Menos de dois meses após ter vivido a frustração de perder o prêmio Bola de Ouro, da revista France Football, Vinicius Junior foi eleito, nesta terça-feira (17), o vencedor do The Best, troféu para o melhor jogador do mundo escolhido pela Fifa. A nomeação do brasileiro foi feita em uma cerimônia em Doha, no Catar, onde ele defende, nesta quarta, o Real Madrid na final da Copa Intercontinental, contra o Pachuca, às 14h. O clube espanhol se classificou para a competição como vencedor da Liga dos Campeões, torneio no qual Vini teve suas melhores atuações, fundamentais para sua indicação ao troféu oferecido pela Fifa.
Considerado pela Uefa o melhor jogador da competição na edição 2023/24, o brasileiro fez seis gols e deu quatro assistências no torneio em que os merengues chegaram ao seu 15º troféu. Na decisão, fechou a conta na vitória por 2 a o sobre o Borussia Dortmund. No Campeonato Espanhol, ajudou o Real a obter seu 36º título, com 15 gols, sendo o segundo maior goleador da equipe, atrás de Jude Bellingham, autor de 19.
Não estava previsto, porém, que a honraria da Fifa fosse entregue nesta semana. Tradicionalmente, a coroação costuma ocorrer em janeiro. Também não é comum, mas foi somente na véspera da festa que a entidade informou sobre sua realização.
O movimento passou a ser interpretado por parte da mídia europeia como um indicativo de que Vini seria o vencedor. Não parecia lógico que a confederação quisesse criar em Doha uma saia justa semelhante à que ocorreu na festa do Bola do Ouro, quando o brasileiro era visto como o favorito e acabou superado pelo meio-campista Rodri, do Manchester City.
Na premiação do The Best, segundo o regulamento da entidade máxima do futebol, o período de votação foi de 28 de novembro a 10 de dezembro. Portanto, ocorreu já sob influência do resultado da condecoração da France Football.
Criado em 1991, o prêmio da Fifa já havia discordado da mais antiga e tradicional premiação individual do futebol em dez ocasiões, sendo três envolvendo brasileiros: Romário, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. Em 1994, Romário foi eleito o melhor do mundo pela Fifa graças ao brilho no tetracampeonato com a seleção brasileira, mas não pôde competir pela Bola de Ouro, que na época premiava apenas jogadores nascidos na Europa. O troféu ficou com o búlgaro Hristo Stoichkov, seu companheiro no Barcelona.
Dois anos depois, Ronaldo teve grande desempenho pelo PSV e pelo Barcelona, mas perdeu o troféu da revista para o alemão Matthias Sammer, campeão da Eurocopa de 1996. Em 2004, Ronaldinho Gaúcho, já consolidado como estrela do Barcelona, levou o prêmio da Fifa, mas viu a Bola de Ouro ser entregue ao ucraniano Andriy Shevchenko, atacante do Milan.
Folhapress