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Publicada em 02 de Julho de 2024 às 13:30

Cruzeiro de Cachoeirinha enfrenta crise financeira e dívida milionária

Cruzeiro disputa última partida do ano no dia 10 de julho e não tem calendário para o segundo semestre

Cruzeiro disputa última partida do ano no dia 10 de julho e não tem calendário para o segundo semestre

Juliano Santos/EC Cruzeiro/JC
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Gabriel Dias
O Esporte Clube Cruzeiro, de Cachoeirinha, vive em uma crise financeira sem precedentes que pode comprometer as atividades de uma das entidades mais históricas do Estado. Campeã gaúcha no passado e a primeira equipe a realizar uma excursão para enfrentar o Real Madrid de Di Stefano, na década de 1940, a agremiação que completa 111 anos neste mês enfrenta problemas com dívidas antigas e com a arrecadação de novos recursos. O clube disputa apenas a Segunda Divisão do Rio Grande do Sul em nível profissional, mas a atual gestão busca parceiros para quitar uma dívida milionária e manter as portas do Alviceleste abertas.
O Esporte Clube Cruzeiro, de Cachoeirinha, vive em uma crise financeira sem precedentes que pode comprometer as atividades de uma das entidades mais históricas do Estado. Campeã gaúcha no passado e a primeira equipe a realizar uma excursão para enfrentar o Real Madrid de Di Stefano, na década de 1940, a agremiação que completa 111 anos neste mês enfrenta problemas com dívidas antigas e com a arrecadação de novos recursos. O clube disputa apenas a Segunda Divisão do Rio Grande do Sul em nível profissional, mas a atual gestão busca parceiros para quitar uma dívida milionária e manter as portas do Alviceleste abertas.
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Gerson Finkler, presidente do Cruzeiro, afirma que o clube deve cerca de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões) em processos trabalhistas e tributários, o que inviabiliza os investimentos diários. Além das contas antigas, foi arrecadado apenas R$ 700 mil para a atual temporada. "O futebol custa muito caro e infelizmente não tivemos o apoio da comunidade empresarial de Cachoeirinha desde a nossa chegada à cidade. Tivemos o apoio da prefeitura, mas não sentimos esse abraço do município”, lamenta.

Segundo o dirigente, a dificuldade financeira é uma realidade do clube desde a década de 1970, quando o Alviceleste ainda era sediado em Porto Alegre. “Vivemos uma situação parecida com a que aconteceu no passado, quando deixamos o Estádio da Montanha, em 1970. Trocamos de casa afundados em dívidas e nos mudamos para o Estrelão com a expectativa de que tudo mudasse. Em 2012, surgiu o projeto da Arena em Cachoeirinha e repetimos o processo. Ainda lidamos com dívidas destas épocas”, aponta Finkler.

A estimativa era que o estádio na Região Metropolitana custaria R$ 10 milhões, mas a obra chegou na casa dos R$ 12 milhões, prejudicando ainda mais os cofres do clube. A nova sede foi inaugurada em 2019, com o Cruzeiro à beira da falência e longe da elite do futebol gaúcho.

Com três rodadas para o final da Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho, a equipe de Cachoeirinha tem a pior campanha entre os 16 participantes e está prestes a ser rebaixada para a terceira divisão do Estado. No último sábado, conselheiros e dirigentes fizeram uma reunião para determinar o rumo do clube para as rodadas finais da competição.
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Problemas com patrocinadores fizeram com que a diretoria buscasse apoio para bancar as viagens para Bento Gonçalves e Veranópolis. Empresários e conselheiros abnegados garantiram o pagamento dos custos logísticos até o dia 10 de julho, data da última partida do ano.

Os conselheiros ventilaram a possibilidade do clube fechar o departamento de futebol, ideia que foi rechaçada pelo presidente que, de acordo com ele, nem chegou a ser debatida. “Sempre existem conversas nesse sentido (de encerrar as atividades), mas hoje não cogitamos, já que nosso calendário se encerra em julho. No ano passado, fizemos uma reunião e tínhamos uma deliberação do conselho para não jogar a Terceira Divisão do Gauchão. Conseguimos na última hora fechar as contas e ainda fomos campeões. Desta vez eu garanto que não debatemos o assunto, mas não sabemos o que pode acontecer no futuro, então sempre há essa possibilidade”, salienta Linkler.

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