Após a retirada da candidatura de EUA e México para sediar a Copa do Mundo feminina de 2027, o Brasil ganhou mais uma boa notícia na corrida para ser o escolhido para receber a competição, em disputa contra a candidatura conjunta de Bélgica, Alemanha e Holanda.
Em relatório publicado pela Fifa na noite de terça-feira (7), no qual avalia os principais aspectos levados em consideração para decidir a sede do mundial das mulheres, como estádios, acomodação e centro de mídia, o Brasil alcançou nota 4, de uma escala de 0 a 5, enquanto a candidatura conjunta europeia recebeu 3,7.
Os dez estádios indicados pela candidatura brasileira, que foram reformados há dez anos para receber a Copa de 2014, tiveram nota 3,7. Os 13 estádios dos países europeus -entre os quais a Johan Cruyff Arena, do Ajax, em Amsterdã, e o BVB Stadion, do Borussia Dortmund- ganharam 3,4.
Os estádios tiveram o maior peso entre os critérios avaliados (35% da nota final). Em seguida vêm o apelo comercial da competição na região, com 30% de peso. O Brasil foi avaliado com a nota 4,5, enquanto os europeus receberam 4. Campos de treinamento para jogadoras e árbitros, acomodações para os torcedores e centros de mídia também foram considerados.
A decisão da sede acontece no próximo dia 17, na Tailândia, durante o Congresso Anual da Fifa. A cerimônia tem previsão de início às 9h no horário de Bangkok, 23h do dia 16 no Brasil.
"A candidatura do Brasil oferece bons estádios, geralmente configurados para os maiores torneios internacionais de futebol, tendo sediado a Copa do Mundo de 2014. Também apresenta uma forte posição comercial, com uma combinação de potencial de receita competitiva e eficiências claras de custo", diz o relatório.
Ainda de acordo com as considerações da Fifa em relação à candidatura brasileira, a CBF e o governo do País demonstraram apoio à candidatura e comprometimento em sediar o evento, "o que é especialmente importante, considerando que certos investimentos em infraestrutura e serviços seriam necessários para garantir o sucesso do torneio."
Segundo os cálculos preliminares preparados pela candidatura, podendo contar com as estruturas preparadas para a Copa realizada há dez anos, os gastos para receber a competição devem ser relativamente modestos. Os custos devem ser relacionados principalmente a instalações temporárias nos estádios, somando cerca de R$ 65 milhões. Já a receita projetada pela venda de ingressos, hospedagem e patrocínios é da ordem de quase R$ 500 milhões.
"O país tem promovido um trabalho importante de desenvolvimento do futebol feminino desde 2015, mas ainda tem muita coisa a melhorar e a Copa do Mundo, com a presença de grandes atletas e equipes, pode acelerar esse processo", afirmou Valesca Araújo, responsável pelo planejamento de infraestrutura e operações da candidatura brasileira, em entrevista à Folha em março.
Folhapress