Publicada em 25 de Setembro de 2020 às 03:00

Um parque autossustentável no futuro

Entrevista com o secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho

Entrevista com o secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho


/LUIZA PRADO/JC
Thiago Copetti, do Rio de Janeiro, especial para o JC
Tornar o Parque de Exposição Assis Brasil autossustentável e atrair mais eventos e investimentos ao local, assim como no seu entorno, são as metas da Secretaria de Agricultura para o local, de acordo com o secretário Covatti Filho. Um dos projetos mais avançados é o de colocar placas solares em 20 mil metros quadrados de telhado espalhados por 31 pavilhões - equivalentes a dois campos de futebol. Em entrevista para falar sobre a primeira edição da Expointer Digital, Covatti diz frequentar o parque desde os 12 anos, quando saiu com a família do Interior (é natural de Frederico Westphalen) para morar em Porto Alegre. O parque, diz o secretário, para ele e para todos os egressos do campo, é sempre uma forma de voltar às origens. E, agora, com a Expointer Digital, um caminho para o futuro.
Jornal do Comércio - O que o senhor espera desta Expointer?
Covatti Filho - É uma edição totalmente diferente, nós estamos buscando inovações na feira. Já temos em torno de 2 mil animais inscritos. Vemos uma mobilização do agronegócio bem grande. Só que o que abrilhantava nossa feira era o público. E como não teremos presença do público, estamos fazendo todo um esforço para que ele tenha acesso à Expointer através dessas tecnologias digitais que disponibilizaremos. Acho que o grande símbolo dessa Expointer vai ser a inovação, uma maneira diferente de fazer a feira, e do público externo vê-la.
JC - Qual é a estratégia para fomentar a adesão do público a esses novos canais digitais?
Covatti Filho - Vamos utilizar várias estratégias. O julgamento das nossas provas técnicas, dos animais, já chama bastante gente para assistir. Também há muito produtor interessado na compra de animais e em olhar genética, isso igualmente atrai bastante o público. Nós estamos trazendo, ainda, uma parte cultural muito significativa, com shows e atrações, inclusive para dar uma força aos nossos músicos e a outros profissionais da área cultural. Vamos fazer uma Expointer com público, mas diferente daquele que nos visitava normalmente. Agora será muito mais técnico, com palestras, eventos voltados para debater e qualificar o agro, para termos uma ampla troca de conhecimentos.
JC - Como os remates virtuais já vinham ganhando força, o produtor rural está razoavelmente habituado com leilões à distância. Isso deve estimular os negócios?
Covatti Filho - Exato. Vemos que os remates e leilões virtuais que serão transmitidos têm um grande apelo, e também é visível a vontade do produtor em assistir. Por isso vamos fazer uma Expointer bastante técnica, voltada para esse produtor, seja através dos animais e das máquinas, já que também segue a Expointer Digital das Máquinas (realizada em agosto e que recebeu mais de 42 mil acessos) ; e uma Expointer muito cultural, o que deve atrair o grande público.
JC - Qual é o futuro do parque? O que temos de projetos para o local?
Covatti Filho - O parque tem um simbolismo interessante, porque é o maior palco do agronegócio da América Latina durante um mês, com todas as atenções voltadas a Esteio. Já existem empresas interessadas em fazer investimentos por lá, seja para construir um hotel, ou um centro de convenções. Não dentro do parque necessariamente, mas aproveitando a área que temos na vizinhança também. Temos uma grande parceria com entidades copromotoras, que têm expectativas de investimentos futuros. Estamos juntos trabalhando para tornar o parque autossustentável. Uma das propostas mais avançadas é construir uma usina de energia solar no local, que tem uma área de 141 hectares e muitas construções que podem abrigar placas solares em seus telhados, por exemplo. E também estamos trabalhando para atrair novos eventos para o Parque Assis Brasil. Por exemplo, estamos falando com uma empresa que quer fazer uma live sertaneja em outubro. Ou seja, temos como atrair investimentos, atrações e eventos durante todo o ano. Claro, sempre respeitando as datas da Expointer e da Fenasul. E estamos em conversas bem adiantada com o MTG. Eles sempre fazem um congresso anual reunindo todos os CTGs do Rio Grande do Sul, e cedemos o espaço a eles. Existe essa vontade de que o parque tenha vida não só nos meses de agosto e setembro, durante a nossa Expointer e em outras feiras, mas que tenha vida em outros dias do ano. O Assis Brasil é importantíssimo para o Estado e para Esteio.
JC - Apenas recentemente a prefeitura de Esteio conseguiu uma cadeira entre os conselheiros da gestão do parque. O que isso muda para a gestão?
Covatti Filho - Eu não entendia também porque a cidade de Esteio não estava antes no conselho de gestão do parque. Temos que ter sintonia com o município, que é ajuda fundamental e grande interessado. Temos muitas ações em que dependemos da estrutura municipal, por exemplo, nesta própria feira de 2020. Por mais que façamos todo o esforço para ter as melhores condições de saúde e segurança, quem vai fazer todo o monitoramento para ver se estamos agindo corretamente é a Secretaria Municipal de Saúde. Caso a gente consiga uma parceria público-privada para fazer investimentos, seja através de hotel ou centro de convenções, quem vai dar as licenças e autorizar a obra é a prefeitura. Essa sincronia com a administração municipal é necessária para o futuro do próprio parque.
JC - Quais lembranças mais antigas tem do parque e quando começou a frequentá-lo?
Covatti Filho - Eu sou cria do Interior, vim para Porto Alegre com 12 anos. Desde então frequento a Expointer. A feira é uma forma de aproximação que quem é do Interior e está fora do meio rural encontra para voltar às origens, também. A gente sempre gostou de ir a Esteio, visitar a feiras e tenho amigos que expõem também.
Tornar o Parque de Exposição Assis Brasil autossustentável e atrair mais eventos e investimentos ao local, assim como no seu entorno, são as metas da Secretaria de Agricultura para o local, de acordo com o secretário Covatti Filho. Um dos projetos mais avançados é o de colocar placas solares em 20 mil metros quadrados de telhado espalhados por 31 pavilhões - equivalentes a dois campos de futebol. Em entrevista para falar sobre a primeira edição da Expointer Digital, Covatti diz frequentar o parque desde os 12 anos, quando saiu com a família do Interior (é natural de Frederico Westphalen) para morar em Porto Alegre. O parque, diz o secretário, para ele e para todos os egressos do campo, é sempre uma forma de voltar às origens. E, agora, com a Expointer Digital, um caminho para o futuro.
Jornal do Comércio - O que o senhor espera desta Expointer?
Covatti Filho - É uma edição totalmente diferente, nós estamos buscando inovações na feira. Já temos em torno de 2 mil animais inscritos. Vemos uma mobilização do agronegócio bem grande. Só que o que abrilhantava nossa feira era o público. E como não teremos presença do público, estamos fazendo todo um esforço para que ele tenha acesso à Expointer através dessas tecnologias digitais que disponibilizaremos. Acho que o grande símbolo dessa Expointer vai ser a inovação, uma maneira diferente de fazer a feira, e do público externo vê-la.
JC - Qual é a estratégia para fomentar a adesão do público a esses novos canais digitais?
Covatti Filho - Vamos utilizar várias estratégias. O julgamento das nossas provas técnicas, dos animais, já chama bastante gente para assistir. Também há muito produtor interessado na compra de animais e em olhar genética, isso igualmente atrai bastante o público. Nós estamos trazendo, ainda, uma parte cultural muito significativa, com shows e atrações, inclusive para dar uma força aos nossos músicos e a outros profissionais da área cultural. Vamos fazer uma Expointer com público, mas diferente daquele que nos visitava normalmente. Agora será muito mais técnico, com palestras, eventos voltados para debater e qualificar o agro, para termos uma ampla troca de conhecimentos.
JC - Como os remates virtuais já vinham ganhando força, o produtor rural está razoavelmente habituado com leilões à distância. Isso deve estimular os negócios?
Covatti Filho - Exato. Vemos que os remates e leilões virtuais que serão transmitidos têm um grande apelo, e também é visível a vontade do produtor em assistir. Por isso vamos fazer uma Expointer bastante técnica, voltada para esse produtor, seja através dos animais e das máquinas, já que também segue a Expointer Digital das Máquinas (realizada em agosto e que recebeu mais de 42 mil acessos) ; e uma Expointer muito cultural, o que deve atrair o grande público.
JC - Qual é o futuro do parque? O que temos de projetos para o local?
Covatti Filho - O parque tem um simbolismo interessante, porque é o maior palco do agronegócio da América Latina durante um mês, com todas as atenções voltadas a Esteio. Já existem empresas interessadas em fazer investimentos por lá, seja para construir um hotel, ou um centro de convenções. Não dentro do parque necessariamente, mas aproveitando a área que temos na vizinhança também. Temos uma grande parceria com entidades copromotoras, que têm expectativas de investimentos futuros. Estamos juntos trabalhando para tornar o parque autossustentável. Uma das propostas mais avançadas é construir uma usina de energia solar no local, que tem uma área de 141 hectares e muitas construções que podem abrigar placas solares em seus telhados, por exemplo. E também estamos trabalhando para atrair novos eventos para o Parque Assis Brasil. Por exemplo, estamos falando com uma empresa que quer fazer uma live sertaneja em outubro. Ou seja, temos como atrair investimentos, atrações e eventos durante todo o ano. Claro, sempre respeitando as datas da Expointer e da Fenasul. E estamos em conversas bem adiantada com o MTG. Eles sempre fazem um congresso anual reunindo todos os CTGs do Rio Grande do Sul, e cedemos o espaço a eles. Existe essa vontade de que o parque tenha vida não só nos meses de agosto e setembro, durante a nossa Expointer e em outras feiras, mas que tenha vida em outros dias do ano. O Assis Brasil é importantíssimo para o Estado e para Esteio.
JC - Apenas recentemente a prefeitura de Esteio conseguiu uma cadeira entre os conselheiros da gestão do parque. O que isso muda para a gestão?
Covatti Filho - Eu não entendia também porque a cidade de Esteio não estava antes no conselho de gestão do parque. Temos que ter sintonia com o município, que é ajuda fundamental e grande interessado. Temos muitas ações em que dependemos da estrutura municipal, por exemplo, nesta própria feira de 2020. Por mais que façamos todo o esforço para ter as melhores condições de saúde e segurança, quem vai fazer todo o monitoramento para ver se estamos agindo corretamente é a Secretaria Municipal de Saúde. Caso a gente consiga uma parceria público-privada para fazer investimentos, seja através de hotel ou centro de convenções, quem vai dar as licenças e autorizar a obra é a prefeitura. Essa sincronia com a administração municipal é necessária para o futuro do próprio parque.
JC - Quais lembranças mais antigas tem do parque e quando começou a frequentá-lo?
Covatti Filho - Eu sou cria do Interior, vim para Porto Alegre com 12 anos. Desde então frequento a Expointer. A feira é uma forma de aproximação que quem é do Interior e está fora do meio rural encontra para voltar às origens, também. A gente sempre gostou de ir a Esteio, visitar a feiras e tenho amigos que expõem também.
Comentários CORRIGIR TEXTO