A declaração do presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, em apoio a Ednaldo Rodrigues é o posicionamento mais relevante até agora no tabuleiro das federações, considerando a eleição da CBF que se aproxima. Como ponto de partida, Ednaldo tem ao seu lado a Federação Bahiana, do seu estado de origem e presidida pelo concunhado, Ricardo Lima.
O cartola, afastado de seu posto na segunda-feira (11), também tem apoio do Espírito Santo, cujo presidente, Gustavo Vieira, é diretor financeiro da CBF.
São Paulo, como declarado por Reinaldo, engrossa as fileiras de apoio ao presidente deposto. O dirigente foi um dos vices eleitos em 2022. Paraná é outro estado com Ednaldo: Hélio Cury também foi um de seus vices e tem seu filho, Hélio Cury Jr, presidindo a federação local.
A Federação do Pará também divulgou nota de apoio ao ex-presidente, dizendo que ele "seguirá liderando, de forma íntegra, as pautas fundamentais para a ascensão do futebol de cada região". Outros agentes políticos ainda colocam a Federação do Amapá na base de apoio de Ednaldo. Roberto Góes é presidente da entidade e um dos vices da CBF.
Federações em cima do muro estão reticentes em relação ao poder de Ednaldo de resistir aos ataques e críticas da oposição. A campanha de informações para minar a imagem do dirigente segue. Há quem considere a hipótese dele não ser candidato. E esse apoio migraria para Reinaldo Carneiro Bastos, figura que pode também atrair indecisos.
Minas Gerais e Alagoas já se posicionam contra o mandatário na eleição que se aproxima. Os mineiros, pela relação do presidente Adriano Aro com Castellar Neto, um dos vices da gestão passada que recorreram na Justiça para destituí-lo do poder.
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Já os alagoanos, pela ligação com Gustavo Feijó, adversário político que mais teve embate público com presidente em sua época de poder. Felipe Feijó, filho de Gustavo, preside a federação. O pai fez dupla com Ednaldo durante a interinidade na CBF em 2021. Mas os dois brigaram. Quem participa do processo político ainda coloca mais quatro federações nordestinas no bloco da oposição: Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
A posição de Rubens Lopes tem gerado curiosidade no tabuleiro das federações. Há uma divisão de opiniões sobre ele. Há quem veja Rubinho encorpando a oposição, enquanto pessoas próximas dizem que ele ainda não se decidiu e poderia compor com o outro lado. Lopes teve um desentendimento com ele por causa da organização do Brasil x Argentina no Maracanã, mas disse recentemente que a questão havia sido superada.
A indefinição alcança outras federações, que querem esperar uma sinalização mais clara, sobretudo a respeito do candidato da oposição. Um dos nomes ventilados pela oposição é o de Flávio Zveiter, que tem ótimo trânsito no mundo jurídico, tem entrada com alguns clubes por causa da Libra e rejeição de outros, pelo mesmo motivo. Além disso, o fato de não vir do seio das federações gera uma dose de antipatia em alguns.
Fernando Sarney é outro nome ventilado, mas não se lança efetivamente. Dirigentes têm percebido até agora que Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, ambos banidos do futebol, se engajaram mais pela saída de Ednaldo do que necessariamente de escolha do candidato da oposição.
Uma candidatura precisa ter apoio de oito federações e cinco clubes para ser registrada. Essa determinação judicial remete ao que era o cenário eleitoral de 2017. Os clubes das Séries A e B também são eleitores, mas os votos deles têm peso dois e um, respectivamente. As federações têm peso três.
O prazo dado pela Justiça para eleger o novo presidente é de 30 dias úteis, e expira na semana de 22 de janeiro. José Perdiz, presidente em exercício, tem a missão de conduzir o processo.
Folhapress