Publicada em 29 de Agosto de 2023 às 15:56

Indústrias de laticínios fazem eco a queixas de produtores

Produtores e indústrias de leite pedem atenção ao setor para estancar crise e correm risco de quebra, disse Guerra (E)

Produtores e indústrias de leite pedem atenção ao setor para estancar crise e correm risco de quebra, disse Guerra (E)


ANA TERRA FIRMINO/JC
Claudio Medaglia
As queixas dos produtores de leite do Rio Grande do Sul, que no domingo chegaram a promover um ato de protesto na Expointer 2023, alertando para a forte crise no setor, mobilizaram também as indústrias. Nesta terça-feira (29), após as atividades do primeiro dia do seminário RS Carbon Free, na Casa da Indústria de Laticínios, espaço do Sindilat/RS no parque Assis Brasil, dirigentes da entidade manifestaram apoio à causa.
As queixas dos produtores de leite do Rio Grande do Sul, que no domingo chegaram a promover um ato de protesto na Expointer 2023, alertando para a forte crise no setor, mobilizaram também as indústrias. Nesta terça-feira (29), após as atividades do primeiro dia do seminário RS Carbon Free, na Casa da Indústria de Laticínios, espaço do Sindilat/RS no parque Assis Brasil, dirigentes da entidade manifestaram apoio à causa.
A preocupação rompeu os limites das propriedades rurais e chegou às plantas de beneficiamento de leite. Com o aumento desenfreado das importações de países do Mercosul, cujos custos de produção são menores que os verificados no Brasil, a evasão de produtores afeta ainda mais a oferta e coloca em risco toda a cadeia.
“Não existe produtor sem indústria. E não existe indústria sem produtor. Somos parte do mesmo elo da cadeia. Precisamos encontrar um caminho para desafogar o produtor e salvar a atividade. O produtor gaúcho e brasileiro enfrenta uma concorrência desleal”, disse o vice-presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.
A situação criada pelas importações junto ao Mercosul gerou um sentimento de desconforto nas indústrias, que pedem ações governamentais para proteger os produtores que ainda seguem na atividade. Conforme o Sindilat, restam pouco mais de 30 mil famílias no Rio Grande do Sul ligadas à bovinocultura de leite - de acordo com a Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul, eram 100 mil há 10 anos.
“Encaminhamos à União pedidos de atenção ao setor, como prêmios de escoamento da produção (PEP), aquisições pelo governo federal ou a retenção das importações, por exemplo. Do jeito que está, ficará uma cicatriz muito grande no setor, mais gente ainda vai sair da atividade. Existe uma questão econômica e social muito forte nesse tema”, advertiu o secretário-executivo, Darlan Palharini.
Segundo ele, produtores argentinos e uruguaios têm vantagens, como subsídios governamentais, refinanciamentos de dívidas com longo prazo para pagamento e carência, além de outras vantagens.
As indústrias anteveem a possibilidade de o Brasil, nesse ritmo, se tornar um grande importador de lácteos, perdendo força na produção interna e ficando refém de oferta e preços internacionais.
“É uma questão de segurança alimentar. As indústrias também são afetadas por esse problema. Por isso levamos o assunto também ao BNDES, em diálogo a respeito de toda a cadeia de proteína animal. Esperamos que haja sensibilidade por parte do governo”, completou o diretor-tesoureiro do Sindilat , Ângelo Paulo Sartor.
Comentários CORRIGIR TEXTO