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Publicada em 25 de Julho de 2024 às 22:15

Rio Sena será o palco da abertura de Paris 2024

Milhares de atletas estarão navegando ao pôr do sol em direção à Torre Eiffel

Milhares de atletas estarão navegando ao pôr do sol em direção à Torre Eiffel

MARTIN BUREAU/AFP/JC
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Agências
Exatamente 100 anos desde que os Jogos Olímpicos foram realizados pela última vez em Paris, e 128 anos desde o seu renascimento moderno em Atenas, as Olimpíadas ainda podem trazer novidades para a sua 33ª edição em solo francês. Entre as inovações, está a cerimônia de abertura ao longo do Rio Sena, na capital francesa, nesta sexta-feira (26), às 14h30min, pelo horário de Brasília.
Exatamente 100 anos desde que os Jogos Olímpicos foram realizados pela última vez em Paris, e 128 anos desde o seu renascimento moderno em Atenas, as Olimpíadas ainda podem trazer novidades para a sua 33ª edição em solo francês. Entre as inovações, está a cerimônia de abertura ao longo do Rio Sena, na capital francesa, nesta sexta-feira (26), às 14h30min, pelo horário de Brasília.
Milhares de atletas estarão navegando ao pôr do sol em direção à Torre Eiffel. A ideia ambiciosa era trazer o espetáculo marcante de um estádio com ingressos caros para a cidade, onde muito mais pessoas poderão vê-lo gratuitamente.
Uma multidão de 320 mil pessoas é esperada nas margens do rio ao longo do percurso de seis quilômetros, da Ponte d'Austerlitz até a Ponte d'Iéna. Os ingressos serão gratuitos para cerca de 220 mil espectadores, que assistirão ao desfile de barcos da margem superior do rio. Cerca de 100 mil espectadores pagantes, incluindo luxuosos pacotes de hospitalidade, assistirão na margem inferior do rio e ao redor da praça Trocadéro - onde o desfile terminará com vista para a Torre Eiffel.
No céu, espaço aéreo fechado em um raio de 150 quilômetros em torno de Paris, à exceção de helicópteros de vigilância. Em terra, 45 mil policiais e soldados da França e de outros 43 países. Fuzis capazes de neutralizar drones a vários quilômetros de distância. Na água, mais de 80 barcos de patrulhamento, com cães farejadores. Sonares para detectar bombas nas águas do rio Sena. Barreiras náuticas com redes para impedir barcos invasores.
A obsessão por segurança tem a ver com o gigantismo do evento, realizado pela primeira vez fora de um estádio, em um trecho de seis quilômetros ao longo do Sena. Thomas Jolly, o diretor artístico da cerimônia, comparou a ideia a "pegar o estádio e desdobrá-lo" como papel.

Cerimônia terá mais de 300 mil espectadores em Paris

Jolly notabilizou-se por suas elaboradas e visualmente criativas encenações de Shakespeare, em festivais de dramaturgia como o de Avignon, no sul da França. Uma monumental versão de "Henrique 6º", em 2014, com dezoito horas de duração, rodou a França e o tornou celebridade.
Os detalhes têm sido mantidos sob sigilo, mas a necessidade de fazer ensaios ao ar livre e montar o gigantesco cenário permitiu que se tenha uma ideia do que será visto pelos cerca de 320 mil espectadores presenciais e mais de 1 bilhão virtuais, nas três horas e 45 minutos de espetáculo.
Do público total ao longo do Sena, cerca de 100 mil pagaram ingressos entre R$ 500 (em pé) e R$ 23 mil (hospitality). Os demais são convidados do governo e de patrocinadores. Oitenta telões permitirão ver mais do que um simples pedaço do espetáculo.
É sabido que haverá um desfile de embarcações de tamanhos variados, cerca de 85 ao todo. O número depende da quantidade de atletas interessados em participar. Esperam-se mais de 7.000 dos cerca de 10,5 mil competidores. Devido ao tamanho variável das 206 delegações, cada barco levará os atletas de um a cinco países. O Brasil terá sua própria embarcação.
Os organizadores garantem que a ordem dos países no desfile respeitará a tradição olímpica, ou seja, a ordem alfabética do idioma local, no caso o francês, com as duas exceções de praxe: a Grécia, terra de origem dos Jogos, em primeiro lugar, e o país-sede por último.
A promessa é fugir do lugar-comum. Jolly prometeu uma cerimônia que celebrará "a diversidade" e "a alteridade". Para isso, contará com as contribuições da escritora de ascendência marroquina Leïla Slimani, e do historiador Patrick Boucheron, autor de uma história da França considerada revolucionária.

Atrações misturam tradição e modernismo

Em um país polarizado politicamente como a França de hoje, isso também promete criar novas polêmicas. Em março, a extrema-direita criticou os organizadores pela escolha da cantora Aya Nakamura, nascida no Mali, para interpretar clássicos da "chanson française". Até o presidente do país, Emmanuel Macron, saiu em defesa da artista.
Uma escolha que não causou controvérsia foi a de Céline Dion. A cantora canadense é um dos segredos mais mal guardados da cerimônia. Uma multidão aguardava sua chegada ao hotel Le Royal Monceau-Raffles, na tarde de terça-feira. Ela deve cantar o "Hino ao Amor", sucesso de Édith Piaf.
A apresentação de Céline promete ser um dos momentos mais emocionantes, devido a seus conhecidos problemas de saúde. No final de 2022, ela revelou o diagnóstico de síndrome da pessoa rígida, um transtorno neuromuscular progressivo.
Entre os demais artistas cogitados, estão o rapper Snoop Dogg; as cantoras Lady Gaga, Dua Lipa e Rihanna; os atores Tom Cruise, Bradley Cooper e Marion Cotillard. Um clichê francês que não poderá faltar é a Patrulha da França, a esquadrilha da fumaça local. Segundo Jolly, 98% do show será ao vivo e 2% pré-gravado. Comenta-se que um submarino será usado.
Esperam-se cerca de cem chefes de Estado e de governo. Na lista, chamam mais atenção as ausências. Brasil e EUA serão representados pelas primeiras-damas, Janja Lula da Silva e Jill Biden. O líder chinês Xi Jinping, pelo vice Han Zheng. Também não virá o presidente Volodimir Zelenski, da Ucrânia.
O segredo final da noite é a última pessoa a carregar a tocha olímpica e acender a pira. A favorita é a ex-corredora Marie-José Pérec, de 56 anos, que venceu três medalhas de ouro, nos Jogos de Barcelona 1992 e Atlanta 1996.
 

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