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Publicada em 28 de Agosto de 2024 às 15:54

Produtores rurais precisam renegociar suas dívidas, afirma Antônio da Luz

Economista Antônio da Luz defende apoio por parte da União aos governos estadual e municipal como ocorreu na pandemia da Covid-19

Economista Antônio da Luz defende apoio por parte da União aos governos estadual e municipal como ocorreu na pandemia da Covid-19

ALINA SOUZA/ESPECIAL/CP
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Cláudio Isaías
Cláudio Isaías Repórter
Os produtores rurais gaúchos precisam de forma urgente que ocorra a renegociação de dívidas com os bancos, com as cooperativas e com as revendas de modo que todos possam alongar as dívidas. A avaliação foi feita pelo economista-chefe do Sistema Farsul e CEO da Agromoney, Antônio da Luz, que nesta quarta-feira (28) participou do Tá na Mesa da Federasul que abordou o tema "Perspectivas e Impactos do Agro no RS".
Os produtores rurais gaúchos precisam de forma urgente que ocorra a renegociação de dívidas com os bancos, com as cooperativas e com as revendas de modo que todos possam alongar as dívidas. A avaliação foi feita pelo economista-chefe do Sistema Farsul e CEO da Agromoney, Antônio da Luz, que nesta quarta-feira (28) participou do Tá na Mesa da Federasul que abordou o tema "Perspectivas e Impactos do Agro no RS".
O evento foi realizado na Casa da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) na Expointer no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Segundo Luz, o grande problema do agronegócio é que existe um passivo de curto prazo muito elevado. "Viemos de uma safra 2022 que foi frustrada. O produtor não colheu bem, mas conseguiu vender o pouco que colheu", destaca.
Luz explica que os produtores gaúchos vinham de uma safra boa de 2021 e por esse motivo conseguiram pagar as contas. Porém, segundo ele, ficaram sem recursos financeiros. Na safra 2023, de acordo com o economista-chefe da Farsul, os produtores gaúchos estavam sem dinheiro e sofreram com uma segunda estiagem que deixou muitas pessoas endividadas. "A reconstrução não acontecerá se as pessoas perderem seus empregos. As empresas precisam manter uma dinâmica capaz de fazer com que a economia funcione minimamente", ressalta. Para Luz, também é necessário o apoio por parte da União aos governos estadual e municipal como ocorreu na pandemia da Covid-19.
O presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, disse que o agronegócio gaúcho sustenta a segurança alimentar do Brasil. "O Estado alimenta e abastece com arroz mais de 140 milhões de brasileiros por dia", comenta. Segundo Costa, quando se fala nos problemas climáticos ocorridos no Rio Grande do Sul, o Brasil olha para o Estado em razão da importância estratégica da diversidade das cadeias produtivas. “Somos um grande produtor de alimentos e este momento exige o melhor de cada um nós”, acrescenta.
O economista da Farsul também criticou as medidas do governo federal. "As empresas gaúchas foram afetadas de diferentes maneiras: pela destruição de ativos, pela redução da atividade econômica, com receitas obstruídas direta ou indiretamente pelo alagamento, bem como aumento de custos devido a problemas de infraestrutura. Conforme Luz, a irrigação é uma necessidade no Rio Grande do Sul. “A gente precisa desenvolver e ampliar as áreas irrigadas no Estado para não venhamos a sofrer com a estiagem. Desde as enchentes de maio, segundo o economista-chefe da Farsul, as entidades empresariais do Estado tem trabalhado em conjunto em prol da reconstrução do Rio Grande do Sul. “Temos um entendimento que temos que cuidar das pessoas.
Durante o evento, o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, realizou a entrega do 12º Prêmio Vencedores do Agronegócio e do 8° Prêmio Elas no Agro - Rio Grande do Sul. Foram agraciados Antes da Porteira - Reinigend Tecnologia e Higienização, de Teutônia; Dentro da Porteira - Vinícola Cainelli, de Bento Gonçalves; Depois da Porteira - Gramado Colônia/ prefeitura de Gramado, de Gramado; ESG - Agropecuária Zambiasi, de Coqueiros do Sul e Elas no Agro - The Intenso Laticínios, de Soledade. Foram destacados projetos inovadores e empreendimentos de sucesso no setor agropecuário. A premiação reconhece iniciativas que fizeram a diferença em diversas etapas da cadeia produtiva do agronegócio, desde a implementação de tecnologias e inovações até o fortalecimento das práticas ESG - Environmental, Social and Governance.
Vencedores no Agronegócio

Categoria Antes da Porteira – Reinigend Tecnologia e Higienização, de Teutônia – Secante para camas pecuárias

A empresa do Vale do Taquari desenvolveu o produto BETT SEC 600, que utiliza nanotecnologia, e possui alta capacidade de retenção de umidade em camas de bovinocultura, suinocultura e avicultura, reduzindo o consumo de serragem e os custos associados à manutenção. Além disso, após sua ação, o BETT SEC 600 transforma-se em uma fonte de cálcio, proporcionando mais valor à cama, que pode ser utilizada como adubo, fechando o ciclo com um benefício ambiental significativo.
Categoria Dentro da Porteira – Vinícola Cainelli, de Bento Gonçalves 

O projeto da empresa da Serra Gaúcha destaca o sucesso na fidelização de clientes por meio de experiências únicas que vão além da venda de vinhos. Com foco em compartilhar história, cultura e tradição, o projeto tem atraído mais de 15 mil visitantes anualmente, consolidando a marca e trazendo um impacto financeiro positivo. Durante a vindima, por exemplo, cerca de 1.800 pessoas participam da colheita e da “pisa” das uvas, reforçando o enoturismo como uma experiência rica e envolvente.


Categoria Depois da Porteira – Prefeitura de Gramado – “Gramado Colônia”

A iniciativa oferece suporte completo para a criação e legalização de agroindústrias familiares, com auxílio em áreas como tributação, licenciamento sanitário e ambiental, além de promover a formação continuada e apoiar a comercialização dos produtos. Com essa desburocratização, novas agroindústrias surgem anualmente, fortalecendo tradições locais e incentivando a permanência dos jovens no meio rural, enquanto setores como gastronomia, artesanato e turismo rural ganham novo fôlego.


Categoria ESG – Agropecuária Zambiasi, de Coqueiros do Sul 

O projeto surgiu da necessidade de facilitar o processo de sucessão familiar na propriedade, priorizando a convivência e o diálogo entre as gerações. Iniciado em 2017, o plano equilibrou conhecimentos acadêmicos e experiência prática, resultando na harmonização familiar e na continuidade do negócio. O sucesso é refletido nos números: de 2017 a 2023, a produção de leite mais que dobrou, passando de 274 mil para 651 mil litros, com investimentos de mais de 900 mil reais na propriedade.
Elas no Agro
The Intenso Laticínios, de Soledade – Na adversidade, inovamos nossa produção

A vencedora do prêmio Elas no Agro é uma propriedade de sucessão familiar, onde dois jovens assumiram a bacia leiteira em 2016. O casal transformou a produção inicial de leite com 5 animais e uma média de 12 litros por dia em uma produção significativa de 35,15 litros por vaca/dia até julho de 2024. Durante a greve dos caminhoneiros em 2018, inovaram ao transformar o leite em queijo, o que levou à criação da agroindústria THE Intenso Laticínios. Reconhecidos por sua dedicação e inovação, foram cases de sucesso no projeto PISA do Sebrae e Farsul, além de conquistarem prêmios importantes em 2023, como a Medalha de Prata para queijo artesanal e Medalha de Ouro para doce de leite artesanal no concurso da AGL.

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