Fundado em dezembro de 1941, pouco tempo depois da histórica enchente que atingiu o Rio Grande do Sul, o Jangadeiros - um dos principais clubes náuticos do Estado -, se recupera dos impactos ocasionados pela água em maio deste ano. Com a limpeza em andamento, desde o final de semana, as atividades são retomadas de forma gradual. A primeira turma de vela deve retornar às aulas nesta quinta-feira (27).
Mensalmente, mais de 80 pessoas transitam pelas turmas da Escola de Vela Barra Limpa, que são divididas nas modalidades adulto e infantil. Porém, durante 40 dias as atividades foram suspensas. A água avançou no clube, localizado na Zona Sul de Porto Alegre, ainda no começo de maio e afetou praticamente todo o terreno de 7,96 hectares, atingindo a Ilha, o Continente e o percurso entre elas.
Na tarde desta terça-feira (25), alguns espaços ainda estavam alagados, devido ao nível do Guaíba, como a rampa localizada próxima da secretaria. Nos dias de pico, quando a água ultrapassou os 5 metros, o espaço da Ilha ficou praticamente submerso. “Nunca tínhamos vivenciado algo assim. Só a parte da piscina ficou de fora, todo o restante ficou embaixo da água”, lamenta o comodoro Cristiano Tatsch. Mesmo com a limpeza, as marcas da água nas paredes sinalizam mais de dois metros.
Vídeo: A situação no Clube Jangadeiros pós-enchente
Tanto funcionários quanto sócios e atletas se mobilizaram no processo de retirada dos barcos e, agora, atuam na limpeza do local. Ao todo, mais de 100 pessoas trabalham na retomada das atividades. Dos 150 barcos de cruzeiro disponíveis, apenas um foi afetado diretamente. O dano foi um rombo no casco, sem maiores consequências, pois o veleiro estava em um ambiente seco, sobre uma carreta. O barco, no entanto, flutuou e bateu contra a carreta, o que ocasionou o dano. O Jangadeiros também conta com mais de 100 barcos de competição, mas estes ficam em outro espaço e foi possível retirá-los a tempo antes da água chegar.
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Os principais danos foram na estrutura do próprio clube e os prejuízos ainda são calculados. Todo o sistema elétrico e de computação ficou embaixo da água, além de todo o material de vela. “A água tem um poder de moer as coisas, é pior que uma máquina de lavar, ela destrói. Até mesmo as coisas dentro dos armários foram perdidas”, lembra Tatsch.
Embora nenhum dos materiais destinados aos serviços de vela tenha sido perdido de forma total, a secretaria foi afetada, assim como o espaço de jardinagem, os restaurantes, os depósitos e os banheiros dos atletas. Na área externa, das oito churrasqueiras, apenas duas estão em funcionamento. Com mais de mil associados, a possibilidade de novas cheias preocupa o comodoro e os demais envolvidos com o clube, considerando a repetição dos eventos climáticos e a proximidade com o Guaíba. De acordo com Tatsch, mesmo com a reconstrução do espaço, “não é possível retomar como era, porque podemos ter outra enchente daqui a dois ou 50 anos. Por isso, temos que ter as coisas mais ou menos preparadas”.
Os principais danos foram na estrutura do próprio clube e os prejuízos ainda são calculados. Todo o sistema elétrico e de computação ficou embaixo da água, além de todo o material de vela. “A água tem um poder de moer as coisas, é pior que uma máquina de lavar, ela destrói. Até mesmo as coisas dentro dos armários foram perdidas”, lembra Tatsch.
Embora nenhum dos materiais destinados aos serviços de vela tenha sido perdido de forma total, a secretaria foi afetada, assim como o espaço de jardinagem, os restaurantes, os depósitos e os banheiros dos atletas. Na área externa, das oito churrasqueiras, apenas duas estão em funcionamento. Com mais de mil associados, a possibilidade de novas cheias preocupa o comodoro e os demais envolvidos com o clube, considerando a repetição dos eventos climáticos e a proximidade com o Guaíba. De acordo com Tatsch, mesmo com a reconstrução do espaço, “não é possível retomar como era, porque podemos ter outra enchente daqui a dois ou 50 anos. Por isso, temos que ter as coisas mais ou menos preparadas”.
Atletas, funcionários e sócios atuaram nos resgates durante as cheias
Com quase toda estrutura afetada pela água, o clube destinou seus esforços ao processo de resgate das famílias atingidas pela enchente. Atletas, funcionários e sócios se mobilizaram de diferentes formas para auxiliar e buscar os recursos necessários para o processo de retomada, entre eles o atleta Gabriel Simões, o Dom, que irá competir nos Jogos Olímpicos de Paris.
“Por poucos dias, estive em Porto Alegre, logo no começo das cheias. Foi um período muito difícil de conseguir ficar em casa, quem conseguiu estava se mobilizando e comigo não foi diferente. Tentei me deslocar até o (shopping) Pontal e auxiliar a chegada do pessoal”, conta Simões. O atleta atualmente está na Itália e se desloca para Paris no dia 19 de julho.
O relato de Simões vai ao encontro da perspectiva do comodoro do Jangadeiros Cristiano Tatsch, que ressalta que os atletas, por já estarem envolvidos com atividade, agiram de forma prestativa. “Como eles estão todos os dias dentro da água, eles sabem como fazer isso da forma adequada, pegar uma onda e enfrentar a correnteza, como naqueles dias”. Em conjunto, os clubes náuticos resgataram mais de 2 mil pessoas, conforme a assessoria.
Além dos atletas, entre 10 e 15 instrutores, trabalharam no resgate da população atingida. As atividades de auxílio também foram direcionadas a Eldorado do Sul, um dos municípios mais afetados, e ao transporte de equipamentos para cidades do interior.
“Por poucos dias, estive em Porto Alegre, logo no começo das cheias. Foi um período muito difícil de conseguir ficar em casa, quem conseguiu estava se mobilizando e comigo não foi diferente. Tentei me deslocar até o (shopping) Pontal e auxiliar a chegada do pessoal”, conta Simões. O atleta atualmente está na Itália e se desloca para Paris no dia 19 de julho.
O relato de Simões vai ao encontro da perspectiva do comodoro do Jangadeiros Cristiano Tatsch, que ressalta que os atletas, por já estarem envolvidos com atividade, agiram de forma prestativa. “Como eles estão todos os dias dentro da água, eles sabem como fazer isso da forma adequada, pegar uma onda e enfrentar a correnteza, como naqueles dias”. Em conjunto, os clubes náuticos resgataram mais de 2 mil pessoas, conforme a assessoria.
Além dos atletas, entre 10 e 15 instrutores, trabalharam no resgate da população atingida. As atividades de auxílio também foram direcionadas a Eldorado do Sul, um dos municípios mais afetados, e ao transporte de equipamentos para cidades do interior.