O Campeonato Gaúcho de 2025 será decisivo para o São José. Tendo caído da Série C na edição deste ano, o clube depende de um bom resultado no estadual para garantir presença em uma liga nacional. “A Série D é um campeonato difícil”, afirmou Nilton Batista, executivo de futebol do time. De acordo com ele, hoje em dia a divisão conta com muitas SAFs, equipes que geralmente têm um aporte financeiro alto.
Falando de finanças, a equipe porto-alegrense conta com um orçamento anual de 3 milhões de reais. Nilton destaca, contudo, que o valor pode chegar à casa dos R$ 5 milhões em virtude dos patrocínios. É aí que entra a importância do Gauchão: uma parcela significativa da verba recebida depende de um calendário de ano todo, ou seja, de uma competição nacional. Nesse sentido, o dirigente explica que, para a saúde financeira do time, é imprescindível chegar às semifinais da competição.
A pré-temporada do Zequinha só teve início no dia 10 de dezembro. Segundo Rogério Zimmermann, técnico da equipe, trata-se de uma data tardia e consequentemente um período curto de preparação. "Tivemos um calendário espichado em virtude da Copa Zagallo", esclareceu. Tendo jogado a competição até dia 24 de novembro (e sido campeão), o clube manteve-se ocupado por um tempo maior que os outros competidores. "Chegamos atrasados no mercado", lamentou o treinador.
Apesar dos apesares, o comandante não deixou de destacar o triunfo na competição e o que ele significou para o São José. "Também não podemos reclamar muito né, nos garantiu uma Copa do Brasil", brincou Rogério. Lidado com um tempo não tão generoso, o chefe da casamata tem agora como foco a integração e entrosamento da equipe.
Dentro das quatro linhas, a conjuntura não ajuda. Com a vitória na copa, atletas importantes deixaram o elenco. "Perdemos alguns jogadores nesse fim de temporada", comentou o comandante. Por isso, o plantel ainda está incompleto. O São José prospecta mais cinco ou seis contratações pontuais para fechar o elenco.
Quando questionado sobre a utilização das categorias de base, Zimmermann afirmou estar atento aos jovens talentos: "estão sendo observados". O líder, no entanto, entende que o Campeonato Gaúcho tem um alto nível de exigência, priorizando atletas mais maduros. Seguindo essa linha, o técnico comentou que "o aproveitamento no segundo semestre tem a tendência de ser maior".
Como bem sabemos, teremos um campeonato atípico em 2025. Em comparação com os últimos anos, o Gauchão será disputado em menos datas em decorrência do inédito Super Mundial de Clubes. Muito tem se discutido a respeito das qualidades do novo modelo e dos efeitos que a mudança pode surtir. Dentro do Passo D’Areia, no entanto, a novidade é vista de forma impessoal.
“Não é sobre prejudicar ou beneficiar, era a única opção viável frente ao novo calendário”, é o que disse Nilton ao ser questionado. Rogério, por sua vez, segue uma linha semelhante, porém colocou suas ressalvas em cima da mesa. "Não vou fazer nenhuma crítica em relação a fórmula, pois sei que o número de datas é pequeno", disse o técnico em primeira instância.
Na sequência, porém, afirmou que "alguns pontos ainda precisam de um maior estudo". De acordo com ele, com o menor número de partidas e classificados, "as chances das equipes consideradas médias diminuiu". Para além disso, Rogério também direcionou a atenção para a parte baixa da tabela: "o rebaixamento também ficou mais perigoso".