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A pesquisa a serviço da sanidade e produção de proteína animal para o mundo
Professor titular da UFSM, o virologista Eduardo Furtado Flores é indicado para categoria especial do Prêmio O Futuro da Terra
Há 35 anos, o médico veterinário Eduardo Furtado Flores se dedica à pesquisa em busca do aprimoramento da sanidade dos rebanhos e à formação de novos profissionais para atuar nesse segmento. Com isso, projeta, será possível incrementar a produção de proteína animal para alimentar um planeta que caminha para abrigar uma população de 10 bilhões de habitantes.
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Dedicação a outros dois projetos
Eduardo Furtado Flores também está trabalhando no desenvolvimento de outras duas vacinas, contra o Herpesvírus Bovino, que causa doença respiratória e reprodutiva; além de uma plataforma vetorial utilizando o parapoxvírus ovino como vetor vacinal. Esse último projeto tem sido conduzido em parceria com um ex-aluno que atualmente é docente e pesquisador na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos.
“É, na minha opinião, a vacina mais promissora. Trata-se de um vetor vacinal, um vírus que carrega antígenos de outros vírus. Já está com licença concedida nos Estados Unidos e na União Europeia. E estamos encaminhando aqui no Brasil também”.
Eduardo Flores vê na heterogeneidade entre os níveis de tecnificação e produtividade nas propriedades como um importante gargalo a travar a ascensão do Brasil a patamares ainda mais elevados de participação no mercado mundial de carne. Segundo ele, enquanto algumas propriedades trabalham com modelos altamente tecnificados e desenvolvidos, outras, até mesmo vizinhas, seguem com métodos ultrapassados.
“Precisamos nivelar a atividade por cima, elevando a tecnificação para sermos mais eficientes. Melhorando a sanidade e a genética, que já é muito boa, com manejo e nutrição, que são muito bons, nós podemos, então, chegar a um nível muito maior de produtividade, oferecendo para o consumidor interno e para o consumidor de outros países um produto de alta qualidade, produzido de maneira sustentável, que é muito importante, preservando o que se tem ainda de meio ambiente”, aponta.
Em outra frente, o especialista se orgulha de ter ajudado a formar mais de 2,5 mil médicos veterinários, quase uma centena de mestres e doutores, muitos deles ocupando atualmente posições de destaque em instituições públicas e privadas no Brasil e também no exterior, como na Argentina, nos Estados Unidos e na Alemanha. Assim, ele colabora para a entrada no mercado de profissionais amplamente capacitados para atuar diretamente na produção e sanidade animal.
A terceira vertente do trabalho desenvolvido é o diagnóstico de doenças víricas em amostras de animais encaminhadas por produtores rurais e médicos veterinários. Anualmente, são testadas cerca de 10 mil amostras, do Estado e do Brasil A Universidade oferece, então, prestação de serviços, consultoria e assessoria, destacando-se a sanidade e manejos reprodutivos nos planteis. Essa atividade, para Flores, é tão relevante quanto a formação de profissionais e a pesquisa e desenvolvimento.
Para além da medicina veterinária, Flores conta com entusiasmo que, durante a pandemia de Covid-19, o laboratório de Virologia da UFSM interrompeu os trabalhos nas amostras de animais para analisar cerca de 45 mil amostras humanas para diagnóstico da enfermidade em pacientes da Região Central do Rio Grande do Sul encaminhadas via Sistema Único de Saúde (SUS).
“O nosso laboratório é mantido com recurso público. Quando fomos chamados a atender uma demanda da sociedade, reduzimos drasticamente as atividades relacionadas à doenças animais para nos dedicarmos integralmente ao diagnóstico molecular da Covid-19. Demos a resposta que a sociedade buscava. E me orgulho muito disso”.
Nascido em Santa Maria, filho de médico, Eduardo Flores passou a infância e adolescência em Santo Ângelo, em contato com atividade rural na propriedade da família da mãe. Ali despertou para a veterinária e onde, depois da graduação, atuou por alguns anos, com foco em sanidade reprodução animal. Mas percebeu que sua vocação era outra.
Voltou então a Santa Maria e à UFSM, onde cursou o mestrado em virologia entre 1986 e 1989. Em 1989 ingressou por concurso como docente na Medicina Veterinária, onde está até hoje, após ter realizado Doutorado nos Estados Unidos (1991-1995) e pós-doutorado na Unicamp (2011-2012), sempre na mesma área. O tema é para ele tão fascinante, que consome grande parte do seu tempo, mesmo em finais de semana ou feriados.
“A pesquisa e gestão de projetos e estudantes, além do gerenciamento do laboratório demandam muito trabalho. Dessa forma, quando as pesquisas estão em desenvolvimento, não tem Natal, feriado ou ano novo. Embora desgastante, é uma atividade altamente gratificante, pois estamos dando nosso retorno à sociedade. Eu sempre digo, no primeiro dia de aula a cada semestre na veterinária: nunca pensei em ser professor, mas estou aqui. E vocês podem encontrar alguém tão realizado profissionalmente quanto eu. Mais realizado do que eu, dificilmente vocês irão achar”, finaliza.
“É, na minha opinião, a vacina mais promissora. Trata-se de um vetor vacinal, um vírus que carrega antígenos de outros vírus. Já está com licença concedida nos Estados Unidos e na União Europeia. E estamos encaminhando aqui no Brasil também”.
Eduardo Flores vê na heterogeneidade entre os níveis de tecnificação e produtividade nas propriedades como um importante gargalo a travar a ascensão do Brasil a patamares ainda mais elevados de participação no mercado mundial de carne. Segundo ele, enquanto algumas propriedades trabalham com modelos altamente tecnificados e desenvolvidos, outras, até mesmo vizinhas, seguem com métodos ultrapassados.
“Precisamos nivelar a atividade por cima, elevando a tecnificação para sermos mais eficientes. Melhorando a sanidade e a genética, que já é muito boa, com manejo e nutrição, que são muito bons, nós podemos, então, chegar a um nível muito maior de produtividade, oferecendo para o consumidor interno e para o consumidor de outros países um produto de alta qualidade, produzido de maneira sustentável, que é muito importante, preservando o que se tem ainda de meio ambiente”, aponta.
Em outra frente, o especialista se orgulha de ter ajudado a formar mais de 2,5 mil médicos veterinários, quase uma centena de mestres e doutores, muitos deles ocupando atualmente posições de destaque em instituições públicas e privadas no Brasil e também no exterior, como na Argentina, nos Estados Unidos e na Alemanha. Assim, ele colabora para a entrada no mercado de profissionais amplamente capacitados para atuar diretamente na produção e sanidade animal.
A terceira vertente do trabalho desenvolvido é o diagnóstico de doenças víricas em amostras de animais encaminhadas por produtores rurais e médicos veterinários. Anualmente, são testadas cerca de 10 mil amostras, do Estado e do Brasil A Universidade oferece, então, prestação de serviços, consultoria e assessoria, destacando-se a sanidade e manejos reprodutivos nos planteis. Essa atividade, para Flores, é tão relevante quanto a formação de profissionais e a pesquisa e desenvolvimento.
Para além da medicina veterinária, Flores conta com entusiasmo que, durante a pandemia de Covid-19, o laboratório de Virologia da UFSM interrompeu os trabalhos nas amostras de animais para analisar cerca de 45 mil amostras humanas para diagnóstico da enfermidade em pacientes da Região Central do Rio Grande do Sul encaminhadas via Sistema Único de Saúde (SUS).
“O nosso laboratório é mantido com recurso público. Quando fomos chamados a atender uma demanda da sociedade, reduzimos drasticamente as atividades relacionadas à doenças animais para nos dedicarmos integralmente ao diagnóstico molecular da Covid-19. Demos a resposta que a sociedade buscava. E me orgulho muito disso”.
Nascido em Santa Maria, filho de médico, Eduardo Flores passou a infância e adolescência em Santo Ângelo, em contato com atividade rural na propriedade da família da mãe. Ali despertou para a veterinária e onde, depois da graduação, atuou por alguns anos, com foco em sanidade reprodução animal. Mas percebeu que sua vocação era outra.
Voltou então a Santa Maria e à UFSM, onde cursou o mestrado em virologia entre 1986 e 1989. Em 1989 ingressou por concurso como docente na Medicina Veterinária, onde está até hoje, após ter realizado Doutorado nos Estados Unidos (1991-1995) e pós-doutorado na Unicamp (2011-2012), sempre na mesma área. O tema é para ele tão fascinante, que consome grande parte do seu tempo, mesmo em finais de semana ou feriados.
“A pesquisa e gestão de projetos e estudantes, além do gerenciamento do laboratório demandam muito trabalho. Dessa forma, quando as pesquisas estão em desenvolvimento, não tem Natal, feriado ou ano novo. Embora desgastante, é uma atividade altamente gratificante, pois estamos dando nosso retorno à sociedade. Eu sempre digo, no primeiro dia de aula a cada semestre na veterinária: nunca pensei em ser professor, mas estou aqui. E vocês podem encontrar alguém tão realizado profissionalmente quanto eu. Mais realizado do que eu, dificilmente vocês irão achar”, finaliza.