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Publicada em 01 de Julho de 2024 às 20:55

Clube Veleiros do Sul busca retomar atividades, após ser afetado na enchente

Enchente afetou o Veleiros do Sul com prejuízos de R$ 600 mil; 40 pessoas atuam na limpeza da sede do clube

Enchente afetou o Veleiros do Sul com prejuízos de R$ 600 mil; 40 pessoas atuam na limpeza da sede do clube

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
O Clube Náutico Veleiros do Sul, localizado no bairro Assunção desde 1959, teve sua sede de 8 hectares  na Zona Sul de Porto Alegre atingida pela enchente de maio. Agora, trabalha para retomar as atividades nos próximos meses. Com mais de 40 pessoas atuando na limpeza, o objetivo é estar com tudo preparado para o Circuito Conesul de Vela de Oceano, que acontece em setembro.Essa não é a primeira vez que o Veleiros enfrenta impactos de uma enchente. Fundado em 1934 no bairro Navegantes, na Zona Norte, o clube trocou de sede devido à histórica enchente de 1941 e a construção do dique no bairro. "O acesso para os clubes de remo ficou limitado, mas eles seguem por lá, já os de vela não passam por conta dos mastros", explica o comodoro Frederico Roth.
O Clube Náutico Veleiros do Sul, localizado no bairro Assunção desde 1959, teve sua sede de 8 hectares  na Zona Sul de Porto Alegre atingida pela enchente de maio. Agora, trabalha para retomar as atividades nos próximos meses. Com mais de 40 pessoas atuando na limpeza, o objetivo é estar com tudo preparado para o Circuito Conesul de Vela de Oceano, que acontece em setembro.

Essa não é a primeira vez que o Veleiros enfrenta impactos de uma enchente. Fundado em 1934 no bairro Navegantes, na Zona Norte, o clube trocou de sede devido à histórica enchente de 1941 e a construção do dique no bairro. "O acesso para os clubes de remo ficou limitado, mas eles seguem por lá, já os de vela não passam por conta dos mastros", explica o comodoro Frederico Roth.
Na nova sede, embora a subida do Guaíba seja considerada normal durante o inverno, a enchente de maio trouxe prejuízos em diversas áreas, somando mais de R$ 600 mil, sem contar a piscina e o salão de festas.
Enquanto em setembro do ano passado a água tinha avançado até a entrada do salão de festas, dessa vez praticamente todo o espaço ficou submerso por 20 dias. "Estamos acostumados a ver a água afetar os três trapiches no inverno, mas ninguém imaginava que a água chegaria onde chegou agora", diz Roth.

Os principais danos ocorreram na madrugada do dia 2 para o dia 3 de maio, quando a água passou de 1,70 metro, impactando no sistema elétrico, além da área administrativa e de lazer. Na piscina, ainda será necessário realizar o esvaziamento para, posteriormente, contabilizar os danos. Já no salão de festas, um dos principais pontos atingidos, será preciso trocar ou fazer a manutenção de todo o piso. Os vidros do local também foram quebrados com a força da água. 

Na área externa, o tradicional "Caminho das Noivas", realizado próximo ao farol – uma das marcas do Veleiros do Sul –, até o salão de festas, também apresenta marcas da enchente. Os estragos são perceptíveis na sede do clube, seja na estrutura seja na jardinagem.
Porém, não houve danos significativos em nenhum dos 300 barcos dos sócios alocados no local, nem nos barcos próprios. Para evitar prejuízos, um sistema de segurança com a amarração dasembarcações foi executado.
A Escola de Vela, que recebe entre 50 a 60 atletas semestralmente, também não registrou danos nos 80 barcos próprios. Considerando as condições climáticas, o Veleiros organiza medidas de proteção contra as cheias. Entre elas, o enrocamento de pedra para evitar que a água suba. Além da limpeza, as atividades seguem em funcionamento no restaurante localizado na sede. 

Integrantes do clube ajudaram com 9 botes durante os resgates na enchente

Antes da limpeza, os funcionários e sócios do Veleiros do Sul, capacitados para atividade, se envolveram no resgate da população atingida pelas enchentes. Ao todo, mais de 2 mil pessoas foram resgatadas pelos clubes náuticos até a orla do Guaíba. Apenas do clube, nove botes infláveis ficaram à disposição dos salvamentos executados pela Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Marinha do Brasil.

No primeiro momento, os atendimentos foram realizados, principalmente, na Região das Ilhas, deixando a população na Usina do Gasômetro. Depois, a operação passou a ser realizada no Pontal Shopping.
“Alguns sócios também colaboraram, mas foi necessário tomar cuidado com a segurança, pois todos queriam ajudar e muitos não sabiam como. O desafio técnico da correnteza foi bem grande”, relembra o comodoro Roth.

O funcionário Marcelo Leite, um dos responsáveis pelas operações de salvamento, lembra que os barcos que saíam para buscar a população eram abastecidos de comida e bebida. "O pessoal, às vezes, pegava tudo o que podia pegar. Com capacidade para 18 pessoas, vínhamos carregando de 8 a 9 passageiros, já que o pessoal pegava o que conseguia de móveis, roupas e televisores. Resgatamos pessoas com fome, inclusive uma senhora que estava há dois dias sem comer", conta.

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