Foi suado, mas o Inter se recusou a perder para o Nacional no Beira-Rio. Nesta quarta-feira (22), pela 3ª rodada do Grupo F da Libertadores, o Colorado recebeu os uruguaios e empatou em 3 a 3. O detalhe é que o time de Roger Machado saiu perdendo por 3 a 0 em uma atuação irreconhecível, mas buscou o empate no segundo tempo, recheado de pressão. Com o ponto somado, os gaúchos devem perder a liderança da chave, a depender do resultado de Bahia x Nacional, em Salvador, na quinta. Em Porto Alegre, Díaz, Boggio e Coates construíram a vantagem dos visitantes, enquanto Alan Patrick, Bernabei e Fernando lideraram a reação.
O jogo começou — e foi — frenético. O primeiro escape foi gaúcho, com Valencia em chute por cima do travessão. Os visitantes, no entanto, tiveram mais ímpeto e responderam com Recoba — Anthoni defendeu — e o gol do zagueiro Díaz, na pequena área, em uma bola rebatida para a área após o escanteio, logo aos seis minutos. E se um não foi o bastante, o segundo veio em seguida, aos dez. Em jogada bem trabalhada até a linha de fundo pela direita, o time de Montevidéu ampliou com Boggio, que se projetou na área e completou, pelo meio das pernas do goleiro, o cruzamento rasteiro de Villalba.
A resposta alvirrubra foi rápida, mas se perdeu no detalhe. Bruno Henrique sofreu falta na meia-lua e, ao invés de esperar, bateu rápido para Wesley, livre, fuzilar para o fundo da rede. Acontece que o atacante estava impedido e o gol não valeu. Pouco depois, aquele clássico lance de VAR com demora e tensão. O jogo ficou paralisado por cinco minutos para checar um possível pênalti em Valencia, mas, no fim, foi assinalado impedimento de Bernabei com o árbitro já no monitor — costume é que a cabine sequer chame o juiz de campo nesses lances. Aos 35, mais uma chance com Wesley, lançado para o mano a mano, mas sem sucesso ao finalizar contra o goleiro Mejia, que defendeu.
Já aos 41, contra-ataque uruguaio fulminante com Villalba, travado por Vitão. Mas de pouco adiantou. No escanteio, o zagueiro Coates levou a melhor em um enrosco na pequena área e fez o terceiro. Pôde-se, então, observar alguns torcedores deixando o estádio antes do reinício da partida.
O princípio de reação, mesmo assim, foi imediato. Soprado o apito, Wesley sofreu o pênalti na primeira jogada ao ser derrubado em meio à tabela na grande área. Alan Patrick, na cobrança, diminuiu. Ainda antes do intervalo, Bernabei carimbou o travessão em boa trama colorada. Sem mais delongas, os times foram ao vestiário sob uma mistura de vaias e aplausos para os gaúchos.
No segundo tempo, domínio total de quem precisava dos gols. Com vários ameaços, nenhum foi concreto. Já o Nacional quase fez o quarto com Vargas, ex-Grêmio, que recém havia entrado e tirou tinta do travessão em chute da meia-lua, aos 17.
Só que aos 22 o Beira-Rio pegou fogo a partir de um coelho tirado da cartola. Foi obra de Óscar Romero, que também havia entrado há pouco, e encontrou Bernabei por trás da defesa em lançamento do meio-campo. O argentino, livre na área, dominou e bateu na saída do goleiro. E tamanha pressão não foi arrefecida nem com a cera do goleiro Mejia, que pediu atendimento após escanteio e, no reinício, Alan Patrick encontrou Fernando para o cabeceio certeiro: Inter 3x3 Nacional. Aos 31 quase o quarto. Romero, em mais um passe preciso, deixou Borré livre para cabecear, mas o colombiano não imprimiu direção.
Depois, muito domínio, mas a retranca uruguaia ficou difícil de furar. O placar, portanto, ficou em igualdade com o apito aos 51 minutos.
Inter (3) Anthoni; Aguirre (Vitinho), Vitão, Victor Gabriel e Bernabei (Ramon); Fernando, Bruno Henrique (Romero) e Alan Patrick; Gabriel Carvalho (Borré), Valencia e Wesley (Nathan). Técnico: Roger Machado.
Nacional (3) Mejia; Ancheta (Rodriguez), Calione, Coates, Díaz e Báez; Boggio, Oliva e Recoba (Rodriguez); Villalba (Vargas) e Nico López. Técnico: Pablo Peirano.
Árbitro: Alexis Herrera (VEN).