Publicada em 26 de Agosto de 2023 às 15:20

Governo gaúcho abre edital para financiamento de projetos de biogás

Estado detalha medidas públicas em seu pavilhão da Expointer

Estado detalha medidas públicas em seu pavilhão da Expointer


IVO GONÇALVES/JC
Jefferson Klein
As questões ambiental e energética estarão fortemente representadas na Expointer deste ano. Entre as medidas nessas áreas que serão desencadeadas durante a feira estão a realização de um edital para financiamento de projetos de biogás (gerado a partir de matéria-orgânica, como dejetos de suínos e aves) e o lançamento da política do hidrogênio verde do Rio Grande do Sul.
As questões ambiental e energética estarão fortemente representadas na Expointer deste ano. Entre as medidas nessas áreas que serão desencadeadas durante a feira estão a realização de um edital para financiamento de projetos de biogás (gerado a partir de matéria-orgânica, como dejetos de suínos e aves) e o lançamento da política do hidrogênio verde do Rio Grande do Sul.

Quanto à ação envolvendo o biocombustível, a secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, lembra que a ação de agora é uma continuação da estratégia adotada na Expointer do ano passado. Na época, foi formalizada a constituição do cadastro público de empresas e profissionais habilitados à elaboração e execução de projetos técnicos, estudos de viabilidade econômica, prestação de serviços e assistência técnica em sistemas de produção de energia elétrica e outros insumos a partir de biogás.

Esse novo edital, que será apresentado na próxima semana, auxiliará na viabilidade financeira dos empreendimentos selecionados através de financiamento do Badesul e subsídio dos juros pelo governo do Estado. A iniciativa prevê recursos na ordem de R$ 50 milhões, que serão utilizados no abatimento dos juros bancários, com limite de até R$ 500 mil por empreendimento, sendo o valor máximo financiado por projeto de R$ 2,5 milhões. Marjorie frisa que, com o uso de biodigestores e a produção de biogás, é possível dar destinação adequada a resíduos do agronegócio e gerar energia. “Tem uma pegada ambiental, mas também um cunho econômico importante”, enfatiza a secretária.

Também no setor energético e durante a feira em Esteio, está previsto para quarta-feira (30) o lançamento da política do hidrogênio verde no Rio Grande do Sul, através da publicação de um decreto que descreve os instrumentos que poderão ser utilizados como incentivos para esse setor. “O documento apontará quais são as estruturas governamentais e mistas, com a participação da sociedade civil, que vão ajudar a formar essa cadeia do hidrogênio verde”, afirma Marjorie. Essa edição da Expointer contará com um ponto fixo da Sema e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), localizado no estande do governo do Rio Grande do Sul, no Pavilhão Internacional, para receber o público do evento e esclarecer dúvidas ou receber contribuições quanto à atuação dessas pastas.

O vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e coordenador da Comissão de Meio Ambiente da entidade, Domingos Velho Lopes, considera que a união dos temas energia e agronegócio é vital para o Estado. Ele cita o programa Energia Forte no Campo nesse cenário, que possibilita a ampliação da rede elétrica trifásica no meio rural, permitindo que os produtores possam aumentar a carga disponível e usar mais equipamentos em suas atividades.

Já quanto à geração de biogás, Lopes comenta que se trata de uma ação que contribui para um processo de transição energética limpa. Para conciliar o aumento de produtividade com a sustentabilidade no campo, o integrante da Farsul argumenta que é preciso praticar a agricultura de baixo carbono. “Reflorestamento, incentivo à irrigação, integração da lavoura e pecuária, plantio na palha, são todas metodologias utilizadas que são sequestradoras de carbono”, salienta Lopes.

No caso da pecuária, segmento gerador de metano, um dos gases de efeito estufa, o vice-presidente comenta que essa prática não pode ser vista apenas como a criação de animais. É preciso considerar medidas como a elevação da massa de pasto, que aumenta a produção de fotossíntese, e integrar uma mata nativa ou exótica à atividade, trabalhando assim o conceito de balanço da produção de carbono, mitigando os impactos da pecuária.
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