Publicada em 28 de Agosto de 2023 às 18:15

Painel debate o setor florestal na Expointer

Evento tratou da nova geopolítica mundial e as oportunidades para o Brasil e para o setor florestal

Evento tratou da nova geopolítica mundial e as oportunidades para o Brasil e para o setor florestal


Júlia Chagas/Ascom Seapi/divulgação jc
A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) promoveu, nesta segunda-feira (28), o painel “A nova geopolítica mundial e as oportunidades para o Brasil e para o setor florestal”. O evento ocorreu no auditório do estande do governo do Estado, no Pavilhão Internacional, durante a 46ª Expointer. O secretário da Agricultura, Giovani Feltes, deu as boas-vindas aos presentes. O secretário adjunto, Márcio Madalena, abriu os trabalhos, ressaltando a importância do tema.O diretor-geral da CMPC Guaíba, Mauricio Harger, apresentou “A fibra natural para um futuro melhor” e abordou os principais impactos da multinacional na economia do Rio Grande do Sul. Atualmente, ela está presente em 73 municípios gaúchos e gera 6,6 mil empregos fixos.Harger falou ainda sobre o maior projeto de sustentabilidade da história do Estado: o BioCMPC. “Trata-se de um investimento de R$ 2,75 bilhões, que está sendo concluído neste ano e irá tornar a unidade de Guaíba uma das mais sustentáveis do ramo de celulose no Brasil”, afirmou.Por sua vez, o presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Luiz Augusto Alves, abordou as oportunidades e os desafios no atual contexto mundial para o setor florestal do Rio Grande do Sul. Segundo ele, entre as oportunidades estão os serviços ambientais. “Destacamos os serviços ambientais relativos à conservação e à preservação, além da expectativa da implementação do comércio de créditos de carbono, podendo se caracterizar como fonte de recursos para o setor”.Para Alves, entre as potencialidades do Estado pode-se destacar as características edafoclimáticas (clima, relevo, radiação, tipo de solo, vento, precipitação pluvial, entre outras), semelhantes às dos países de origem das espécies exóticas cultivadas. “A logística e a localização geográfica favoráveis para atender aos mercados nacional e internacional e o potencial de crescimento da produtividade florestal também representam um bom potencial para o setor”, acrescentou.Como fatores impactantes, Alves destacou a burocratização dos trâmites relacionados às atividades florestais e à falta de conhecimento do setor e dos produtos provenientes das florestas plantadas por grande parte da sociedade. “Essa falta de conhecimento dificulta a obtenção de apoio político e da sociedade em geral para as demandas setoriais”.Já o presidente do Instituto Brasileiro de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, falou sobre a emergência climática, que gera um desafio para a sociedade. “Mas também oferece oportunidades para o Brasil, que tem condições muito peculiares nesse mundo em que estamos vivendo. Por exemplo, nós temos terra, que é um elemento importante, porque uma das demandas do mundo é alimento. Estamos com uma safra de mais de 300 milhões de grãos e podemos rapidamente chegar a uma safra de 500 milhões no nosso país”, afirmou. Ele citou ainda a possibilidade de o Brasil ser um provedor de energia limpa. “Temos uma bela experiência de biomassa; temos sol abundante, o que dá possibilidade de crescermos na energia solar; temos ventos com regularidade em algumas regiões do país. Nós temos como suprir o mundo com alimento e com energia limpa”, destacou. “Eu costumo dizer que, se listarmos os 10 países com maior potencialidade no mundo, o Brasil está bem posicionado entre eles”, pontuou. “Nosso desafio é histórico, de como transformar esse potencial em oportunidades para melhorar a vida do nosso povo, principalmente dos jovens brasileiros”.Além disso, na opinião de Hartung, é preciso valorizar as iniciativas da bioeconomia, que aliam desenvolvimento com sustentabilidade, que produzem enquanto conservam. “E o setor de árvores cultivadas é uma dessas iniciativas que teve sucesso nas últimas décadas, estabelecendo-se como uma indústria produtiva, exportadora, geradora de emprego e desenvolvimento social". E tudo isso, segundo ele, enquanto mantém 6 milhões de hectares de áreas conservadas e outros 9,9 milhões de hectares de áreas cultivadas, estocando carbono, com bioprodutos, recicláveis e biodegradáveis, alternativos àqueles de origem fóssil e utilizando técnicas de manejo florestal sustentável.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) promoveu, nesta segunda-feira (28), o painel “A nova geopolítica mundial e as oportunidades para o Brasil e para o setor florestal”. O evento ocorreu no auditório do estande do governo do Estado, no Pavilhão Internacional, durante a 46ª Expointer. O secretário da Agricultura, Giovani Feltes, deu as boas-vindas aos presentes. O secretário adjunto, Márcio Madalena, abriu os trabalhos, ressaltando a importância do tema.

O diretor-geral da CMPC Guaíba, Mauricio Harger, apresentou “A fibra natural para um futuro melhor” e abordou os principais impactos da multinacional na economia do Rio Grande do Sul. Atualmente, ela está presente em 73 municípios gaúchos e gera 6,6 mil empregos fixos.

Harger falou ainda sobre o maior projeto de sustentabilidade da história do Estado: o BioCMPC. “Trata-se de um investimento de R$ 2,75 bilhões, que está sendo concluído neste ano e irá tornar a unidade de Guaíba uma das mais sustentáveis do ramo de celulose no Brasil”, afirmou.

Por sua vez, o presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Luiz Augusto Alves, abordou as oportunidades e os desafios no atual contexto mundial para o setor florestal do Rio Grande do Sul. Segundo ele, entre as oportunidades estão os serviços ambientais. “Destacamos os serviços ambientais relativos à conservação e à preservação, além da expectativa da implementação do comércio de créditos de carbono, podendo se caracterizar como fonte de recursos para o setor”.

Para Alves, entre as potencialidades do Estado pode-se destacar as características edafoclimáticas (clima, relevo, radiação, tipo de solo, vento, precipitação pluvial, entre outras), semelhantes às dos países de origem das espécies exóticas cultivadas. “A logística e a localização geográfica favoráveis para atender aos mercados nacional e internacional e o potencial de crescimento da produtividade florestal também representam um bom potencial para o setor”, acrescentou.

Como fatores impactantes, Alves destacou a burocratização dos trâmites relacionados às atividades florestais e à falta de conhecimento do setor e dos produtos provenientes das florestas plantadas por grande parte da sociedade. “Essa falta de conhecimento dificulta a obtenção de apoio político e da sociedade em geral para as demandas setoriais”.

Já o presidente do Instituto Brasileiro de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, falou sobre a emergência climática, que gera um desafio para a sociedade. “Mas também oferece oportunidades para o Brasil, que tem condições muito peculiares nesse mundo em que estamos vivendo. Por exemplo, nós temos terra, que é um elemento importante, porque uma das demandas do mundo é alimento. Estamos com uma safra de mais de 300 milhões de grãos e podemos rapidamente chegar a uma safra de 500 milhões no nosso país”, afirmou.

Ele citou ainda a possibilidade de o Brasil ser um provedor de energia limpa. “Temos uma bela experiência de biomassa; temos sol abundante, o que dá possibilidade de crescermos na energia solar; temos ventos com regularidade em algumas regiões do país. Nós temos como suprir o mundo com alimento e com energia limpa”, destacou. “Eu costumo dizer que, se listarmos os 10 países com maior potencialidade no mundo, o Brasil está bem posicionado entre eles”, pontuou. “Nosso desafio é histórico, de como transformar esse potencial em oportunidades para melhorar a vida do nosso povo, principalmente dos jovens brasileiros”.

Além disso, na opinião de Hartung, é preciso valorizar as iniciativas da bioeconomia, que aliam desenvolvimento com sustentabilidade, que produzem enquanto conservam. “E o setor de árvores cultivadas é uma dessas iniciativas que teve sucesso nas últimas décadas, estabelecendo-se como uma indústria produtiva, exportadora, geradora de emprego e desenvolvimento social". E tudo isso, segundo ele, enquanto mantém 6 milhões de hectares de áreas conservadas e outros 9,9 milhões de hectares de áreas cultivadas, estocando carbono, com bioprodutos, recicláveis e biodegradáveis, alternativos àqueles de origem fóssil e utilizando técnicas de manejo florestal sustentável.
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