Em meio a uma festa ensurdecedora dos 50 mil torcedores presentes no Beira-Rio, o Inter tirou forças da arquibancada para eliminar, com requintes de crueldade, o River Plate nos pênaltis, por 9 a 8, após uma vitória por 2 a 1 no tempo normal, e está nas quartas de final da Libertadores da América.
Como era de se esperar, o jogo começou elétrico, com as duas equipes exercendo um trabalho intenso de pressão, tirando o conforto dos jogadores mais criativos. Após um longo período de estudo entre os dois times, que entraram em campo com receio de sofrer um gol logo cedo, a primeira chance de perigo surgiu aos 18 minutos, quando Alan Patrick saiu cara a cara com Armani, dentro da área, e desperdiçou a oportunidade. No lance, foi marcado impedimento do camisa 10, que estava em posição legal e teria seu gol validado pelo VAR.
Diante da dificuldade criar as chances que precisavam, os mandantes chegaram de novo apenas aos 30 minutos, em uma linda jogada de Valencia, que deu uma meia lua no último marcador e disparou em direção ao gol, parando em Armani. Apenas um minuto depois, o atacante equatoriano chegou mais uma vez, finalizando cara a cara com o arqueiro adversário, mas sem equilíbrio, e em cima dele.
Já aos 36, Bustos entrou na área, partiu para a jogada individual e foi derrubado, gerando um protesto indignado dos jogadores, que não acreditaram na decisão do árbitro de não marcar o pênalti. Sem mais oportunidades, o primeiro tempo terminou em zero a zero, e as equipes foram para o intervalo.
Na volta para a etapa complementar, o cenário do duelo se manteve o mesmo, com o Alvirrubro pressionando em cima, com os Millonarios tentando sair rápido para o jogo. A tensão continuava grande, e os espaços não apareciam. Aos 16, Maurício chegou a balançar as redes, mas Valencia, que participou da jogada como pivô, estava claramente impedido, fazendo com que o gol fosse anulado.
Porém, na sequência, se os espaços não estavam aparecendo pelo chão, o Colorado fez que nem na Argentina, e aos 25 minutos, abriu o placar com uma cobrança de escanteio, onde Gabriel Mercado cabeceou livre, sem tirar os pés do chão, e saiu para comemorar.
Embalado pelo gol e pela torcida, o time de Chacho fez o segundo logo em seguida, aos 33, em cobrança de falta do capitão Alan Patrick, que contou com a sorte de um desvio na barreira, tirando todas as chances de defesa do goleiro. Entretanto, foi no limite do relógio que os argentinos se mantiveram vivos no confronto, também com uma jogada de escanteio, aos 44 minutos, onde Rojas entrou livre na segunda trave e marcou o primeiro gol dos visitantes, 2 a 1 no placar e pênaltis.
Palavecino começou para o River, fez o primeiro e Luiz Adriano empatou. Beltrán converteu o segundo e Valencia, com maestria, também. Nacho Fernández marcou para os argentinos, e Bruno Henrique fez para os gaúchos. Na quarta cobrança, Rochet chegou a tocar na bola, mas a forte cobrança de De La Cruz morreu no fundo da rede, já a de Pedro Henrique foi indefensável para Armani. Colidio marcou o dele na quinta, e Renê também, levando a disputa para as cobranças alternadas. Aliendro começou bem, bateu no canto e jogou a pressão para Mercado, que teve a frieza para bater no ângulo. Solari bateu no ângulo, mas acabou escorregando na cobrança e deu dois toques na bola, anulando a batida. De Pena foi para a bola decisiva e bateu na trave, dando sequência ao drama da noite. Enzo Díaz cobrou no ângulo, sem chances para Rochet. Johnny bateu o do Inter e fez também. Diaz cobrou com força e converteu sua cobrança, enquanto Igor Gomes cobrou no limite, com a bola batendo na trave antes de entrar. Rojas foi para a décima cobrança dos Millonarios e bateu no travessão, e o goleiro Rochet pegou a bola para bater o pênalti decisivo, converteu e classificou o Colorado.
Agora, o Inter volta seu foco para o campeonato brasileiro, onde enfrenta o Botafogo, líder da competição, neste sábado, às 21h, no Estádio Nilton Santos.
Inter 2 (9) Rochet; Bustos (Igor Gomes), Vitão, Nico Hernández e Renê; Johnny, Aránguiz (Luiz Adriano), Maurício (Pedro Henrique) e Wanderson (De Pena); Alan Patrick (Bruno Henrique) e Valencia. Técnico: Eduardo Coudet.
River Plate 1 (8) Armani; Casco (Rojas), González Pirez (Colidio), Paulo Díaz e Enzo Díaz; Aliendro, Enzo Pérez (Nacho Fernández), Solari, De La Cruz e Barco (Palavecino); Beltrán. Técnico: Martín Demichelis.
Árbitro: Andrés Matonte
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