoje para o gado leiteiro?
Krug - Nesta semana, estamos fazendo os testes para nova fábrica e, a partir do dia 12 de setembro, ela vai começar a produzir. Nas duas unidades antigas, nós produzimos em média de 8 mil a 9 mil toneladas ao mês. A ideia é dobrar a produção e chegar a 18 mil toneladas ao mês, pois cada vez mais os produtores estão usando ração e gado confinado nos free stall (modalidade de confinamento de gado leiteiro).
JC - E a comercialização é feita apenas dentro do Estado?
Krug - Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Estávamos estrangulados, não vencíamos fabricar a quantidade que era demandada. E é para atender todo o produtor, não só os associados da cooperativa.
JC - Sobre a linha pet: é a primeira vez que vocês produzem esse tipo de ração, em função do que optaram por expandir para esse segmento?
Krug - Trata-se de um mercado muito forte e com tendência de expansão e alta demanda. Ainda não definimos o volume que será produzido, temos que sentir o mercado.
JC - Quais foram os impactos da enchente nos produtores associados à cooperativa?
Krug - A Cotribá teve prejuízo muito grande na região Sul. Produtores com perdas de mais de 50% na soja que ele não conseguiu colher. Então imagina: numa região que já vinha de dois anos consecutivos de seca. A soja estava pronta para colher e veio a catástrofe. Por isso, estamos solicitando ao governo federal um alongamento da dívida dos produtores para que eles possam seguir plantando, pois o endividamento é grande. Não estamos pedindo anistia, mas um maior prazo.