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Publicada em 04 de Março de 2024 às 11:05

Câmbio ajuda na saúde e socialização de idosos em Porto Alegre

Idosos se reúnem no Parque Ramiro Souto, na Capital, para jogarem duas vezes na semana

Idosos se reúnem no Parque Ramiro Souto, na Capital, para jogarem duas vezes na semana

Maria Welter/Especial/JC
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Maria Welter
Maria Welter Repórter
Um grupo com cerca de 20 pessoas, uma quadra, uma rede e uma bola de voleibol. Essa é a combinação necessária para um dos esportes que mais têm contribuído para a saúde física e a socialização de idosos em Porto Alegre. Trata-se do câmbio, modalidade com regras similares às do vôlei e surgida no Rio Grande do Sul, mas adaptado para idosos.
Um grupo com cerca de 20 pessoas, uma quadra, uma rede e uma bola de voleibol. Essa é a combinação necessária para um dos esportes que mais têm contribuído para a saúde física e a socialização de idosos em Porto Alegre. Trata-se do câmbio, modalidade com regras similares às do vôlei e surgida no Rio Grande do Sul, mas adaptado para idosos.
O câmbio utiliza a mesma quadra do vôlei, a bola também é igual e os times são compostos por nove jogadores que podem ser do mesmo sexo ou mistos. No caso dos times mistos, o recomendado é que três jogadores sejam homens e seis sejam mulheres nos jogos oficiais. As partidas têm dois tempos com duração de 15 minutos cada ou até que uma das equipes atinja 15 pontos. Depois de dominar, a equipe pode dar até três toques na bola antes de passar para o outro lado da rede. Assim como no vôlei, o objetivo é fazer com que a bola atinja o chão da quadra adversária.
A principal diferença em relação ao jogo tradicional de vôlei é o fato de se jogar "com a bola presa", ou seja, os participantes seguram a bola quando ela vem da quadra adversária. Como o número de participantes é maior, a velocidade do jogo é reduzida, fazendo com que os jogadores possam participar independentemente da condição física e vivência esportiva anterior.
"O câmbio é uma adaptação do jogo de vôlei para as pessoas que têm mais de 60 anos poderem estar aqui. Então a finalidade é poder se divertir, participar, conviver; mas, para aqueles que gostam, também de competir", explica Valter Jorge Guimarães de Moura, de 75 anos. Ele diz que, para além da prática esportiva, a modalidade proporciona convivência entre os idosos.
O grupo Parque Ramiro Souto, em alusão ao parque onde são realizadas as atividades, reúne pessoas que costumavam praticar esportes em outros momentos da vida, como basquete, handebol e o próprio vôlei. Mas não ter praticado atividades físicas anteriormente não é um impeditivo para iniciar no câmbio, já que a modalidade é de baixo impacto.
A equipe se reúne nas quadras localizadas no Parque Farroupilha (Redenção) duas vezes por semana, nas quartas e sextas-feiras, das 8h30min as 10h30min. Não são só porto-alegrenses que se encontram no parque para praticar esportes e se divertir, mas pessoas de Canoas e Gravataí também se deslocam de suas cidades para esse momento de descontração.
Quem coordena o grupo é Carolina Padilha Guedes, de 76 anos, que já fazia atividades físicas no Parque Ramiro Souto e foi convidada por uma amiga para experimentar o câmbio. O envolvimento com o esporte foi tanto que ela já está na modalidade há 20 anos. "As pessoas que se interessam, que gostam ou que queiram participar, ou para olhar e aprender ou já para jogar, é só vir aqui que nós acolhemos", afirma Carolina.
Maria Welter/Especial/JC
Carolina Padilha Guedes, coordenadora do grupo de câmbio Parque Ramiro Souto. Foto: Maria Welter/Especial/JC
"É um esporte que visa, principalmente, oportunizar ao idoso não ficar em casa. Ele vem para cá, se diverte, tem o pessoal jogando, brincando, se divertindo e isso faz bem para a saúde", complementa Moura.

Histórico do câmbio

O esporte foi criado na década de 1990 no Rio Grande do Sul por iniciativa coletiva de professores de Educação Física e de especialistas na área da Gerontologia de instituições como Universidade Fedral do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Serviço Social do Comércio (Sesc). A ideia para desenvolver a modalidade visava promover a saúde da população 60+, aliada ao senso de equipe e integração dos idosos.

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