A juíza Marcela Raia de Sant'Anna, da 5ª Vara do Júri de São Paulo, acolheu a solicitação do Ministério Público e mandou soltar Leonardo Felipe Xavier Santiago. Ele estava preso, desde o último sábado (8), no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, e havia sido indiciado por homicídio doloso, quando há a intenção de matar.
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Em decisão proferida no início da tarde desta quarta-feira (12), a juíza também determinou que o caso passe a ser investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e não mais pela Delegacia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade).
O caso vinha sendo conduzido pelo delegado Cesar Saad, que afirmou reiteradas vezes em entrevista que Santiago tinha confessado, em conversa informal com os policiais, ter atirado a garrafa que feriu e matou Gabriela. Ela foi enterrada nesta terça-feira (11), em cerimônia em Embu das Artes, na Grande São Paulo, marcada por emoção e pedidos de paz de familiares e amigos da palmeirense.
No entanto, em depoimento oficial no interrogatório na delegacia, Santiago deu outra versão. Ele disse que palmeirenses jogaram rojões em direção à torcida do Flamengo e que, como revide, lançou pedras de gelo, "mas essas eram muito pequenas e sequer atingiram a barreira".
Na decisão, a juíza critica Saad pela condução do caso e menciona imagens que mostram que o homem que lançou uma garrafa em direção aos palmeirenses não se parece fisicamente com Santiago.
"Trata-se de um homem que possui barba, sendo, portanto, fisicamente diferente do autuado, além de vestir camisa clara, diversa da camisa do time do Flamengo que o autuado vestia quando foi preso", afirma a magistrada na decisão, concordando com o promotor Rogério Leão Zagallo, do Ministério Público de São Paulo, e com o advogado Renan Bohus, responsável pela defesa de Santiago.
"Ficou mais do que provado que tinham outras pessoas 'tacando' garrafa. Uma destas pessoas, inclusive, tinha barba. E o Leonardo Santiago não tem barba. Isso é possível ver nos vídeos", explicou o advogado ao Estadão.
Saad havia afirmado que o flamenguista foi preso com base em depoimento de testemunhas e que ele pegaria uma pena "bastante alta". "As provas testemunhais descrevem até a roupa que ele estava usando. Na delegacia ele confessou que jogou a garrafa. Todas as testemunhas que estavam lá, que também foram atingidas por garrafas, apontaram ele como autor", havia declarado o delegado da Polícia Civil.