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Publicada em 31 de Agosto de 2024 às 15:04

IA generativa e Open Source ditam o futuro dos bancos

Mauricio Machado de Minas, do Conselho de Administração Bradesco este na casa do Jornal do Comércio na 47ª Expointer.

Mauricio Machado de Minas, do Conselho de Administração Bradesco este na casa do Jornal do Comércio na 47ª Expointer.

TÂNIA MEINERZ/JC
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Roberta Fofonka, especial para o JC
Roberta Fofonka, especial para o JC
Sete em cada dez brasileiros são heavy users de aplicativos de banco, conforme a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024. Diante disso, as instituições têm o desafio de otimizar cada vez mais suas ferramentas e alcance digital. No Bradesco, “98% das transações de clientes acontecem por via digital. Mesmo o contato com gerentes de contas, majoritariamente é feito por WhatsApp”, justifica o conselheiro de administração do Bradesco, Maurício Machado de Minas, em visita à Casa do Jornal do Comércio na Expointer, na quarta-feira (28).
A nova onda da tecnologia, tracionada pelas Big Techs, impacta diretamente no desenvolvimento dos bancos: fatores-chave como hiperpersonalização de ofertas e agilidade de processos se elevam com o uso de IA generativa e Open Source. “Hoje, temos condições de personalizar oferta, entender cada cliente individualmente. Talvez a transação de maior frequência na vida de uma pessoa seja o serviço financeiro: no que você gasta em débito, o que prefere gastar no crédito, quais pagamentos acontecem mensalmente, etc.”
Segundo de Minas, isso faz com que os bancos tenham informações até mais qualificadas sobre o usuário do que as mídias sociais. “Na mídia social, você tem avatares: as pessoas querem ser vistas de uma forma, o que nem sempre corresponde ao que elas são. No mundo financeiro, você sabe exatamente quem a pessoa é”, analisa.
Deste modo, melhorar a capacidade de identificar e hierarquizar dados é um diferencial competitivo para as instituições financeiras. Para individualizar as ofertas, o Bradesco emprega esforços no uso das tecnologias de IA generativa, como ChatGPT, da Open AI, Gemini, do Google, o Llama, da Meta e o Anthropic, da Amazon. “Nós usamos as quatro (tecnologias). Precisamos ser agnósticos nesse sentido”, pondera. “Se por machine learning eu aprendo quem é você, via IA generativa conseguimos ter ofertas que são muito assertivas. Se você está fazendo um pix e não tem saldo suficiente, o banco percebe e pode oferecer acesso ao crédito para completar a transação”, exemplifica.
Atualmente, 53% do total de abertura de contas correntes é realizado via canais digitais. Das 550 milhões de contas ativas, 46% estão no digital - 209,3 milhões no mobile banking e 44,1 milhões no internet banking. No caso de Open Source, isso “traz uma capacidade adicional de desenvolver em velocidade maior e depender menos de um fabricante, o que é uma vantagem potencial em custo, como acontece no mundo do Linux”. E o mercado já se move nesta direção, a exemplo da Meta, que abriu o código da IA Llama recentemente. “A direção do mundo, na minha opinião, é open source”, afirma.
Neste caso, o Bradesco tem sua própria plataforma de testes: o banco Next, produto nativo digital que corre em paralelo e é voltado a um público digitalizado, em que a experiência é mais relevante do que o produto financeiro. “O Next nos permite testar hipóteses, negar umas e aderir outras, e trazê-las ao Bradesco”, conta de Minas.

C-level vendeu startup de tecnologia para o Bradesco, há 40 anos


Em 1985, aos 26 anos de idade, de Minas e outros sócios da empresa que haviam fundado, a CPM (uma startup, para os padrões da época), que importava equipamentos de informática, precisavam construir uma fábrica para ampliar a capacidade de produção de hardware - por conta da Política Nacional de Informática (PNI), medida para o desenvolvimento da indústria de informática no País, que estabeleceu uma reserva de mercado para as empresas de capital nacional. Para fazer isso, foram bater na porta do Bradesco para pedir sociedade. E conseguiram. Desde então, a CPM passou a ser um braço de tecnologia e posteriormente desenvolvimento de software, não só para o banco como para outros players. Quando Maurício foi chamado para assumir as operações de tecnologia do banco, a CPM foi vendida para a operação da CapGemini do Brasil.

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