Após o bronze em Tóquio, Scheffer busca segunda medalha olímpica em Paris

Com o bronze em Tóquio, Fernando Scheffer começou a nadar ainda criança para não ficar sozinho em casa. Com um vasto currículo, que inclui duas medalhas douradas e uma de prata nos Jogos Pan-Americanos do Peru 2019, o atleta, natural de Canoas, garantiu a vaga para Paris nas provas aquáticas ao atingir o índice olímpico no Troféu Brasil de Natação, em maio.

"Estamos treinando bastante. No mês passado competimos o Troféu Sette Colli, em Roma, na Itália. Uma competição preparatória".  Antes das olimpíadas, Scheffer passa por uma temporada de treinos na Espanha, em Serra Nevada. De acordo com ele, as expectativas são sempre positivas, considerando que os jogos olímpicos são a principal competição esportiva do mundo.

Representante do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, Scheffer ingressou na natação com o apoio do irmão mais velho, Augusto. O apoio familiar foi fundamental para o desenvolvimento do atleta. “Minha mãe se desdobrou em diversas pessoas para conseguir trabalhar, arrumar a casa, cuidar dos filhos e ainda nos incentivar a praticar esportes. Às vezes, fazia rifa para nos ajudar nas competições, meu avós também me auxiliaram muito”, relatou o atleta ao jornal esportivo Lance!.

Scheffer começou a ganhar destaque no Grêmio Náutico União (GNU) e logo mudou para o Minas Tênis Clube, em 2018, quando ainda era da categoria Junior. Já no seu primeiro ano, Scheffer conquistou o título de campeão e recordista mundial do 4x200m livre, no Mundial de Piscina Curta (25m) de Hangzhou, na China, ao lado de Luiz Altamir, Leonardo Santos e Breno Correia.

Embalado por esses resultados, ele chegou a Tóquio 2020 para fechar o ciclo olímpico com a medalha de bronze nos 200m livre, com direito a quebra de recorde sul-americano. Com a indicação do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Scheffer, juntamente com a tenista Luisa Stefani, foram os porta-bandeiras do País na cerimônia de abertura no Pan-Americano de Santiago. Já a vaga para Paris, garantida em maio, ocorreu durante a seletiva olímpica, quando o nadador ficou na terceira posição com o tempo de 1m47s60.

Entre uma olímpiada e outra, além da visibilidade, houve o aumento da cobrança. "Depois de uma medalha olímpica, a vida de qualquer atleta muda muito. Mudam as cobranças, não as cobranças externas, porque a cobrança externa é muito fácil de lidar, o grande desafio é a cobrança interna", complementa. Ao mesmo tempo, a medalha olímpica traz uma confirmação diante os desafios.

Mas desde então, o nadador não conseguiu repetir a boa atuação que teve no Japão e lhe rendeu o bronze olímpico. Trabalhando com o atleta desde setembro do ano passado, o técnico Fernando Possenti falou sobre a situação de Scheffer. “É possível, porque ele já fez e sabe o caminho. Mas pode ser que não dê tempo também. Com o Scheffer eu trabalho com todas as possibilidades, mas tento ser otimista porque ele é um cara extremamente dedicado e talentoso”, afirmou o treinador.

Nome completo: Fernando Muhlenberg Scheffer
Data de nascimento: 06 de abril de 1998, Canoas/RS
Prova: Natação