O inquérito policial que investigava supostas agressões do atacante brasileiro Antony, do Manchester United, contra sua ex-namorada Gabriela Cavallin foi encerrado pela Polícia Civil sem indiciamentos. Gabriela acusou Antony de violência doméstica em junho de 2023, quando a polícia deu início ao inquérito para apurar as acusações. Gabriela, que é DJ e influenciadora, registrou um boletim de ocorrência na ocasião contra o atacante acusando-o de violência doméstica, ameaça e lesão corporal.
Segundo a acusação, as agressões teriam acontecido em mais de uma ocasião, em São Paulo e em Manchester. O jogador reconheceu que mantinha um relacionamento conturbado com Gabriela e que as brigas eram constantes, mas negou qualquer agressão.
"Carecem os autos de documentação/provas produzidas pela polícia do Reino Unido, notadamente em relação às situações vivenciadas pela vítima e o investigado em Manchester", diz a conclusão do inquérito da Polícia Civil ao qual a Folha teve acesso.
"A defesa sempre acreditou que as investigações, que correm sob sigilo, demonstrariam a inocência de Antony", diz nota divulgada nesta terça-feira (20) pela defesa do atacante revelado nas categorias de base do São Paulo. Após as acusações, o jogador chegou a ser afastado temporariamente de seu clube na Inglaterra e foi desconvocado da seleção brasileira pelo então técnico Fernando Diniz.
Já os advogados de Gabriela disseram, também por meio de nota, que "veem com surpresa a decisão da delegada em não indiciar o agressor". Eles dizem ainda que "há provas contundentes que não deixam dúvidas que Gabriela foi vítima, aqui no Brasil e na Inglaterra, de agressões físicas e psicológicas."
A defesa da DJ acrescenta que aguarda o pronunciamento do Ministério Público, "confiando e esperando que será ofertada a formal denúncia criminal em face do jogador Antony, o qual deverá ser processado e, ao final, condenado pelos seus múltiplos atos de violência contra a mulher." Antony e Gabriela se conheceram em 2021, em São Paulo, quando ele era casado e atuava no Ajax, da Holanda.
O relacionamento durou cerca de dois anos e Gabriela chegou a engravidar do jogador, mas perdeu o filho. Na acusação, a DJ disse que foi agredida enquanto ainda estava grávida. Ela também disse à polícia que, em um dos episódios de agressão, sofreu uma pancada no peito que provocou o deslocamento da prótese de silicone. Por isso, teria sido obrigada a realizar uma cirurgia corretora na mama.
De acordo com laudo da polícia obtido pela Folha, que faz parte do inquérito, não há registro, porém, de rotacionamento recente da prótese no prontuário médico de Gabriela. A única informação sobre tal problema é de maio de 2020, época em que ela ainda não havia conhecido o atacante. O inquérito indica também que o telefone celular entregue por Gabriela que continha registros das agressões não era o mesmo que teria sido utilizado na ocasião dos fatos.
As imagens teriam sido transferidas de um para o outro, "ocasionado possivelmente" em uma divergência entre as datas em que as imagens foram efetivamente captadas e aquelas constantes da extração dos dados. "É imprescindível, desta feita, salientar o prejuízo que tal conduta causou ao bom deslinde da investigação policial, eis que a extração não se deu sobre dados integralmente intactos/preservados", diz o inquérito da Polícia Civil.
Folhapress