A atleta gaúcha Nicole Bello, de apenas 12 anos, foi o nome da ginástica artística feminina nos Jogos da Juventude de Ribeirão Preto, realizado de 1° a 16 de setembro. Em sua primeira participação na competição, a ginasta disputou quatro provas (individual geral, por equipes, salto e solo) e conquistou a medalha de ouro em todas.
A música que embalou a vitória de Nicole foi Brasileirinho, que consagrou Daiane dos Santos como a primeira campeã mundial da ginástica brasileira em 2003. Apesar de não ser nascida na época da conquista inédita, Nicole escolheu o choro de Waldir Azevedo como forma de homenagear a conterrânea.
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"Foi uma experiência muito gratificante, eu gostei muito de participar, principalmente porque era a primeira vez que eu estava participando desse campeonato. Foi uma experiência muito boa ganhar quatro medalhas de ouro, eu treinei muito para estar nos jogos e para me classificar", afirma a ginasta.
Atleta do Grêmio Náutico União (GNU), Nicole se dedica aos treinos por quatro horas diárias, em seis dias da semana. "Escolhi o União porque tinha um projeto legal, fiz o teste e passei", comenta Nicole.
Nicole treina seis dias por semana nas dependências do GNU, em Porto Alegre. Foto: Tânia Meinerz/JC
A responsável pelos treinos de Nicole é Adriana Alves, que é Coordenadora Técnica do Departamento de GA do GNU e Coordenadora Técnica da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).
"A Nicole é uma ginasta jovem, com um processo de aprendizado com um grande progresso. Temos uma uma projeção bastante grande para ela, e é um trabalho a longo prazo. Hoje, o ginasta é muito mais feito da cabeça (mente) do que do corpo, então tudo vai depender de como vai responder, porque até essas categorias iniciais é mais fácil de chegar um atleta", diz Adriana.
A treinadora explica que, após a fase juvenil, as ginastas passam a competir com atletas adultas e é quando acontecem grandes mudanças hormonais no corpo da mulher. "Sempre dissemos: ela está em construção, ela tem um potencial bastante grande, mas a evolução daqui para frente começa a ser um pouquinho mais lenta, porque todos os movimentos são mais complexos. A combinação da coordenação intramuscular precisa ser muito grande, então é o emocional, é o corpo, são as mudanças hormonais. Tudo isso faz com que a gente tenha uma atenção mais voltada ao emocional do que propriamente dita a parte técnica", complementa Adriana.
As conquistas nos Jogos da Juventude se somam às outras medalhas que a jovem atleta já conquistou, que incluem ouro (equipes) e prata (individual) no Sul-Americano Infantil, disputado em Guayaquil, no Equador, além de pódios em Campeonatos Brasileiros infantil e juvenil. Agora, Nicole foca no Campeonato Brasileiro Juvenil, que acontece em novembro, em Anápolis (GO), e nas competições do próximo ano.