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Publicada em 27 de Agosto de 2024 às 14:52

Cotribá vai triplicar produção de ração com nova fábrica em Ibirubá

Celso Krug diz que nova fábrica atenderá produtores de toda região Sul do Brasil

Celso Krug diz que nova fábrica atenderá produtores de toda região Sul do Brasil

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Ana Esteves, especial para o JC
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A Cotribá inaugurou, no dia 19 de agosto, em Ibirubá, a nova unidade fabril da cooperativa para produção de ração animal. A nova unidade permitirá triplicar o volume de ração produzido, chegando a 300 mil toneladas por ano. Nesta entrevista, o presidente da Cotribá, Celso Krug, detalha o projeto fruto de um investimento de R$ 170 milhões. A venda de rações representa pouco mais de 10% do faturamento da cooperativa, que tem a maior parte dos seus recursos na armazenagem de grãos.
Jornal do Comércio - Recentemente, a Cotribá inaugurou uma nova fábrica de ração em Ibirubá, como deve funcionar?
Celso Krug - Nessa primeira etapa, vamos produzir apenas ração para bovinos leiteiros. Depois, numa segunda fase, iniciaremos a produção para suínos, aves e pets, previstas até o final de 2025. Essa linha para pet é inédita para nós e buscamos esse mercado por observar que a demanda tem crescido, devido ao aquecimento do setor.
JC - Qual foi o investimento feito na nova unidade fabril e qual será a capacidade produtiva?
Krug - Investimos em torno de R$ 170 milhões para a estrutura de produção de alimento para o gado leiteiro. Quando todas as linhas de rações forem produzidas chegaremos a 300 mil toneladas ano, ela vai triplicar a capacidade que nós temos hoje, nas fábricas antigas.
JC - Antes da nova fábrica, vocês dispunham de duas unidades fabris? Como funcionava?
Krug -Tínhamos uma unidade funcionando na sede e em outra área alugada, no município de Tapera. Com o novo empreendimento, vamos levar toda a estrutura para a nova área com alta tecnologia embarcada. A estrutura física está quase pronta, mas falta o equipamento então acreditamos que até final de 2025 a gente teve totalmente completo.
JC - E a nova unidade já está em produção? E qual o volume produzido hoje para o gado leiteiro?
Krug - Nesta semana, estamos fazendo os testes para nova fábrica e, a partir do dia 12 de setembro, ela vai começar a produzir. Nas duas unidades antigas, nós produzimos em média de 8 a 9 mil toneladas ao mês. A ideia é dobrar a produção e chegar a 18 mil toneladas ao mês, pois cada vez mais os produtores estão usando ração e gado confinado nos free stall (modalidade de confinamento de gado leiteiro).
JC - E a comercialização é feita apenas dentro do Estado?
Krug - Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Estávamos estrangulados, não vencíamos fabricar a quantidade que era demandada. E é para atender todo o produtor, não só os associados da cooperativa.
JC - Sobre a linha pet: é a primeira vez que vocês produzem esse tipo de ração, em função do que optaram por expandir para esse segmento?
Krug - Trata-se de um mercado muito forte e com tendência de expansão e alta demanda. Ainda não definimos o volume que será produzido, temos que sentir o mercado.
JC - Quais foram os impactos da enchente nos produtores associados à cooperativa?
Krug - A Cotribá teve prejuízo muito grande na região Sul. Produtores com perdas de mais de 50% na soja que ele não conseguiu colher. Então imagina: numa região que já vinha de dois anos consecutivos de seca. A soja estava pronta para colher e veio a catástrofe. Por isso, estamos solicitando ao governo federal um alongamento da dívida dos produtores para que eles possam seguir plantando, pois o endividamento é grande. Não estamos pedindo anistia, mas um maior prazo.

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