“Bra-Pel é um dos maiores eventos da cidade”. É isso que disse Vilmar Xavier, presidente de futebol do Brasil de Pelotas, prospectando o Gauchão que está por vir. A edição de 2025 marcará o retorno do clássico, que não é disputado há quatro anos. Exaltando a magnitude do compromisso, o dirigente apontou para o caráter que a partida assume na cidade: “Pelotas vive muito o futebol. Para nós, o clássico é mais importante que o próprio campeonato”.
O executivo, apesar disso, não deixou de evidenciar os objetivos traçados pelo clube na competição: “o lema é comigo tem título”. Segundo Xavier, não se trata de soberba, mas de metas e vontade. “Nosso objetivo é classificar em primeiro do grupo e ir para as quartas de final. Estamos cheios de otimismo e trabalhando muito para que isso aconteça”, afirmou confiante. Para isso, o Brasil contará com um pequeno incremento na folha, esta que foi a mais baixa entre todos os competidores da última edição.
Colocando agora os cofres do clube como eixo, os pelotenses destinam cerca de 70 % da sua verba anual ao futebol. Isso inclui os salários e a manutenção do departamento. O restante é direcionado para a administração, para o estádio e em outros investimentos. Vilmar explicou que o montante em questão é obtido por quatro pilares principais: a cota da federação, os patrocinadores, a receita dos sócios e a bilheteria dos jogos. O dirigente não entrou, contudo, nos valores arrecadados.
Dentro dos gramados, por sua vez, o Estadual já começou há muito tempo em Pelotas. De acordo com William De Mattia, treinador da equipe, os seus atletas se reapresentaram dia 2 de dezembro para iniciar os trabalhos. “Logo de início, já fizemos todos os exames clínicos e médicos necessários e começamos a fortalecer nossas ações defensivas”, revelou o comandante. O presidente, respaldando o relato do colega, salientou o comprometimento de sua equipe: “as atividades começaram e seguem muito intensas desde o primeiro dia”.
Quando questionado sobre o plantel, o técnico pelotense confessou trabalhar com um grupo enxuto. “Esperamos contar ainda com mais três reforços antes do Gauchão, um para a defesa, um para o meio de campo e um para o ataque”, disse ele. De Mattia, no entanto, mesmo que no aguardo da contratação de novos atletas, entende a importância das categorias de base e se mantém atento aos jovens talentos. “Tem cinco jogadores que eu estou observando mais de perto”, afirmou o chefe da casamata.
Mais cedo ou mais tarde, a nova dinâmica da competição viria à tona. Para o Brasil de Pelotas, porém, o elefante no meio da sala não assusta, tampouco mudará os seus planos. “Independente do formato, nós fazemos a nossa parte todo o dia”, falou o treinador. Segundo ele, de qualquer maneira, o seu elenco irá atrás dos seus objetivos “trabalhando de mãos dadas com o maior patrimônio do clube, que é a sua torcida”. Vilmar ainda foi além ao dizer que, na sua percepção, o modelo inédito será benéfico para o futebol como um todo, uma vez que exigirá que todos os participantes se mantenham na ativa por um tempo maior.
Conforme demonstraram seus representantes, o Xavante chegará para o Campeonato Gaúcho enérgico e confiante. Pelas palavras do seu comandante, a equipe “vai brigar com unhas e dentes por cada centímetro do campo”. O grupo pelotense estreará contra o Grêmio, na Arena. Mesmo diante do forte adversário, Vilmar segue seguro quanto às valências da sua equipe: “o time deste ano é mais experiente, mais cascudo, acho que temos condição de igual para igual com qualquer um”.