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Publicada em 08 de Novembro de 2023 às 11:37

Nova modalidade olímpica, squash chegou ao RS na década de 1970

O principal objetivo do squash é bater na bola de maneira que o adversário não consiga rebater

O principal objetivo do squash é bater na bola de maneira que o adversário não consiga rebater

TÂNIA MEINERZ/JC
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Maria Welter
Maria Welter Repórter
O squash é uma das modalidades que estreiam nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028. O nome já dá a pista de como o jogo funciona: refere-se ao som emitido quando a bola é esmagada pela raquete contra a parede – squash, em inglês. Apesar de ser nova no programa olímpico, a modalidade foi criada no início do século XIX e chegou ao Rio Grande do Sul na década de 1970.
O squash é uma das modalidades que estreiam nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028. O nome já dá a pista de como o jogo funciona: refere-se ao som emitido quando a bola é esmagada pela raquete contra a parede – squash, em inglês. Apesar de ser nova no programa olímpico, a modalidade foi criada no início do século XIX e chegou ao Rio Grande do Sul na década de 1970.
Praticado em uma quadra fechada por quatro paredes, sendo que uma delas tem que ser de vidro, o esporte tem como instrumentos uma raquete e uma bola oca de borracha. O principal objetivo do squash é bater na bola de maneira que o adversário não consiga rebater. As partidas podem ser jogadas com dois jogadores (um contra o outro) ou em quatro jogadores (duas duplas).
Existem quatro diferentes tipos de bola usadas no jogo, que variam de densidade e de distância de salto. As bolas são: ponto azul, com mais tempo e salto para as jogadas, ideal para novos jogadores; ponto vermelho, bola intermediária, com consistência de temperatura para que o jogo não mude; ponto amarelo, ideal para jogadores que não batem com muita força, usada em condições mais frias, precisa de aquecimento; e dois pontos amarelo, a mais densa e que menos pinga, precisa de aquecimento e utilizada em partidas oficiais.
Com cerca de 40cm de diâmetro, as bolas de squash são menores que uma bola de golfe. Os modelos de um e dois pontos amarelo precisam ser esquentadas para melhorar a performance no jogo. Como elas atingem uma alta velocidade durante a partida, é preciso aquecê-las antes de colocar em quadra para aumentar a temperatura interna e fazer com que fique mais elástica e salte mais.
Para o treinador e membro da coordenação técnica da Federação Gaúcha de Squash (FGS), Fernando Cechin, o que distingue o squash de outros esportes de raquete é o fato das bolas serem rebatidas na parede, o que é totalmente diferente de rebater em direção a outra pessoa. "Quando você está arremessando essa bola para alguém e está enxergando essa pessoa na tua frente é uma percepção espacial. No squash, isso não funciona assim porque a bola é arremessada para a parede e, no retorno da bola, outra pessoa vai rebater. Chamamos isso de uma rebatida indireta", destaca Cechin.
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O squash está na vida de Fernando Cechin há 40 anos. Foto: Tânia Meinerz/JC
Existem diferentes versões para o surgimento do esporte. Uma é de que foi criado por internos da prisão Fleet Debtors, na Inglaterra, que usavam bastões e uma bola sólida para rebater na parede. Uma segunda hipótese é de que veio a partir do jogo Péla, praticado em enormes celeiros com uma bola rígida. Há cerca de 150 anos, jogadores esperavam para jogar na Harrow School, também na Inglaterra, e começaram a bater bola fora da área do campo, quando foram orientados a utilizar uma bola do tipo macio ou de amassar (Squash). Outra versão fala sobre o surgimento do squash na Fleet Prison, de onde os prisioneiros foram transferidos para a Austrália.
no Rio Grande do Sul, o esporte chegou por volta da década de 1970, por iniciativa do médico João Ricardo Magno, que fez residência nos Estados Unidos e teve o primeiro contato com o jogo. No país da América do Norte, era desenvolvido um projeto para pacientes que se recuperavam de problemas cardíacos que utilizava o squash. De volta à sua terra natal, Magno buscou aliar o esporte que recém conhecera ao tratamento dos pacientes.
"E então começou a entrar pessoas que não tinham essa característica, que seriam jogadores e curiosos, e a coisa começou a tomar uma dimensão interessante. A partir daí, ele resolveu investir nisso. Ele tinha uma quadra só na Zona Sul, na Avenida Copacabana, e trouxe para Porto Alegre na Avenida Cristóvão Colombo, onde ele abriu três quadras de squash", conta Cechin, um dos primeiros alunos da escola de squash de Magno.
Cechin começou no squash aos 16 anos e o amor pela modalidade foi imediato. Foi atleta profissional e chegou a jogar no exterior, mas relata que sua vocação é ensinar o esporte. Foi técnico da seleção brasileira de squash, tendo comandado o País nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg 1999, São Domingos 2003, Rio de Janeiro 2007 e Guadalajara 2013. 
O professor conta que o squash atraiu um público majoritariamente formado por executivos, pois eles procuravam um esporte que pudesse ser feito em pouco tempo e fosse completo. Por isso, a maioria dos praticantes da modalidade não tem o perfil de atleta e dedicação exclusiva ao esporte. "Hoje, temos desde crianças até idosos jogando. Durante esse período, desde que eu tive o primeiro contato com o esporte, o esporte também se modernizou com novos materiais, entre bola, raquete, tênis e próprio vestuário, tudo isso tudo visando essa aproximação de públicos diferentes", explica o treinador.
Com o objetivo de promover a prática esportiva, Cechin tem desenvolvido projetos de squash em escolas. A primeira foi a Escola Estadual de Educação Básica Gomes Carneiro, na Vila Ipiranga. "O que mexe muito com as crianças é o diferente. Eles tinham que construir sua própria raquete de papelão, a bola é macia, então colocamos dentro da sala de aula. É impressionante como isso cria um clima na criança de novidade", afirma o professor. Para os estudantes que querem dar continuidade aos treinos de squash, nada é cobrado, tanto em relação aos materiais quanto às aulas.
Para o treinador, o squash entrou no programa olímpico no momento certo, visto que as tecnologias atuais permitem uma qualidade de imagem capaz de acompanhar a agilidade do jogo. "O squash é uma modalidade de difícil transmissão, das pessoas entenderem qual é a lógica do jogo, como é que ele funciona. Hoje, com as tecnologias, principalmente com a digital, ficou mais fácil de inclusive enxergar a bola", destaca Cechin. Nas olimpíadas, todas as paredes do squash serão de vidro, o que facilitará para que o público assista a modalidade presencialmente e a transmissão seja facilitada.

Aos 63 anos, empresário joga squash, no mínimo, quatro vezes por semana

O empresário Ricardo Pauli após partida de squash em Porto Alegre

O empresário Ricardo Pauli após partida de squash em Porto Alegre

TÂNIA MEINERZ/JC
"Eu comecei a jogar quando já era mais velho um pouquinho, entre 26 e 27 anos, já tinha feito vários esportes, como natação, e desde que cheguei aqui, foi meu esporte desde então", conta o empresário Ricardo Pauli, de 63 anos.
Pauli joga, no mínimo, quatro vezes por semana. O empresário reconhece que é difícil dar o passo inicial para o squash, mas garante que os jogadores irão se dar bem depois de começarem.
"Ele é muito intenso, te exige muito em pouco tempo. Então, se você tem problema com tempo, em uma hora aqui, você despende uma energia muito grande e fora que é um esporte muito legal", afirma Pauli.

Representante comercial diz que squash trabalha inteligência em quadra

"É um esporte que quem joga se apaixona", diz o representante comercial Sérgio Aguiar

"É um esporte que quem joga se apaixona", diz o representante comercial Sérgio Aguiar

TÂNIA MEINERZ/JC
o representante comercial Sérgio Aguiar, de 46 anos, conheceu o squash através de um cunhado em 1994, aos 16 anos. Praticou a modalidade por três anos e parou. Só retornou às quadras no ano de 2012.
"Voltei com força, fazendo aula, jogando com os colegas e trabalhando reforço muscular. É um esporte que quem joga se apaixona. No meu ponto de vista, é um esporte que trabalha a inteligência dentro da quadra, trabalha o físico e, no meu caso, até a parte espiritual. É um esporte apaixonante", define Aguiar.
Para além da parte física, o representante comercial defende que o squash é um jogo de muita estratégia. "Quando se faz a leitura do adversário, muda todo o jogo. Quando eu faço a leitura do meu adversário, eu consigo contrapor o ataque dele", comenta.

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