Um dos pavilhões mais visitados da Expointer, o da agricultura familiar bateu recorde de vendas já no primeiro fim de semana da feira, com R$ 1,93 milhão em produtos comercializados. Os valores superam em 19,5% o aporte alcançado no ano passado, antiga marca mais alta, quando foi alcançado o valor de R$ 1,6 milhão nos dois primeiros dias do evento.
Os dados foram apresentados ontem, no estande da Secretaria do Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul. Apenas no sábado, foram comercializados R$ 915 mil. Já no domingo, os valores surpreenderam e superaram a marca de R$ 1 milhão em vendas. O secretário do Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, comemorou o novo recorde. "Graças ao trabalho, dedicação e a força dos nossos empreendedores rurais, já batemos a marca, com R$ 1,93 milhão em renda para as famílias produtoras", disse Santini.
O secretário ainda afirmou que o investimento na agricultura familiar é lucrativo. Conforme Santini apresentou, dos R$ 1,38 milhão investidos em 15 eventos da agricultura familiar, foram gerados R$ 9,79 milhões em receita para os produtores. O secretário comentou ainda que "isso significa renda, não só aqui, dentro dos pavilhões da agricultura familiar, mas lá no comércio local, no mercado da cidade, nas lojas de material de construção, nas lojas de insumos das pequenas cidades".
Além do número expressivo nas vendas nos últimos dias, o pavilhão da agricultura familiar conta nesta edição da Expointer com o maior número de expositores, são 372 bancas.
Representantes de entidades destacam a produção do campo
Também estiveram presentes no evento de apresentação dos dados da agricultura familiar representantes do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), da Emater-RS, da Fetrafi-RS, da Universidade Federal de Rio Grande (Furg) e da Villa Campesina.
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, afirmou que em alguns anos o Brasil se tornará o maior produtor de insumos agrícolas do mundo. "A agricultura brasileira, inexoravelmente, vai continuar crescendo e será, em 2035, a maior agricultura do mundo. Agora, nós só poderemos ser a maior agricultura do mundo se abrir os mercados lá fora, independentemente de onde for e independentemente do tamanho do produtor", disse Pereira.
Já Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag, destacou a expressiva quantidade de jovens no setor. "Dessas agroindústrias que estão aqui no pátio, 87% dos empreendimentos são liderados pela juventude. Hoje talvez o maior problema da agricultura familiar é ter poucos jovens no meio rural, e nas agroindústrias a gente está vendo que eles estão se formando, voltando e fazendo produtos de qualidades", afirmou Silva.
O representante da Furg no evento, Carlos Alberto Sainfer Júnior, enfatizou o processo de recuperação da agricultura familiar no País. "A gente tem uma esperança agora, com o olhar todo em torno de políticas públicas para a nossa agricultura familiar."