Um esporte que tem tudo para ser a sensação deste verão, que começa oficialmente nesta sexta-feira (22), é o wing foil. A modalidade combina elementos de windsurf, kitesurf e stand-up paddle (SUP) e faz com que o praticante "voe" sobre as ondas. E não é preciso ir até o litoral para praticá-lo; lagos que tenham vento, como o Guaíba, são uma ótima opção para deslizar pelas águas.
O nome do esporte vem dos elementos necessários para a prática: wing é a vela inflável portátil, e foil é o hidrofólio subaquático que sustenta a prancha. Além da prancha, da asa inflável e do jogo de foil, o atleta deve usar itens para segurança, como um colete salva-vidas e um leash (semelhante ao estrepe de pranchas de surfe, que faz com que o wing fique preso ao braço do praticante).
A sensação de "voar" sobre as águas é proporcionada pelo foil, uma quilha em formato de asa que fica embaixo da prancha e faz com que ela saia da água. "O foil mudou a locomoção na água. Nos campeonatos de volta ao mundo, por exemplo, os barcos e veleiros estão todos usando o foil. Ele te dá uma fluidez e uma velocidade muito maior já que você não tem atrito, ele sai da água e você sai voando", explica Leonardo Rancich, empresário do ramo de esportes aquáticos e instrutor de wing foil.
Já o controle do wing em uma asa com alças é feito com as duas mãos. O praticante segura a asa inflável, que é semelhante a uma pipa, e navega pelas águas a partir da tração e direção que determina com a posição em que coloca o equipamento. "Ali, é como se você tivesse um acelerador e um freio", afirma o instrutor.
Ao segurar apenas com uma das mãos na parte da frente do wing, a prancha não é direcionada para nenhum lado. Para sair do lugar, é preciso colocar a outra mão na parte de trás da asa. O que direciona para qual lado será a navegação é qual mão fica na parte dianteira do wing: se for a mão direita, irá para a direita; se for a mão esquerda, virará para a esquerda.
A escolha da prancha deve ser feita de acordo com o peso do winger – como é chamado o praticante da modalidade – e ao nível de prática. É aconselhado que iniciantes escolham pranchas ligeiramente maiores, para facilitar com que flutuem. Para uma pessoa com maior experiência e que tenha 82 quilos, por exemplo, uma prancha de 82 litros fará com que não afunde.
Para quem deseja iniciar na modalidade, é preciso dominar o wing e o foil separadamente. Nas aulas de Rancich, o foil vem primeiro, com cerca de três aulas focadas em controlar a prancha. Neste momento, são utilizados equipamentos diferentes, como uma prancha maior (geralmente, a de SUP) e um mastro grande. "Depois, fazemos umas três aulas para aprender a controlar a vela, que é o wing. Para isso, precisamos ter a condição de vento", complementa Rancich.
O intrutor elenca como uma das vantagens do wing foil o fato de ser prático, não é necessário ter um espaço amplo para guardar os equipamentos e nem de muita cerimônia para colocar a prancha na água. "A prancha é menor, a vela fica em uma mochila, ele dá mais acessibilidade ao rio, você não precisa de um lugar específico para fazer a modalidade", explica o instrutor.
Wing foil no Guaíba
Os esportes náuticos têm se tornado cada vez mais frequentes no lago Guaíba. Canoagem, kitesurf, remo e vela são algumas das modalidades que dividem o espaço nas águas da capital gaúcha. Para o wing foil, o lago é ideal devido à constância do vento. "Quase todos os dias o pessoal veleja no Guaíba", afirma Rancich.
Praticante de esportes aquáticos há 12 anos, com passagens pelo SUP e pelo wind, Leandro "Raí" Fraga é intrutor de wing foil e considera o Guaíba um local ideal para a prática da modalidade. O lago tem áreas balneáveis e o instrutor afirma que os alunos nunca se queixaram de problemas após velejarem ali.
Um dos espaços procurado para o wing foil é a Raia 1, escola e loja situada na Zona Sul de Porto Alegre desde 1986. "Começou com um grupo de amigos que ficaram procurando terrenos por toda a cidade de Porto Alegre e acharam esse local aqui. Construíram no local e está aqui até hoje", destaca Raí.
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