Roberta Fofonka, especial para o JC
É impossível visitar a Expointer e não sentir o cheiro da fumaça dos churrascos, que estiveram em brasa durante toda a feira pelas ruas, restaurantes, estandes e casas do Parque de Exposições Assis Brasil. Neste contexto, marcas e frigoríficos têm uma vitrine única para apresentar seus produtos.
Mostrar aos consumidores a sustentabilidade em todas as etapas da cadeia produtiva da carne é a missão da Estâncias Gaúchas, marca idealizada pelo engenheiro agrônomo Marcelo Fett Pinto.
Além de comercializar os cortes, a marca leva informação a respeito da cadeia produtiva da carne, elucidando todo o processo envolvido para que o produto premium chegue até a gôndola dos supermercados. “Leva dois anos, da gestação da vaca, até o momento de chegar uma maminha no supermercado”, exemplifica – processo que tem um rastro de histórias familiares, boas práticas e manejo que está distante do olhar do consumidor final.
Marcelo Fett Pinto visitou a casa do Jornal do Comércio na Expointer, na sexta-feira (30)
EVANDRO OLIVEIRA/JC
Engenheiro agrônomo, Fett sempre atuou na conexão de cadeias produtivas sustentáveis, transitando entre todas as pontas: produção, frigorífico, varejo e consumidor. Para conscientizar o público a respeito da carne produzida nas estâncias, ele realiza workshops dentro de supermercados, apresentando o produtor e a origem da carne - que pode ser encontrada nas lojas do grupo Carrefour, incluindo o Nacional. Na Expointer, a trajetória do produto da Estâncias Gaúchas foi apresentada na Vitrine da Carne Gaúcha, que fica no Pavilhão Internacional, na quinta-feira (29).
Santa Fé Alimentos abastece 25 restaurantes dentro da Expointer
De Imbé, o frigorífico Santa Fé Alimentos supera os números do ano passado. Faltando dois dias para o encerramento da 47ª Expointer, o montante de vendas até sexta (30) contabilizou 28.946 toneladas de carne bovina comercializada – na edição passada, foram 28 toneladas no total.
Há 14 anos presente na Expointer, a empresa foi ampliando sua atuação, até a construção e inauguração da casa, em 2019. Antes, a cada ano, era instalado um estande itinerante. “Fomos vendo as necessidades e a dificuldade que era a distribuição dentro do parque”, conta Leo Santos, fundador da marca.
Leo Santos já havia vendido, até sexta-feira, mais de 28 toneladas de carne na Expointer
EVANDRO OLIVEIRA/JC
Além dos 25 clientes fixos das operações gastronômicas da feira, o mini mercado da Santa Fé atende sobretudo ao público dos estandes, com carvão, sal parrillero, carnes, vegetais, erva-mate, vinhos, fernet, refrigerantes e, claro, toda sorte de cortes bovinos, linguiças e acompanhamentos para churrasco. Como a expectativa era baixa com relação à Expointer deste ano, Santos comemora.
“Estou tendo uma surpresa agradável da feira, tanto em negócios quanto em movimento”, observa. “Quem viu este parque alagado, quase não acredita que estaria assim hoje”. Na casa da Santa Fé, a água subiu mais de 1m.
Carne ovina em busca de novidades
Uma marca que está representada nos resfriadores da Santa Fé é a Carneiro Sul. “A conexão com a Expointer é muito importante”, ressalta João Bernardo, um dos fundadores. “Isso faz com que sejamos lembrados quando o produtor for vender a produção”, emiuça.
Além de fortalecer as marcas, a Expointer também é o lugar de fazer negócios. Ao longo da semana, “compramos a safra de uma propriedade, aproximadamente 2 mil ovinos”, conta. Também foi o momento de reafirmar vínculos com parceiros já existentes, projetando 2025.
Ouvindo a demanda do mercado supermercadista, a Carneiro Sul lança, ainda este ano, o hambúrguer de cordeiro e uma linha de embutidos, “com o objetivo de trazer ao consumidor uma opção maior dos nossos produtos”, diz Bernardo. O consumidor fã de ovinos pode esperar a novidade no próximo trimestre.