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Publicada em 31 de Janeiro de 2025 às 19:11

"Fenômeno" João Fonseca deve atrair novos tenistas nos próximos anos

Aos 18 anos, tenista é o brasileiro com maior ascensão no esporte desde Guga

Aos 18 anos, tenista é o brasileiro com maior ascensão no esporte desde Guga

Martin Keep/AFP/JC
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Cássio Fonseca
Cássio Fonseca Repórter
O mundo do tênis ganha mais um atrativo a partir desta sexta-feira (31), com a disputa da 1ª fase da Copa Davis. No Brasil, os olhos estarão voltados ao prodígio João Fonseca, que ganhou destaque nas últimas semanas pela sua primeira participação em um Grand Slam, no Aberto da Austrália, ao derrotar o número 9 do mundo, Andrey Rublev. Agora, o jovem de apenas 18 anos está consolidado no circuito profissional e já figura no top 100 tenistas da atualidade.
O mundo do tênis ganha mais um atrativo a partir desta sexta-feira (31), com a disputa da 1ª fase da Copa Davis. No Brasil, os olhos estarão voltados ao prodígio João Fonseca, que ganhou destaque nas últimas semanas pela sua primeira participação em um Grand Slam, no Aberto da Austrália, ao derrotar o número 9 do mundo, Andrey Rublev. Agora, o jovem de apenas 18 anos está consolidado no circuito profissional e já figura no top 100 tenistas da atualidade.
Pela pouca idade combinada ao talento com potencial geracional, Fonseca chama a atenção dos aficionados pelo esporte e surge como referência àqueles que não acompanham as partidas de perto. A volta de uma figura desse porte ao tênis brasileiro, que carece de um ídolo desde a aposentadoria de Gustavo Kuerten, o Guga, em 2008, recoloca o esporte nos holofotes nacionais
O coordenador de tênis da Sogipa, Alessandro Guzzo, destaca que esse tipo de jogador traz consigo uma leva de novos praticantes desde cedo: “é importante o surgimento de atletas igual o João. Porque isso também demonstra a força do esporte. Se olharmos lá atrás, por exemplo, temos a 'safra Guga' de tenistas que, até hoje, jogam e falam dele. Portanto, quando surgem esses tenistas, eles trazem a imagem do esporte e uma safra nova de praticantes Acredito que, por isso, vai ter um aumento de procura”.
Ele explica que as competições mais sérias se iniciam a partir dos 10 anos para os pequenos que desejam seguir uma trajetória no tênis. Antes, atividades mais lúdicas, pelo lazer, introduzem as modalidades do esporte na vida dos pequenos. Dos 10 aos 18 anos, então, quem quiser se tornar profissional traça sua história pelos clubes regionais e, depois, se vê obrigado a escolher entre duas realidades muito distintas.
“Depois dos 18 anos, ou eles (atletas) vão para o tênis universitário, nos Estados Unidos, com bolsa, ou têm que se lançar na carreira profissional. Isso para aqueles que realmente têm possibilidade de despontar, como é o caso do João Fonseca. Ele despontou quando ganhou o US Open. Pouco antes, estava na decisão de ir para um tênis universitário americano ou continuar no circuito. E ainda bem que continuou”, explica Guzzo, alertando para o alto custo de se manter ativo no circuito. Fonseca, hoje, já se mantém através de premiações e patrocínios, o que não é o caso de outros jovens nos primeiros passos da carreira.
Quanto aos novos praticantes, Guzzo explica que a estrutura dos clubes se alia à popularidade de fenômenos como Fonseca para atraí-los. No caso da Sogipa, a estrutura chama a atenção, com o técnico da equipe brasileira campeã da Copa Davis Júnior em 2022, Rodrigo Ferreiro. No espaço físico, destaca-se as 12 quadras do clube, três delas cobertas.
Entretanto, quando o assunto é explorar a imagem de figuras como Guga e João Fonseca para captar novos talentos através de estratégias de marketing, o coordenador alerta para a atuação aquém do necessário por parte de clubes e federações.
“Ainda é um ponto muito pouco explorado. Hoje, trazemos ex-tenistas para falar sobre como é o circuito e contar um pouco para os atletas mais jovens o que é ser profissional, o que é viajar, o que é competir, com relação à dedicação. Tentamos explorar nesse sentido, mas ainda é pouco. Poderia ser muito mais, trazendo mais atletas para dentro do dia a dia. Poderíamos, também, formar nossos professores numa escola espanhola, formar numa escola de tênis específica, trazer novos métodos para dentro do clube. Isso a gente não consegue fazer ainda”, comenta.
Na Copa Davis, o Brasil vai às quadras neste sábado e domingo para enfrentar a França na primeira rodada da competição de mata-mata. A seleção brasileira é composta por Thiago Wild, Rafael Matos, Marcelo Melo, Matheus Pucinelli e, claro, João Fonseca. Quem passar encara o vencedor de Croácia e Eslováquia na próxima fase, programada para setembro.

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