Depois de três dias no Tribunal de Barcelona, se encerrou o julgamento no qual Daniel Alves é acusado de estuprar uma jovem de 23 anos no banheiro da casa noturna Sutton. Nesta quarta-feira (7), no último dia do processo, o brasileiro depôs afirmando que não houve estupro naquela ocasião, e sim uma relação sexual consentida. Ele ainda afirmou que estava completamente bêbado, assim como disseram sua esposa, Joana Sanz, e seu amigo, Bruno Brasil, que o acompanhou na noite do suposto crime, em seus depoimentos prestados na terça.
Alves foi o último a depor em seu julgamento. Inicialmente, ele iria falar na segunda-feira, mas teve sua declaração adiada a pedido da defesa. Nesta quarta, o ex-jogador de futebol falou por 20 minutos no tribunal comandado pela juíza Isabel Delgado Pérez. Ele respondeu apenas as perguntas de sua advogada, Ines Guardiola, e não foi confrontado pela acusação.
Primeiro, reforçou que ele, Bruno, e mais dois amigos haviam pedido cinco garrafas de vinho, uma de uísque e uma de sakê - bebida japonesa -, em um restaurante, antes de se encaminharem à casa noturna. Sozinho, Alves afirma que bebeu o equivalente a uma garrafa e meia. Depois, ele segue uma linha cronológica dos acontecimentos e explica o que houve na balada.
"Ficamos dançando mais perto, (ela) começou a roçar suas partes nas minhas. Coloquei a mão e quando começou a pressão sexual, falei para ir ao banheiro, e ela disse que tudo bem. Não precisei insistir", disse.
Logo depois, o brasileiro deu sua versão do que aconteceu no banheiro da boate. "Ela se colocou de joelhos diante de mim e começou a fazer sexo oral. Eu baixei as calças e me sentei na tampa do vaso". Ele ainda reforça que a denunciante "em momento algum pediu para parar" ou demonstrou não estar interessada no sexo.
Ainda nesta quarta-feira, Os peritos que atenderam a mulher confirmaram que o DNA coletado nos exames da denunciante são compatíveis com o do atleta. Segundo o jornal Marca, eles afirmam que não houve lesões intravaginais, mas ressaltam que isso não significa que não houve penetração.
O Tribunal de Barcelona tem 20 dias, depois de ouvir todos os depoimentos, para tomar uma decisão sobre o caso. A pena máxima para é de 12 anos de prisão. O Ministério Público pede nove anos de reclusão. A tendência é que, se condenado, o jogador tenha, no máximo, seis anos de cárcere. O motivo é o pagamento da defesa à Justiça, ainda no início do processo, no valor de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil). Ainda assim, a acusação contesta a possível redução da pena.