Laboratório desenvolve tecnologias para medir poluição atmosférica

Pesquisador Mauro Schumacher será premiado pelo seu trabalho como coordenador do Labeflo

Por Miguel Campana

foto do pesquisador Mauro Schumacher no LABEFLO
Coordenador do Laboratório de Ecologia Florestal (Labeflo), Mauro Schumacher é um dos pesquisadores reconhecidos pelo 28º Prêmio O Futuro da Terra, organizado pelo Jornal do Comércio em conjunto com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). Ele será premiado na categoria Inovação e Tecnologia Rural.

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Incentivo ao intercâmbio de estudantes com outras universidades

Desde a sua entrada na Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm), Mauro incentiva a criação de parcerias com universidades internacionais para intercâmbio de estudantes. Segundo ele, a iniciativa é benéfica para todos os envolvidos. O intercambista leva informações para a universidade estrangeira e, ao mesmo tempo, extrai novas metodologias de trabalho. Após o período fora, ele aplica os novos conhecimentos na sua universidade de origem.
Os estudantes que participam do Labeflo podem ser da graduação ou pós-graduação. Dentro do laboratório, eles têm acesso aos trabalhos produzidos por outros pesquisadores e podem desenvolver atividades de moagem, secagem e filtragem de amostras.
O principal parceiro do Labeflo é a Alemanha, que há décadas investe em estudos ambientais. De acordo com Mauro, a mudança de postura do governo alemão nos anos 1980 foi determinante para reduzir a quantidade de poluentes lançados na atmosfera. A queima de combustíveis fósseis, como o carvão, liberava muito enxofre para a atmosfera, o que resultava na ocorrência de chuvas ácidas. Estas, por sua vez, estavam carregadas de metais pesados.
As medidas adotadas pelos alemães mudaram esse cenário e serviram de inspiração para o trabalho de Mauro. "Depois de uma visita à Floresta Negra, perto da fronteira da Alemanha com a França, eu trouxe algumas das tecnologias para serem adaptadas e depois utilizadas pelos pesquisadores do Labeflo", observa.
Dentro do escopo do seu trabalho, Mauro destaca a importância das florestas durante as chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul no último mês de maio. Segundo ele, a depender da idade e do tamanho das árvores, estas desempenham o papel de reter água, como se fossem esponjas. O pesquisador também alerta para a deposição no solo de poluentes liberados pelas queimadas na Floresta Amazônica.
"Através do meu trabalho, a ideia é ser o mais racional possível em relação às alterações químicas, biológicas e físicas promovidas pelo impacto no solo", explica Mauro.
Para ele, o trabalho feito no Labeflo e no Departamento de Ciências Florestais da Ufsm contribui para melhorar o entendimento e a tomada de decisões em relação aos ecossistemas existentes.