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Publicada em 29 de Janeiro de 2024 às 11:27

Triathlon Aquático: conheça os fundamentos e benefícios da modalidade

Esporte une natação, ciclismo e corrida, todos feitos na piscina

Esporte une natação, ciclismo e corrida, todos feitos na piscina

Montagem com fotos de Tânia Meinerz/JC
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Maria Welter
Maria Welter Repórter
O Triathlon Olímpico é uma modalidade composta por 1500 metros de natação, 40 quilômetros de ciclismo e 10 quilômetros de corrida. Mas já imaginou poder nadar, pedalar e correr, tudo dentro d'água? Com o Triathlon Aquático, esporte criado por um professor de educação física porto-alegrense, isso é possível. 
O Triathlon Olímpico é uma modalidade composta por 1500 metros de natação, 40 quilômetros de ciclismo e 10 quilômetros de corrida. Mas já imaginou poder nadar, pedalar e correr, tudo dentro d'água? Com o Triathlon Aquático, esporte criado por um professor de educação física porto-alegrense, isso é possível. 
O responsável pela invenção da modalidade, há 15 anos, foi o professor de Educação Física Vladimir Aguiar. A criação partiu da percepção de que as pessoas não queriam apenas nadar, pedalar ou correr separadamente, mas buscavam maior variedade de exercícios. "Baseado na modalidade do Triathlon em águas abertas e como modalidade esportiva olímpica, resolvi trazer para dentro da água. Botar em um espaço menor e com a mesma finalidade", explica Aguiar.
O esporte foi desenvolvido na Escola de Natação Planeta D'Água, na avenida Cavalhada, na Zona Sul da Capital, pensando em pessoas que perderam o condicionamento físico por algum motivo, seja por deficiências, doenças ou lesões. Devido ao empuxo, a água faz com que o impacto nas articulações seja menor, então realizar todos os exercícios submersos diminui os riscos de lesão e faz com que exercícios aquáticos sejam indicados, especialmente, para pessoas idosas ou com condições especiais.
TÂNIA MEINERZ/JC
Professor Vladimir Aguiar, responsável por criar o Triathlon Aquático. Foto: Tânia Meinerz/JC
"Comecei a adaptar coisas que funcionariam na questão de manter o condicionamento, para quando ela se recuperasse daquela lesão, e não perdesse toda a parte cardiovascular, cardiopulmonar e também não se restringisse a não ter nada para fazer", relata o professor. No início, era necessário que os materiais fossem adaptados para conseguir abranger todos os exercícios da modalidade.
Uma das aliadas na busca pela individualização da prática é a música. Comum em aulas esportivas coletivas, a música ambiente serve para estimular os alunos a manterem um ritmo constante durante a aula. No Triathlon Aquático, a ideia é que cada um tenha o seu ritmo, então a música se resume a um som leve que acompanha o aluno seja qual for a intensidade que queira e possa dar ao esporte.
A adaptação das atividades é importante não só para a saúde física, mas para o bem-estar mental dos alunos. "Tem toda a questão da convivência social, de criar um grupo, de criar a sistemática da rotina de atividade. Então tem toda a parte física, mas tem a parte psicológica, não somos uma dualidade, ou físico ou mental", sustenta Aguiar.
TÂNIA MEINERZ/JC
Parte de corrida na água, intercalada com natação. Foto: Tânia Meinerz/JC
Ainda que não seja o principal objetivo, o gasto calórico da prática da modalidade é alto, chegando a 700 calorias gastas por aula. Isso acontece porque são vários os estímulos, já que são três modalidades diferentes e em uma prática dentro da água, que faz com que diferentes músculos sejam acionados. Assim, a água se torna uma aliada para quem busca o emagrecimento, seja para saúde ou estética.
"Em nenhum outro lugar do Brasil tem isso", afirma a assistente social aposentada, Enedina Francisco da Silva, de 74 anos, uma das primeiras alunas que Aguiar teve quando inventou a modalidade. Enedina aprendeu a nadar com 50 anos e buscava um novo lugar para praticar natação; quando foi para a Planeta D'Água, fez uma aula experimental de Triathlon Aquático e não parou desde então.
Para Enedina, um dos principais benefícios da modalidade é a disposição que traz. "É tipo ligada no 220V, a disposição é da manhã até a noite, fico cansada só um pouquinho enquanto eu faço; depois, chego em casa e acabou o cansaço. Então é o exercício que, pra mim, é o melhor", afirma a aposentada.
 
TÂNIA MEINERZ/JC
Alunos de Triathlon Aquático na parte do ciclismo. Foto: Tânia Meinerz/JC
Outra aluna que foi precursora da modalidade é a professora aposentada Juçara Salgado, de 71 anos. Aluna de Aguiar na modalidade de hidroginástica, Juçara afirma que foi "cobaia" para a criação do Triathlon Aquático. Como sofre de fibromialgia – síndrome que causa dor muscular generalizada – e não sabe nadar, o professor adapta a prática para incluir a aluna. "A água me ajuda bastante, porque me relaxa, eu tenho prazer de fazer, então acho que isso me beneficia muito."
Um dos mais recentes alunos de Vladimir no Triathlon Aquático é o médico neurologista Edilson Prola Filho, de 62 anos, que pratica a modalidade há cinco anos. O médico relata que sempre praticou atividades físicas e buscava uma atividade que conciliasse duas coisas que gostava muito: a natação e a bicicleta. "Eu vim para fazer natação e vi a aula de Triathlon Aquático, achei que ela era mais dinâmica e apresentava sempre uma variedade, cada aula é uma aula diferente. Experimentei, adorei e estou aqui há cinco anos", conta Prola Filho.

Como são as aulas

Como os alunos destacam, as aulas de Thriatlon Aquático são dinâmicas e a ordem dos exercícios sempre varia. A duração das atividades é de 1h e as três modalidades são praticadas neste período: natação, ciclismo e corrida. O tempo de cada modalidade costuma ser o mesmo, mas pode ter variações conforme as necessidades dos alunos. A escola de natação oferece diferentes pacotes, com opções de aulas uma, duas ou três vezes por semana. Os valores partem de R$ 334 no plano mensal uma vez por semana, podendo chegar a 12 vezes de R$ 361 três vezes por semana no plano anual.

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