Publicada em 24 de Agosto de 2023 às 19:24

Simers projeta repetir recorde de R$ 6,6 bi em vendas

 Plantadeira Estrela da Stara. Setor de máquinas da 23ª Expodireto Cotrijal.

Plantadeira Estrela da Stara. Setor de máquinas da 23ª Expodireto Cotrijal.


/Ramiro Sanchez/Especial/JC
Ana Esteves, especial para o JC
Ana Esteves, especial para o JC
O setor de máquinas agrícolas chega à 46ª Expointer com a expectativa de, pelo menos, repetir o recorde de vendas registrado em 2022, quando o faturamento chegou a R$ 6,6 bilhões. "É uma tarefa difícil, trabalhamos para superar esses números, mas se mantivermos estará muito bom", afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Máquinas Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers-RS), Cláudio Bier. E se depender da conjuntura econômica, há grandes chances de, até mesmo, superar o volume comercializado no ano passado.
O dirigente aponta o Plano Safra 2023/2024, com recursos na ordem de R$ 364,22 bilhões, como um grande aliado dos produtores. "O lado positivo são os recursos anunciados pelo Governo Federal, sobretudo do Moderfrota, cujas características são muito vantajosas para o agricultor: até 85% do valor dos bens objeto do financiamento, até 100% do valor dos bens objeto do financiamento para maquinário que utilize biometano. E o Moderfrota Pronamp: até 100% do valor dos bens objeto do financiamento", aponta Bier. Por outro lado, o dirigente afirma que os juros ainda estão muito altos, mesmo com a recente baixa da taxa Selic e que existe o medo de que, como ocorreu no ano passado, os recursos do Moderfrota se esgotem muito rápido. "Esperamos que as coisas melhorem nos próximos meses e voltem ao mesmo patamar de 2022."
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontam que, durante o primeiro semestre do ano, o cenário para o setor foi de retração: máquinas agrícolas tiveram queda 6,8% nas vendas e de 5,2% nas exportações, em função da baixa nos preços das commodities. A queda não é vista com preocupação, pois se dá sobre uma base alta de comparação, já que em 2022 foram negociadas 67,4 mil unidades, o que representa um aumento de 19,4% sobre 2021. O presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Gino Paulucci, diz que a disponibilidade de quatro linhas de crédito (Moderfrota, Pronamp Moderfrota, Pronaf e linha em dólar) tem o potencial de impulsionar o mercado em um momento propício para a venda de máquinas, considerando a preparação para a safra de verão.
E a 46ª Expointer se realiza justamente nesse momento de otimismo como uma indutora de negócios para a indústria de máquinas e implementos agrícolas. A retomada no ritmo não deve, no entanto, fazer com que 2023 feche com resultado superior ao de 2022. A Anfavea estima que haja um recuo em torno de 3,5% na comparação com o ano passado.
Entre as novidades do Simers, responsável por mais de 90% do faturamento da feira, está o incremento de 1.800 m² na área destinada às empresas de máquinas no Parque Assis Brasil, em Esteio. O incremento vai permitir ampliar a participação, abrigando mais 31 empresas.
"A ideia é aproveitar um espaço que estava ocioso e também atender a demanda de outras empresas do setor de máquinas que aguardavam na lista de espera", afirma Bier. O número de expositores também deve aumentar para 170, um incremento de 22,5% do número de marcas, em comparação com a edição de 2022. Muitas empresas, como a Baldan, Piccin e Mara Laser, estão com áreas ainda maiores neste ano. Para Bier, a produtividade está cada vez mais relacionada com a conectividade. "O que vemos no campo é que tanto o pequeno quanto o grande produtor rural querem se atualizar, e aproveitam a Expointer para conhecer os equipamentos de última geração e para a agricultura de precisão. É bom para comparar tecnologias, valores e condições de compra", reforça.
 
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