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Publicada em 01 de Maio de 2024 às 08:00

30 anos sem Senna: a imagem de um ídolo

Marca registrada de Senna, o capacete amarelo com listras verdes e azuis é o símbolo de uma geração de ouro da Fórmula 1

Marca registrada de Senna, o capacete amarelo com listras verdes e azuis é o símbolo de uma geração de ouro da Fórmula 1

ERIC FEFERBERG/AFP/JC
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Gabriel Dias
Durante mais de uma década, uma multidão acompanhou um fenômeno que personificou a genialidade. Fosse nas manhãs de domingo, com o cheiro de café permeando as casas brasileiras ou durante as madrugadas, onde o brilho dos televisores eram capazes de iluminar o país inteiro, a imagem que extrapolou as décadas de 1980 e 1990 é a de um ídolo eterno, de uma força da natureza: Ayrton Senna da Silva - também conhecido como Ayrton Senna do Brasil. Nesta quarta-feira (1º), completam-se 30 anos da sua morte. Apesar do luto, sua imagem segue viva nas lembranças e nas histórias. Senna moldou a cultura brasileira de ter a televisão como centro das manhãs de domingo, onde todos ansiavam pelo seu brilhantismo. Ayrton fez coisas que outros pilotos jamais conseguiriam, outras que jamais tentariam. O talento esculpido por forças divinas e a resiliência de um gênio moldaram o piloto mais feroz que o mundo já viu, sempre portando o seu capacete amarelo, com as famosas listras verde e azul. Os feitos e as marcas registradas de Senna atravessam gerações. As recordações se materializam na mente de todo amante do automobilismo, mesmo daqueles que não puderam ver o maior de todos os tempos atuando ao vivo. Piloto da WOKIN Garra Racing, da Stock Car, Gabriel Robe antes mesmo de ser profissional já era um aficcionado por Ayrton. “Meu avô e meu pai me contavam de momentos dele, de corridas marcantes. Muitas coisas pareciam ser parte de um filme, de tão inacreditáveis que eram. Com o tempo fui vendo que tudo que diziam sobre o Ayrton era verdade. Ele é um ídolo para mim, sem dúvidas”, disse o piloto de 26 anos. LEIA TAMBÉM: Acidente de Ayrton Senna não seria fatal em carro atual da F1, afirmam pilotosRobe, que assim como Senna começou no kart aos quatro anos de idade, hoje compete com os maiores nomes do automotor nacional. O piloto gaúcho diz que o automobilismo ainda é inspirado pelo nome e pela figura de Senna. “Quando entrei em Interlagos pela primeira vez, me deparei com o mural do Senna na reta dos boxes. Eu já estava nervoso por estar no maior circuito do Brasil, mas ver a imagem dele me emocionou demais. Ele ainda impacta muita gente, é parte do sonho de muitos até hoje”, aponta Gabriel.Para aqueles que tiveram o prazer de ver acompanhar Senna ao vivo, a emoção é tão grande quanto. Dionatan dos Santos, de 44 anos, cresceu em oficinas e viveu sua infância em torno de carros. Parte da memória afetiva que Dionatan carrega pelo automobilismo é através das lembranças das manhãs de domingo, ao som do motor V6 de uma McLaren que rasgava circuitos mundo a fora. “Eu lembro como se fosse hoje: Senna, Mônaco, a McLaren branca e vermelha, as corridas na chuva. Eu não seria quem eu sou hoje se não fosse pelo Senna, pelas alegrias que ele me deu”, disse.A figura do Senna está gravada no imaginário de todo o brasileiro, inclusive nos dias de hoje. Produtos com a marca de Ayrton seguem sendo vendidos. O boné do extinto Banco Nacional, que foi um dos grandes patrocinadores do brasileiro ainda é vendido na loja oficial do piloto. A nostalgia que o uniforme vermelho, o boné azul e a coroa de louros carregam são maiores do que a marca do passado triste de um fim de semana em Imola, há 30 anos. LEIA TAMBÉM: Morre Ted Toleman, primeiro chefe de Ayrton Senna na Fórmula 1Dionatan lembra exatamente dos dias que terminaram com a morte de Roland Ratzenberger, no sábado, e de Senna no domingo. “Era um clima diferente, uma preocupação muito grande. Tinha algo de diferente naquela corrida. Quando Senna bateu na Tamburello, eu saí de perto da TV e fui para rua. Tava muito angustiado. Não quis saber de mais nada. Apenas no fim do dia fiquei sabendo da morte dele. Foi um soco no estômago”, lembrou.30 anos depois, o automobilismo mundial lamenta a perda de um dos grandes da história, mas valoriza a imagem de um símbolo da categoria. Para aqueles que carregam a memoria de Senna, a certeza é de que nunca haverá uma figura igual. “Quando fecho os olhos, a imagem que tenho de Ayrton é de uma entidade maior que a vida. É a imagem de um anjo”, aponta Dionatan dos Santos, um dos milhões de fãs que carregam o nome de Senna nas lembranças.
Durante mais de uma década, uma multidão acompanhou um fenômeno que personificou a genialidade. Fosse nas manhãs de domingo, com o cheiro de café permeando as casas brasileiras ou durante as madrugadas, onde o brilho dos televisores eram capazes de iluminar o país inteiro, a imagem que extrapolou as décadas de 1980 e 1990 é a de um ídolo eterno, de uma força da natureza: Ayrton Senna da Silva - também conhecido como Ayrton Senna do Brasil. Nesta quarta-feira (1º), completam-se 30 anos da sua morte. Apesar do luto, sua imagem segue viva nas lembranças e nas histórias.

Senna moldou a cultura brasileira de ter a televisão como centro das manhãs de domingo, onde todos ansiavam pelo seu brilhantismo. Ayrton fez coisas que outros pilotos jamais conseguiriam, outras que jamais tentariam. O talento esculpido por forças divinas e a resiliência de um gênio moldaram o piloto mais feroz que o mundo já viu, sempre portando o seu capacete amarelo, com as famosas listras verde e azul.

Os feitos e as marcas registradas de Senna atravessam gerações. As recordações se materializam na mente de todo amante do automobilismo, mesmo daqueles que não puderam ver o maior de todos os tempos atuando ao vivo. Piloto da WOKIN Garra Racing, da Stock Car, Gabriel Robe antes mesmo de ser profissional já era um aficcionado por Ayrton. “Meu avô e meu pai me contavam de momentos dele, de corridas marcantes. Muitas coisas pareciam ser parte de um filme, de tão inacreditáveis que eram. Com o tempo fui vendo que tudo que diziam sobre o Ayrton era verdade. Ele é um ídolo para mim, sem dúvidas”, disse o piloto de 26 anos.

LEIA TAMBÉM: Acidente de Ayrton Senna não seria fatal em carro atual da F1, afirmam pilotos

Robe, que assim como Senna começou no kart aos quatro anos de idade, hoje compete com os maiores nomes do automotor nacional. O piloto gaúcho diz que o automobilismo ainda é inspirado pelo nome e pela figura de Senna. “Quando entrei em Interlagos pela primeira vez, me deparei com o mural do Senna na reta dos boxes. Eu já estava nervoso por estar no maior circuito do Brasil, mas ver a imagem dele me emocionou demais. Ele ainda impacta muita gente, é parte do sonho de muitos até hoje”, aponta Gabriel.

Para aqueles que tiveram o prazer de ver acompanhar Senna ao vivo, a emoção é tão grande quanto. Dionatan dos Santos, de 44 anos, cresceu em oficinas e viveu sua infância em torno de carros. Parte da memória afetiva que Dionatan carrega pelo automobilismo é através das lembranças das manhãs de domingo, ao som do motor V6 de uma McLaren que rasgava circuitos mundo a fora. “Eu lembro como se fosse hoje: Senna, Mônaco, a McLaren branca e vermelha, as corridas na chuva. Eu não seria quem eu sou hoje se não fosse pelo Senna, pelas alegrias que ele me deu”, disse.

A figura do Senna está gravada no imaginário de todo o brasileiro, inclusive nos dias de hoje. Produtos com a marca de Ayrton seguem sendo vendidos. O boné do extinto Banco Nacional, que foi um dos grandes patrocinadores do brasileiro ainda é vendido na loja oficial do piloto. A nostalgia que o uniforme vermelho, o boné azul e a coroa de louros carregam são maiores do que a marca do passado triste de um fim de semana em Imola, há 30 anos.

LEIA TAMBÉM: Morre Ted Toleman, primeiro chefe de Ayrton Senna na Fórmula 1

Dionatan lembra exatamente dos dias que terminaram com a morte de Roland Ratzenberger, no sábado, e de Senna no domingo. “Era um clima diferente, uma preocupação muito grande. Tinha algo de diferente naquela corrida. Quando Senna bateu na Tamburello, eu saí de perto da TV e fui para rua. Tava muito angustiado. Não quis saber de mais nada. Apenas no fim do dia fiquei sabendo da morte dele. Foi um soco no estômago”, lembrou.

30 anos depois, o automobilismo mundial lamenta a perda de um dos grandes da história, mas valoriza a imagem de um símbolo da categoria. Para aqueles que carregam a memoria de Senna, a certeza é de que nunca haverá uma figura igual. “Quando fecho os olhos, a imagem que tenho de Ayrton é de uma entidade maior que a vida. É a imagem de um anjo”, aponta Dionatan dos Santos, um dos milhões de fãs que carregam o nome de Senna nas lembranças.

Ímola ficou marcado na vida dos brasileiros

Williams destruída de Senna na manhã do dia 1º de maio de 1994 foi impactante

Williams destruída de Senna na manhã do dia 1º de maio de 1994 foi impactante

JEAN-LOUP GAUTREAU/ AFP PHOTO /JC
O GP de San Marino de 1994 é conhecido como o mais triste da história da Fórmula 1. O fim de semana teve três graves acidentes, sendo dois fatais. Durante os treinos de sexta-feira para a terceira etapa daquela temporada, Rubens Barrichello, da Jordan, teve o pior acidente da carreira. Na curva Variante Baixa do circuito de Imola, Rubinho decolou após subir em uma zebra e perder o controle. O carro bateu na barreira de pneus e nas telas de proteção antes de capotar. Barrichello foi atendido em dez minutos e transportado para o centro médico do autódromo. O saldo do impacto foi muito melhor do que a imagem do acidente, já que o piloto saiu com apenas uma fratura no nariz e uma luxação na costela.

No dia seguinte, durante o treino classificatório, Roland Ratzenberger teve sua vida interrompida apenas no seu terceiro fim de semana na categoria. O austriaco, estreante na Fórmula 1, teve um destino trágico para um sonho que era pilotar na maior categoria do automobilismo. Ratzenberger tentava classificar o carro da pequena equipe Simtek para o grid de largada da corrida de domingo. A mais de 300km/h, a asa traseira do carro quebrou, fazendo com que a instabilidade do veículo tirasse o controle do piloto. Na curva Villeneuve, Roland bateu contra o muro e o carro explodiu instantaneamente, sem dar chances de sobrevivência para o austríaco de 34 anos.

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A Fórmula 1 decretou luto após o acidente de Ratzenberger, mas não interrompeu a corrida. Senna ficou perturbado com a morte do companheiro de grid e cogitou não participar da largada. Os carros de 1994 não eram seguros, segundo o piloto. A FIA decidiu proibir em 1993 o uso de auxílios eletrônicos nos carros, como controle de tração, suspensão ativa, controle de lançamento e freios ABS, o que dificultava o controle dos veículos. A pista de Ímola também não era a mais segura da temporada, com muitas ondulações, sendo difícil de guiar no limite. Com um carro inferior ao do seu concorrente da Benetton, Michael Schumacher, Senna tentou tirar tudo que pode de sua máquina.

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Aos 215km/h, Senna chegou a temida curva Tamburello e perdeu o controle do carro. A Williams de Ayrton se chocou lateralmente com a mureta de proteção, mas a quebra da suspenção perfurou o capacete de Senna. A explicação mais famosa para o acidente fatal é a de que a coluna de direção, que liga o volante às rodas da frente, teria quebrado. Não há fatos que comprovem com clareza essa hipótese, mas é a teoria mais aceita. O piloto foi levado para o hospital de Bolonha, na Itália, enquanto a corrida recomeçava. Momentos depois de Michael Schumacher receber a bandeirada final, Senna tinha a morte cerebral decretada oficialmente.

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