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Natação

- Publicada em 12 de Outubro de 2023 às 21:27

Nadadores olímpicos e paralímpicos são eternizados por clube da Capital

Atletas estiveram na cerimônia de descerramento de duas placas próximas às piscinas do clube

Atletas estiveram na cerimônia de descerramento de duas placas próximas às piscinas do clube


Tânia Meinerz/JC
Os nadadores olímpicos e paralímpicos do Grêmio Náutico União (GNU) foram eternizados nas paredes do clube porto-alegrense nesta quarta-feira (11). A cerimônia de descerramento de duas placas em homenagem aos nadadores contou com a presença de atletas que representaram o clube em diferentes edições dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, como a multicampeã Maria Carolina Santiago.
Os nadadores olímpicos e paralímpicos do Grêmio Náutico União (GNU) foram eternizados nas paredes do clube porto-alegrense nesta quarta-feira (11). A cerimônia de descerramento de duas placas em homenagem aos nadadores contou com a presença de atletas que representaram o clube em diferentes edições dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, como a multicampeã Maria Carolina Santiago.
Entre os homenageados estão Mauri Fonseca (Tóquio 1964), Sérgio Pinto Ribeiro (Montreal 1976 e Moscou 1980), Graciele Herrmann (Londres 2012 e Rio de Janeiro 2016), Viviane Jungblut (Tóquio 2020). Já os paratletas que receberam a honraria foram Maria Carolina Santiago, Roberto Alcade, Ruiter Silva e Susana Schnarndorf (Tóquio 2020).
"De uns tempos para cá, talvez, a parte esportiva tenha um certo esquecimento, uma certa falta de valorização. Estamos buscando resgatar esse histórico no esporte, e nada melhor do que resgatar os grandes atletas que temos aqui. Já tivemos uma homenagem para os remadores com participações olímpicas na Sede da Ilha e, agora, estamos cumprindo a segunda etapa para homenagear todos os atletas, nossos grandes nadadores", explica o presidente do clube, Paulo Bing.
Três desses nadadores estiveram em Tóquio representando o Brasil em edições dos Jogos Olímpicos, mas em contextos bem diferentes. Mauri Fonseca esteve em Tóquio 1964, enquanto Viviane Jungblut e Maria Carolina Santiago estiveram nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020, respectivamente.

Mauri Fonseca (Tóquio 1964)

Mauri Fonseca marcou a história do esporte gaúcho como nadador e como técnico

Mauri Fonseca marcou a história do esporte gaúcho como nadador e como técnico


Tânia Meinerz/JC
Primeiro atleta da natação gaúcha a participar de uma Olimpíada, Mauri Fonseca é natural de Rio Grande e se mudou para Porto Alegre com 10 anos de idade. Aos 12, ouviu de um técnico de natação que precisaria procurar outro esporte, pois não tinha o biotipo para as águas. Com o incentivo de sua mãe, dona Irene Fonseca, que começou a treiná-lo utilizando um cronometro antigo para controlar os tempos, ele persistiu e marcou a história da natação gaúcha.
Em 1952, foi convidado pelo técnico de natação do GNU, Sr. Lélio Soares Araújo a ingressar na equipe e ajudou na conquista coletiva do Campeonato Gaúcho de natação, que o clube não ganhava desde 1945. Em 1964, bateu o recorde brasileiro dos 100m Borboleta, foi convocado para participar do Torneio Internacional, ficou em 2º lugar nos 100m borboleta e em 2º lugar no 4x100m medley no Sul Americano em Guayaquil, no Equador, além do feito histórico de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos.
"Tóquio foi uma coisa espetacular, porque chegamos lá e sabíamos que nós não éramos nada [...]. A prova de 100m nado livre está na história, está nas fotos, na passagem dos primeiros 50m, eu consegui passar na frente do Don Schollander, que foi o astro máximo da competição" conta Fonseca.
Depois de se aposentar das piscinas como competidor, Fonseca foi técnico do GNU, da seleção gaúcha e da seleção brasileira. "Além de ter sido atleta, nadador em 64 em Tóquio, depois foi técnico de muitos de nós", destaca o presidente do GNU.
Em 1973, foi o responsável por abrir a primeira escola de natação em Porto Alegre, a Mauritânia, sendo um dos pioneiros no ramo. Hoje, a escola se chama Mauri Sports e está localizada no coração do Bairro Menino Deus, na Rua Oscar Bittencourt, número 307. "Tudo que eu fiz foi com um amor tão grande, que eu até me sinto constrangido de receber tanta homenagem. Isso é uma coisa fenomenal, realmente nem sei como agradecer, não tenho palavras para me sentir tão bem, muito obrigado", comemora.

Viviane Jungblut (Tóquio 2020)

Vivi Jungblut se classificou para Tóquio 2020 com o recorde brasileiro da época nos 1500m livre

Vivi Jungblut se classificou para Tóquio 2020 com o recorde brasileiro da época nos 1500m livre


Tânia Meinerz/JC
Natural de Porto Alegre, a nadadora de 27 anos está nas piscinas do GNU desde os sete. A influência para nadar veio da família, sendo que Vivi, como é conhecida, teve os irmãos como parceiros de raia. Os bons resultados logo apareceram e não foram só nas piscinas. Sua primeira medalha foi nas águas abertas, no Campeonato Mundial Júnior da modalidade, quando levou o bronze por equipes. Até hoje, compete em provas de longa distância, seja em piscina ou em águas abertas.
"São 20 anos de natação, então olhar para trás e ver toda essa trajetória, todo esse caminho e, principalmente, esse legado. Eu treino aqui todo dia e vejo a categoria mirim e petiz passando e me dando oi e eu lembro muito de quando eu estava na idade deles e olhava para a equipe principal e pensava 'nossa, um dia quero estar lá'", relembra a nadadora.
Na classificação para Tóquio 2020, ela não só nadou abaixo do índice olímpico, o que a garantiu para competir nos 1.500m livre nos Jogos, como quebrou o recorde brasileiro da época, com o tempo de 16min14s. A nadadora competiu nos 1.500m livre e nos 800m livre , tendo terminado com o 20º melhor tempo na eliminatória da primeira prova e na 24ª posição na segunda.
Neste ano, Viviane foi campeã nas provas de 1.500 livre e 800m livre do Troféu Brasil e alcançou a marca para ser a primeira brasileira a se classificar para nadar Águas Abertas e natação em três edições de Campeonato Mundiais Absolutos.
Campeã Sul-Americana na prova de 10km em 2022 e bronze no Pan-Americano de 2019 em Lima na mesma prova, Vivi foca para se classificar para Paris 2024. "Temos as seletivas no início do ano que vem, início de fevereiro, da maratona aquática, que é a prova de 10km, que é onde estou com meu objetivo e estou treinando 100%. Mais para frente tem a seletiva para as provas de piscina, mas estamos indo um passo de cada vez", diz Viviane.
A atleta pode se manter no pódio em Jogos Pan-Americanos, já que irá representar o Brasil tanto em águas abertas quanto na natação neste ano, em Santiago, no Chile, entre os dias 20 de outubro e 5 de novembro. "Vai ser meu grande desafio, vou nadar tanto a prova de piscina quanto a de águas abertas, estamos com uma boa expectativa, treinando bastante, bem forte, para dar tudo certo e conseguirmos a classificação", prevê.

Maria Carolina Santiago (Tóquio 2020)

Multicampeã, Carol Santiago é uma das apostas da natação paralímpica para Paris 2024

Multicampeã, Carol Santiago é uma das apostas da natação paralímpica para Paris 2024


Tânia Meinerz/JC
Três ouros, uma prata e um bronze em sua estreia nos Jogos Paralímpicos. Maria Carolina Santiago, também conhecida por Carol Santiago, foi a maior vencedora entre os brasileiros nos nas Paralimíadas 2020, subindo ao lugar mais alto do pódio nos 50m livre, nos 100m livre e nos 100m peito, batendo dois recordes e ficando em segundo no revezamento 4x100m livre misto e em terceiro nos 100m costas.
Carol nasceu com a síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. A nadadora de 38 anos só entrou em um clube profissional em 2018, aos 33 anos. Durante a adolescência, participou de competições de natação, mas se afastou das piscinas por conta da síndrome. Em 2019, entrou para o GNU e já despontou no cenário paralímpico. No Para-Panamericano, levou quatro ouros e duas pratas e no Mundial de natação de Londres, foram mais dois ouros e duas pratas.
Natural de Recife (PE), a nadadora coleciona medalhas em provas nacionais e internacionais em 2023. No Campeonato Mundial em Manchester, na Grã-Bretanha, subiu ao pódio nas oito provas disputadas em sete dias: cinco ouros (100m borboleta, 100m livre, 100m costas, 50m livre e revezamento misto 4×100m livre - 49 pontos), uma prata (100m peito) e dois bronzes (revezamento misto 4x100m medley – 49 pontos e 200m medley), consagrando-se como a maior medalhista do Mundial, entre homens e mulheres.
A pernambucana compete na classe S12 (baixa visão) e é uma das grandes apostas para Paris 2024. "Paris é o grande objetivo, a gente vem treinando muito forte. As expectativas são as melhores, mesmo que a gente consiga chegar lá e ser melhor do que a gente já foi em qualquer prova que a gente tenha feito. Estou muito animada e muito ansiosa", conta Carol.