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Publicada em 08 de Março de 2024 às 19:29

John Textor fala em propina na arbitragem e associação rebate: 'Se não provar, tem de ser banido'

Cartola reafirmou suas suspeitas de corrupção na arbitragem brasileira

Cartola reafirmou suas suspeitas de corrupção na arbitragem brasileira

Vitor Silva/Botafogo/JC
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Agência Estado
John Textor, sócio majoritário da SAF do Botafogo, reafirmou suas suspeitas de corrupção na arbitragem brasileira, após a vitória por 2 a 1 do time carioca sobre o Red Bull Bragantino, na quarta-feira, pela Libertadores, e provocou um pedido de abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
John Textor, sócio majoritário da SAF do Botafogo, reafirmou suas suspeitas de corrupção na arbitragem brasileira, após a vitória por 2 a 1 do time carioca sobre o Red Bull Bragantino, na quarta-feira, pela Libertadores, e provocou um pedido de abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O americano disse, em entrevista ao jornal O Globo, ter gravações de árbitros reclamando do não recebimento de propina e garantiu que, em 30 dias, os torcedores "vão ficar sabendo o que realmente aconteceu" no Brasileirão de 2023.
Ronaldo Botelho Piacente, procurador-geral do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), vai pedir a abertura de inquérito para investigar as acusações feitas por Textor, que será chamado para depor e apresentar as provas e gravações às quais se referiu depois da partida.
Em nota assinada por seu presidente, Salmo Valentim, a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (ANAF) defendeu o banimento do dirigente caso as acusações não sejam comprovadas. "Dizer que na arbitragem brasileira há árbitros que se 'vendem', é uma acusação gravíssima que põe em xeque não só a categoria, como também toda a estrutura da CBF", diz o comunicado. "Se John Textor não provar o que ele disse, ele tem de ser banido do futebol brasileiro! Não há outro caminho, e diante do que ele disse, as instituições precisam agir", completa.
A associação também diz não entender o motivo de Textor ter aberto "guerra contra a arbitragem brasileira" e prometeu tomar medidas contra o dirigente.
Associação de Árbitros de Futebol do Brasil (Abrafut) também se manifestou e exigiu a divulgação das provas. "A integridade e a honra das pessoas e profissionais corretos não pode esperar 30 dias, a Abrafut usará todos os meios legais para que qualquer prova ou acusação seja devidamente apresentada e apurada, sob pena de responsabilização dos que fazem graves acusações sem provas."
As acusações públicas de Textor começaram ainda no ano passado, ao fim do Campeonato Brasileiro, em meio à derrocada botafoguense. Depois do jogo desta quarta-feira, pela fase prévia da Libertadores, o dirigente americano adotou um tom bem mais incisivo e garantiu que pode provar as denúncias graves que vem fazendo.
"Nos últimos jogos do ano passado, o ódio foi tão forte que foi muito difícil para nós. Não pode ser assim, não vamos ganhar campeonatos assim. E os torcedores vão ficar sabendo, nos próximos 30 dias, o que realmente aconteceu no campeonato. Eles sabem o que eu sinto sobre isso, mas não vou divulgar isso na imprensa, é irresponsável. Os juízes na corte esportiva não deveriam estar fazendo piadas com ninguém sobre manipulações e erros", disse.
Textor começou sua cruzada depois da derrota por 4 a 3 para o Palmeiras, confronto direto pelo título do Brasileirão disputado em novembro do ano passado. Na ocasião, falou em roubo e chegou a pedir a renúncia de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, por quem está sendo processado por calúnia. Depois do jogo desta quarta, contudo, disse nunca ter insinuado que a corrupção esteja relacionada a Ednaldo.
"Eu não acusei o Ednaldo, nunca disse nada sobre ele. Ele não é um corrupto, ele é um homem que comanda uma organização que provavelmente precisa administrar melhor a corrupção externa, porque é uma batalha contra fatores externos. É uma batalha que existe e está aqui. Houve manipulações e erros em 2021, 2022, 2023, e nós temos provas", afirmou.
Em dezembro, o Botafogo enviou ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) um ofício cobrando providências do órgão acerca de relatórios produzidos a pedido do clube por uma empresa que analisa comportamentos da arbitragem. O documento apontaria supostos prejuízos ao clube em partidas do torneio nacional. O STJD arquivou o pedido por considerar "as razões apresentadas subjetivas e sem consistência".

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